Para especialistas, primeiro ano de governo deverá restaurar finanças. População espera dias melhores
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br
Em 11 dias, Rodrigo Rollemberg (PSB) assumirá a cadeira do Palácio do Buriti e já revelou: pode ter de lidar com o desafio de iniciar o governo com um rombo de R$ 3,8 bilhões. “Não imaginávamos que a situação fosse tão grave”, admitiu o governador eleito. Para a população, a esperança é de um governo melhor. Para especialistas, pode levar tempo para colocar as coisas no lugar.
“O primeiro e mais imediato desafio para o próximo ano é restaurar a ordem nas finanças do Governo do Distrito Federal”, acredita o cientista político Paulo Kramer.
No entanto, a previsão é de que 2015 também seja um ano complicado: “O governo vai estabelecer uma ordem de prioridade de pagamentos e vai pagar a medida que entra receita, justamente para organizar tudo”.
A estudante Keity Gomes, 21 anos, confessa que não vislumbra uma solução a curto prazo. “Não conheço muito bem o novo governador, Rodrigo Rollemberg. Não sei o que ele fez até hoje, não o acompanho, mas espero o melhor. A cada dia aparece um problema diferente no Distrito Federal e, assim, não dá para ficar”.
2016
Na opinião do especialista Paulo Kramer, nenhum novo projeto será colocado em prática no primeiro ano de mandato do novo governador.
“O tempo será usado para correr atrás do prejuízo”, opina. Para o futuro, as expectativas do especialistas se revelam otimistas. “Mas, em 2016, com as finanças do Distrito Federal e a economia brasileira mais ajustadas, a expectativa é de que volte a crescer e, então, o estado poderá viver momentos melhores”, projeta o especialista. Para o especialista, “podemos ter esperança, mas a médio prazo”.
Gestão jovem na segurança é diferencial
Para a segurança pública, o especialista Nelson Gonçalves pondera: “Tanto o Rollemberg quanto o secretário que ele escolheu para assumir a Secretaria de Segurança Pública, o acadêmico Arthur Trindade, são jovens. A gente ainda não os viu assumindo cargos dessas dimensões. Espero que essa novidade seja uma mudança significativa”, diz.
Em dez anos, a taxa de homicídio no DF cresceu 38,6% no DF, segundo Mapa da Violência. Os jovens foram as vítimas em 54,7% dos casos - entre 15 e 29 anos, as taxas passaram de 68,4 em 1980, para 74,5 em 2012, a cada 100 mil jovens.
Os assaltos ao comércio também são alarmantes. De janeiro a setembro, foram 5.186 casos de roubos ou furtos. Além disso, neste ano, 11 Postos Comunitários de Segurança (PCS) foram depredados, como mostrou o JBr. na última semana.
A situação também foi complicada para o comércio com as constantes paralisações dos rodoviários. “Teve queda no movimento e falta de funcionários. Ninguém conseguia chegar aqui. O funcionamento é precário”, diz José Santana, 55, proprietário de um quiosque na Rodoviária do Plano Piloto.
Esperança de ajustes na Saúde
A esperança do motorista Edson Monteiro, 38 anos, é que o
investimento chegue à Saúde. Há quase três meses, seu filho Gabriel, de
nove anos, está em coma no Hospital de Base (HBDF). “Em um mês, ele
sofreu dois acidentes de carro. No último ele estava sem cinto de
segurança e, quando o carro bateu no poste, ele se machucou muito ao
bater a cabeça”, lembra o pai.
Nesse período de internação, a criança já passou por uma cirurgia e
teve de desmarcar outras por falta de insumos, relata o pai. “Eu já
tive de comprar luva, gaze, esparadrapo e colírio”, revela.
Com as notas fiscais nas mãos, o pai mostra que os gastos com
materiais básicos para atendimento no hospital já somam mais de R$ 130.
“Eu penso no meu menino, mas não é certo ter de comprar essas coisas.
Nós pagamos impostos para ter esse tipo de materiais nos hospitais, mas
na hora que precisamos, não tem”. Para ele, a saúde “é o maior dos
desafios, mas estou confiante de que as coisas vão mudar”.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário