Sensacional a coluna
de hoje do jornalista Guilherme Fiuza. Uma ducha de água fria, fria
não, congelada na cabeça de nossos “progressistas”, especialmente os
cariocas, que adoram votar na esquerda com viés romântico, i.e. votar
mal.
O que Fiuza prova é que o velho discurso
de esquerda do bem contra direita do mal não cola mais. É absurdo achar
que o voto em Dilma representa qualquer coisa parecida com um voto de
“protesto ao sistema”, de “grito contra as elites”.
Dilma e o PT representam justamente o
pior lado das elites, o lado reacionário, corrupto, fisiológico. O
eleitor achou que vivia numa canção de Chico Buarque, e acabou quase na
Venezuela. É preciso acordar enquanto há tempo. Diz o autor:
Os
progressistas com alma de oposição têm todo o direito de votar em Dilma.
Só não fica bem fingirem que estão votando contra as elites
reacionárias e autoritárias, sentindo-se humanos e sensíveis. O que há
de mais reacionário, autoritário, insensível e desumano no país hoje é o
assalto ao Estado brasileiro. Não só o do mensalão, mas o da fraude que
o governo Dilma instituiu na contabilidade pública: maquiagem dos
balanços para esconder déficits e gastar mais — com uma máquina sem
precedentes que acomoda os companheiros e simpatizantes.
Quem são
hoje, 25 de outubro de 2014, as elites que se organizam para sugar o
que é do povo? Não, meu caro progressista do bem, não dá mais para você
olhar no espelho e dizer que é a “direita conservadora” — ou qualquer
desses apelidos feios para quem não usa a estrelinha vermelha. A elite
egoísta e predadora hoje é essa que você ajudou a vitaminar, achando que
estava votando num livro de García-Marquez, numa canção de Chico
Buarque ou num poema de Neruda. Traficaram o seu romantismo, caro
eleitor de esquerda, e o transformaram na maior indústria parasitária
que este país já viu.
O
doleiro acaba de revelar que Dilma e Lula sabiam do esquema de saque à
Petrobras. O que você fará diante disso, caro progressista do bem?
Colocará para tocar um disco de Mercedes Sosa? Ou fechará os olhos e
ficará repetindo para si mesmo que casos de corrupção existem em todos
os governos? Não, meu caro, a nova elite vermelha não protagonizou casos
de corrupção. Ela criou, sob a propaganda da bondade, um sistema de
corrupção.
Essa é a expressão-chave aqui: um sistema
de corrupção. O que o PT fez nesses últimos 12 anos não foi “apenas”
roubar, como “todos os outros”. Quem repete isso tenta se convencer de
uma mentira para evitar a dor da dissonância cognitiva. Ouviu por tempo
demais que esquerda é sinônimo do “bem”, e como o PT está mais à
esquerda…
Mas não! O que o PT fez não é nada
parecido com qualquer outro caso anterior. O partido criou, como diz
Fiuza, um completo sistema de desvio de recursos públicos para seus
cofres particulares. Montou um gigantesco aparato para sugar cada
centavo de nosso dinheiro, pago com nosso suor nos impostos. E ainda
defende seus arquitetos do crime!
Portanto, não caia nessa de “esquerda x
direita”, pois não é nada disso que está em jogo nessa eleição. Seu voto
amanhã será para dar aval a um sistema mafioso instalado dentro do
Planalto, ou para demandar mudanças, punir os corruptos e preservar a
democracia. Como conclui Fiuza, “Exija respeito pela sua escolha na
urna. Mas procure um jeito honesto de se orgulhar dela”.
Rodrigo Constantino
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