sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Assim como nega o "mensalão" até hoje, PT também diz que o "petrolão" não existiu. Mas agora o povo já conhece a quadrilha.



João Vaccari substituiu Delúbio Soares. O mensalão deu lugar ao petrolão. O milhão roubado virou bilhão. Dinheiro, que além de enriquecer os companheiros, também foi usado para pagar a riquíssima campanha de 2010, que elegeu Dilma Rousseff, segundo revelaram os delatores que operavam o esquema para o PT. 


Após a divulgação do conteúdo dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, o PT informou, por nota oficial, que o presidente nacional do partido, Rui Falcão, negou as acusações de Costa e disse que a legenda “estranha a repetição de vazamentos de depoimentos no Judiciário, tanto mais quando se trata de acusações sem provas”.

Ainda segundo a nota, o partido diz repudiar com “veemência e indignação” as “declarações caluniosas” do ex-diretor da estatal, “proferidas em audiência perante o mesmo juiz que, anteriormente, acolhera seu depoimento, sob sigilo de Justiça, no curso de um processo de delação premiada”.

“O PT desmente também a totalidade das ilações de que o partido teria recebido repasses financeiros originados de contratos com a Petrobras”, diz a nota de Rui Falcão. O líder petista prossegue dizendo que “todas as doações para o Partido dos Trabalhadores seguem as normas legais e são registradas na Justiça Eleitoral”.

Para finalizar, a nota afirma ainda: “Lamentamos que estejam sendo valorizadas as palavras do investigado, em detrimento de qualquer indício ou evidência comprovada”. “A Direção Nacional do PT, por intermédio de seus advogados, analisa a adoção de medidas judiciais cabíveis.”

Em depoimento à Justiça, Costa disse que o esquema de corrupção na diretoria de Serviço da estatal era operado pelo PT. Segundo ele, dos 3% de cada contrato cobrado como propina, 2% era “para atender o PT”. Em outro depoimento, Costa disse que o partido ficava com o total do dinheiro desviado, de 3%. Ainda de acordo com o depoimento, o esquema da Diretoria de Serviços era operado pelo tesoureiro da sigla, João Vaccari.

Indagado pelo juiz Sérgio Moro sobre quem distribuía o dinheiro dentro da diretoria de Serviços, afirmou que a ligação era diretamente com o tesoureiro. No PMDB, quem era responsável pela articulação era Fernando Soares, o Fernando Baiano.

A Secretaria Nacional de Finanças do partido também enviou nota respondendo as acusações de Costa. Segundo o texto, o secretário João Vaccari Neto "nunca tratou sobre contribuições financeiras do partido, ou de qualquer outro assunto" com o ex-diretor de Abastecimento da estatal. De acordo com a nota, "o depoimento prestado por ele à Justiça está carregado de afirmações distorcidas e mentirosas".

"Essas acusações, difundidas insistentemente por meio de notícias na imprensa, sem possibilidade de acesso de nossos advogados aos depoimentos, impedem o direito ao exercício constitucional da ampla defesa", diz o texto. A nota diz ainda que "as contribuições financeiras recebidas pelo PT são transparentes e realizadas sempre de acordo com a legislação em vigor", e que Vaccari vai processar "civil e criminalmente aqueles que têm investido contra sua honra e reputação".

TRANSPETRO TAMBÉM NEGA ACUSAÇÕES
A Transpetro, também citada no depoimento de Costa, também negou as acusações por meio de nota à imprensa. Ao ser questionado pelo juiz Sérgio Moro se empresas subsidiárias a Petrobras participavam do esquema de propina, Paulo Roberto Costa afirma não ter conhecimento sobre o esquema na BR Distribuidora, mas que ele sabia do funcionamento na Transpetro, onde, segundo depoimento, “também tinha repasse para políticos”.

— O senhor recebeu propinas da Transpetro? — questionou Moro

— Recebi uma parcela. R$ 500 mil. Quem me pagou foi o Sergio Machado, presidente da Transpetro, em 2009 ou 2010, não lembro direito o ano. Da Transpetro recebi numa única oportunidade. Contratação de alguns navios pela Transpetro. Foi me entregue no apartamento dele, no Rio de Janeiro. Saiu em 2012 — respondeu Costa.

— O esquema continuou depois que ele saiu da Petrobras? — insistiu Moro.

— Eu tinha algumas pendências a receber. Eu recebi através de contratos de prestação de serviços com essas empresas. Para justificar repasses, mas valores eram relativos ao 1% que eu tinha que receber do que ficou para trás. Tinha recursos a receber do Youssef.

Por nota, a Transpetro diz que “o presidente da Transpetro, Sergio Machado, nega com veemência as afirmações feitas a seu respeito pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. As acusações são mentirosas e absurdas. Machado faz questão de ressaltar o seu estranhamento com o fato de que as declarações estejam sendo divulgadas em pleno processo eleitoral. Machado jamais foi processado em decorrência de qualquer dos seus atos ao longo de 30 anos de vida pública. E tomará todas as providências cabíveis, inclusive judiciais, para defender a sua honra e a imagem da Transpetro”. ( O Globo)

4 comentários

Nenhum comentário: