sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PT usa Aécio para negar apoio no DF

Sigla se diz neutra, já que os dois candidatos dão palanque ao tucano

 
Oficialmente, o PT-DF declarou neutralidade nas eleições de segundo turno para o Governo do Distrito Federal. A direção regional do partido orienta os militantes a empreenderem esforços para reeleger a presidente Dilma Rousseff e decide não manifestar apoio aos candidatos ao GDF Jofran Frejat (PR) e Rodrigo Rollemberg (PSB). A desculpa para a neutralidade é a presença do presidenciável tucano Aécio Neves nas duas chapas.

Nos bastidores, no entanto, petistas negociam espaço com a campanha de Rollemberg, que garante: não fatiará o governo.


Então aliado do PT, Rollemberg foi eleito senador na chapa do  governador Agnelo Queiroz  quatro anos atrás. As costuras para um provável governo do PSB são feitas a portas trancadas e ao pé do ouvido, já que, para a campanha de Rollemberg, não é interessante ter o apoio oficial do partido, já que ele prega a mudança.

Para o PT, o apoio formal à candidatura de qualquer candidato ao GDF prejudica também a reeleição da presidente Dilma, tendo em vista que tanto Rollemberg quanto Frejat fazem campanha para o adversário dela, Aécio Neves (PSDB).

“Vamos ficar de fora, orientando a militância a centrar fogo na campanha da Dilma”, garante o deputado distrital eleito Ricardo Vale, que é secretário-geral o PT-DF.

 Segundo Vale, os petistas estão orientados a não votar em  nenhum dos dois candidatos ao GDF. “Anular ou votar em branco, tanto faz”, afirma.

Nota obscura
Sem deixar clara a orientação de como deve ser  o voto no DF,  em nota, o PT-DF conclama a militância “para uma grande luta” contra a candidatura tucana. “O  PT-DF nega qualquer tipo de apoio eleitoral ou político que possa fortalecer os aliados locais de Aécio Neves”, diz o texto.


Reiterando que a tarefa mais importante para o PT-DF, nesse momento,  é intensificar  esforços para a campanha de Dilma, pede aos militantes para irem às ruas “denunciar o caráter conservador e neoliberal das candidaturas de Frejat, de Rollemberg, o  pacto neoliberal local e as suas consequências”.

“A nossa luta agora é tão somente por Dilma, pelos trabalhadores, pelo povo brasileiro e contra o retrocesso”, conclui a nota evasiva assinada pela Comissão Executiva do partido no Distrito Federal.


Agora é o PHS que perde os cargos
Depois que o PHS anunciou apoio à candidatura de Jofran Frejat no segundo turno da disputa pelo GDF, o governador Agnelo resolveu extinguir a Secretaria de Defesa Civil, comandada pelo partido. 
 
Apesar de ter deixado claro que os partidos da base estariam livres para apoiar um dos candidatos ao GDF,  o governador também exonerou indicados de  Alírio Neto, presidente regional do PEN, da Secretaria de Justiça, um dia depois de declarar apoio ao candidato do PR.
 
O Governo do DF, por meio da Secretaria de Comunicação, não respondeu aos questionamentos da reportagem, mas a previsão é de que as exonerações da Defesa Civil, que agora passa a ser subsecretaria, estejam publicadas no Diário Oficial do DF de hoje.
 
“Os cargos são do governador”, considera o presidente regional do PHS, Lucas Kontoyanis, sobre a extinção da pasta. “Fazíamos parte de um acordo político, cumprimos com a nossa parte, mas, como estávamos livres para decidir, procuramos o que consideramos o melhor caminho e resolvemos apoiar o Frejat”, argumenta, inferindo que a medida teria relação direta com a declaração de apoio a Jofran Frejat.
 
Isso reforçaria a teoria dos mais conspiradores de que o PT, secretamente, estaria fechado com a campanha de Rollemberg.
 
No PHS se diz  que, com a medida, o governador resolveria dois problemas de seu governo: diminuiria a folha de pagamento e concretizaria o que estão chamando  de “vingança política”.
 
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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