Título original: “PROTESTO – O
Brasil não aceita mais ser um país de pessoas honradas molestadas por
ladrões. Golpistas da Petrobras e de outras estatais na cadeia!!! Ou:
“Fora, petralhas!”
Dez mil pessoas pelo menos — segundo
estima a Polícia Militar — participaram de um ato de protesto contra os
desmandos do governo Dilma, que teve como epicentro a Paulista, em
frente ao Masp, e se espalhou depois pela avenida. Para quem viu a coisa
a muitos andares do solo, o cálculo parece modesto.
Os organizadores
falam em 50 mil, e, nesse caso, certamente há exagero. Quem sabe a
média… Mas isso, já escrevi aqui ontem, importa menos: o protesto seria
legítimo ainda que houvesse 10 pessoas. Mas havia, no mínimo, 10 mil.
Assim, prova-se que o senhor Guilherme Boulos, o chefão da esquerda
barra-pesada, estava errado.
Os que cobram um governo decente, o que
parece ofender o rapaz, são bem mais do que meia dúzia. E também podem
ocupar as ruas. E, como se sabe, ninguém estava na Paulista para
responder a uma lista de chamada do MTST, sob o risco de punição.
A esmagadora maioria das palavras de
ordem se inscreve absolutamente dentro do leque democrático. E nem
poderia ser diferente. Quem está saindo às ruas para protestar é gente
decente e ordeira, que respeita as regras do jogo democrático, que acata
os fundamentos do Estado de direito, que se subordina aos primados de
uma sociedade plural.
Golpistas, como sabemos, são os ladrões que se
apoderaram da Petrobras em nome de um projeto de poder. Uns bobalhões
pediram intervenção militar (ler post anterior)? Pediram, sim! E foram
repudiados pela maioria, tanto é que sua caravana de ideias mambembes
teve de marchar sozinha.
A imprensa, como destacou o senador
Aloysio Nunes (PSDB-SP) — presente ao ato como cidadão, sem subir em
carro de som —, dá a essas pessoas um peso que não têm. E o faz por viés
ideológico. Parece ofender a sensibilidade de certo jornalismo que
alguém possa ocupar as ruas portando a bandeira do Brasil e cartazes com
as cores pátrias. Parece que protesto sem bandeiras vermelhas já nasce
ilegítimo.
PetralhasA palavra “petralhas” já é um clássico nos protestos contra o PT e contra as esquerdas. É claro que isso se explica, não é? Criei o vocábulo, que foi parar em dicionário, e a história me dá razão. Chamei “petralhas”, desde o primeiro momento, os petistas que justificavam o roubo de dinheiro público em nome de um projeto de poder, como se avançar contra o erário em nome de uma suposta causa fosse moralmente superior a roubar para enriquecer. Não é! Eu diria que é até pior porque mais cínico.
Desde o início, já lá se vão 12 anos (!!!), alertei que nem todo petista é petralha, mas só petistas são petralhas. Há pessoas que levam a sério a, digamos, metafísica partidária e não se contentam com o rumo que as coisas tomaram? Há, sim! Mas não têm nem voz nem vez no partido. E por que continuam? Não sou especialista em comportamento humano nem me aventuro a especular sobre motivações subjetivas.
Há gente que se torna dependente de uma causa e que não consegue pensar fora de um enquadramento coletivo. Lamento muito por elas porque acho isso triste. Vejo muitos jovens capazes — rapazes e moças — abduzidos por seitas. Estou certo de que isso atende a alguma causa que é de fundo psíquico. Quando tomo conhecimento de que até o Estado Islâmico abriga hoje mais de dois mil ocidentais, oriundos, na maioria das vezes, de países ricos da Europa, eu me dou conta do poder que têm os vigaristas de vampirizar os sonhos de justiça dos jovens. Mas não vou me perder nisso agora.
