sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Imagens mostram 'antes e depois' de locais afetados pela seca em MG


10/10/2014 08h30 - Atualizado em 10/10/2014 11h42

Moradores usam a internet para mostrar pontos críticos da estiagem.
Queda é perceptível em São João Batista do Glória e São José da Barra.

Lucas Soares Do G1 Sul de Minas

 
A estiagem e a consequente seca que atinge o Sul de Minas tem feito com que imagens
impressionantes apareçam a todo o momento. Onde antes se via abundância de água e paisagens de tirar o fôlego de turistas e moradores, o que agora se vê é um cenário de desolação. Por causa dessa situação, moradores de cidades como Passos (MG) e São João Batista do Glória (MG), onde passa o Rio Grande e São José da Barra (MG), onde fica a barragem da Hidrelétrica de Furnas, têm inundado as redes sociais com fotos que mostram a gravidade da situação. (Veja na arte acima, situação do Rio Grande após a barragem de Furnas, no antes e depois)
Pensando nisso, um técnico de enfermagem que mora em São João Batista do Glória criou uma comunidade onde os moradores da região podem postar fotos e mostrar a situação dos pontos nas cidades onde vivem. O "Amigos do Rio Grande" é atualizado diariamente com novas imagens e já recebeu cerca de mil curtidas.

"Eu tive a ideia porque estava colocando as fotos no meu perfil e então quis fazer uma forma com que as pessoas pudessem ir compartilhando. Eu nunca vi algo assim, com quem a gente conversa fala o mesmo. Já esteve baixo antes (o nível), mas nunca desta forma", diz Alex dos Reis Garcia.
Imagens mostram ponte em São João Batista do Glória antes, em 2011 e agora (Foto: Reprodução Amigos do Rio Grande)Imagens mostram ponte em São João Batista do Glória antes, em 2011 e agora, em 2014 (Foto: Reprodução Amigos do Rio Grande)
Além das imagens que mostram o antes e o depois de locais que sofrem com a seca, agora a comunidade também tem recebido denúncias de pessoas que estão desperdiçando água, seja para lavar a calçada ou a garagem. Para o criador da comunidade, muita gente ainda não tem a noção da gravidade da situação.

"Outro dia um vizinho aqui da minha rua rompeu um cano e deixou a água lá escorrendo o dia todo, sem tomar nenhuma providência. Tem muita gente desperdiçando água. Tenho um rancho na zona rural e lá a água está longe. Nem estou querendo ir mais lá. Muita gente também não está indo", comenta Alex.
Rodízio de água
Por causa da queda do nível do Rio Grande, moradores de pelo menos 10 bairros de Passos (MG) começaram a enfrentar um rodízio de água no final do mês de setembro. Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Passos, órgão responsável pelo abastecimento na cidade, os dois sistemas de captação do município estavam comprometidos.

Devido à estiagem, o nível do Rio Grande havia caído de 8 metros para menos da metade. Segundo o diretor-adjunto do Saae, Carlos Batista Bonfim, informou ao G1, a melhora no tempo e uma maior conscientização da população fez com que o rodízio fosse suspenso temporariamente nos últimos dias.
Ponte do Rio Turvo, entre São João Batista do Glória e Capitólio, no antes e agora (Foto: Reprodução Amigos do Rio Grande)Ponte do Rio Turvo, entre São João Batista do Glória e Capitólio, no antes e agora (Foto: Reprodução Amigos do Rio Grande)
01/10/2014 10h47 - Atualizado em 01/10/2014 10h47

Estiagem faz extração de areia cair 70% no Rio Grande no Sul de Minas

Empresários de Passos e São João Batista do Glória reclamam da situação.
Carga horária de funcionários foi reduzida e estoque diminui a cada dia.

Do G1 Sul de Minas
Empresários que retiram areia do Rio Grande, entre Passos (MG) e São João Batista do Glória (MG), têm enfrentado dificuldades por causa do baixo volume de água. Devido à estiagem, as extrações diminuíram cerca de 70%. Os areieiros dizem que estão com dificuldades para movimentar as dragas no leito do rio. Por causa da situação, a carga horária dos funcionários foi reduzida e o estoque de areia diminui a cada dia.

"Estou tentando controlar aqui até acabar o meu estoque, porque o freguês a gente não pode deixar até quando tiver. Depois a gente não pode fazer mais nada", diz o empresário Paulo César de Oliveira.

Na região onde as empresas fazem a extração de areia, o nível do rio é tão baixo que os barcos não conseguem se distanciar da margem. As embarcações passam a maior parte do tempo encalhadas no meio das pedras. Em algumas empresas, as tubulações tiveram que ser mudadas de local para que a extração de areia continuasse.

"Nós fizemos um investimento da ordem de R$ 40, R$ 50 mil em tubos. Tivemos que avançar ai uns 200 metros ao leito do rio porque não há condições de dragagem e navegabilidade", diz o empresário Alan Parreira.
Dragas estão encalhadas por estiagem do Rio Grande em Passos (Foto: Reprodução EPTV)Dragas estão encalhadas por estiagem do Rio Grande em Passos (Foto: Reprodução EPTV/Luciano Tolentino)
 
A diminuição na extração de areia pode afetar a construção civil, já que o material que está sendo retirado pode não ser suficiente para fazer estoque.

"O preço hoje está quase 100% mais caro. Isso pesa no começo da obra. O cliente já reclama logo no começo da obra. É uma coisa que não tem jeito, vai ter que ser repassado para o consumidor final", completa Oliveira.

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