Justiça
Os que foram às ruas cobram justiça e punição para os ladrões que assaltam a República. Os desmandos e o cinismo tomaram tal proporção que é preciso dizer um “Basta!”. Nos dias que correm, um protesto que reúne 10 mil pessoas é, sim, muito bem-sucedido. E, reitero, à diferença da patuscada armada pelo MTST e pela CUT na quinta-feira, ali não havia relações de subordinação e de chefia. Eram pessoas que se juntavam espontaneamente, obedecendo apenas ao comando da própria vontade. Um dos cartazes me parece especialmente bom, exibido por um garoto. Este:
É isto: “Mais Brasil, menos PT”. A sociedade está começando a se cansar de ver um partido tomar o seu lugar. O que é a roubalheira na Petrobras senão a consequência de uma ação política que substituiu os interesses da empresa, do Brasil e de seus acionistas — a esmagadora maioria formada de trabalhadores — pelos interesses de uma legenda e de seus sócios no poder?
É crescente o número de pessoas que não aceita mais trocar a eficiência e a dignidade pelas migalhas que o petismo se orgulha de distribuir para 50 milhões de miseráveis — sim, MISERÁVEIS — que dependem do Bolsa Família para, ao menos, comer. O país quer, sim, que o programa de assistência aos muito pobres se transforme numa política de Estado, não na suposta benesse de um partido.
Chega da mentira escandalosa de que, para distribuir alguma renda — bem pouca! —, é preciso conviver com os assaltantes do poder. Não é, não! Desde 2002, os petistas vinham com a ladainha falsa de que seus adversários queriam privatizar a Petrobras, o que sempre foi mentira. Eis aí: quem mesmo tratou a Petrobras como se fosse o quintal de um lupanar?
Impeachment de Dilma
Os falsos democratas fingem se assustar com a palavra de ordem “impeachment de Dilma”, como se fosse expressão de um golpismo. É mesmo? Então quero ver a tese desenvolvida. Golpismo por quê? Já escrevi aqui muitas vezes e reitero no ponto: IMPEACHMENT, SIM, SE FICAR PROVADO QUE ELA SABIA DA ROUBALHEIRA EM CURSO NA PETROBRAS. Mas, para que se chegue lá, é preciso que se investigue, que se colham as provas e que se proceda ao devido processo legal. É certamente esse o pressuposto dos que pedem a saída de Dilma.
Quando se fala e se escreve a palavra “impeachment”, está-se falando de um procedimento legal, previsto na ordem democrática brasileira e que integra o conjunto de possibilidades de um Estado de Direito. A lei que permite a deposição de um chefe de Estado por crime de responsabilidade, a 1.079, não é nova; é de 1950, a mesma que afastou Collor do poder quando a Câmara aceitou a denúncia.
Se ficar provado que a presidente Dilma Rousseff sabia de tudo — ou, ao menos, de parte da lambança —, ela terá de deixar o poder porque lhe faltará autoridade para governar o país. “E se isso acontecer?” O vice assume, ora! Não é inédito nem segredo para nós. E se a denúncia tragar também o vice? Aí o presidente da Câmara assume interinamente e se marcam novas eleições — se o duplo impedimento ocorrer nos dois primeiros anos —, ou o Congresso indica o novo chefe do Executivo na hipótese de ocorrer no biênio final.
Em qualquer hipótese, esse mandato termina no dia 31 de dezembro de 2018; em outubro desse ano, haverá eleições presidenciais, com ou sem impeachment.
É isso mesmo: notem que dou tratamento meramente burocrático a essa possibilidade porque, afinal, o Estado de Direito prescreve as saídas para o impedimento presidencial.
Impeachment sem provas? Aí, obviamente, não!
Na manifestação deste sábado na Paulista, em São Paulo, houve caravanas de pessoas de outras cidades e até de outros Estados. O Brasil não quer ser mais um país de pessoas honradas submetidas à vontade de ladrões.
Golpistas na cadeia!
Por Reinaldo AzevedoOs falsos democratas fingem se assustar com a palavra de ordem “impeachment de Dilma”, como se fosse expressão de um golpismo. É mesmo? Então quero ver a tese desenvolvida. Golpismo por quê? Já escrevi aqui muitas vezes e reitero no ponto: IMPEACHMENT, SIM, SE FICAR PROVADO QUE ELA SABIA DA ROUBALHEIRA EM CURSO NA PETROBRAS. Mas, para que se chegue lá, é preciso que se investigue, que se colham as provas e que se proceda ao devido processo legal. É certamente esse o pressuposto dos que pedem a saída de Dilma.
Quando se fala e se escreve a palavra “impeachment”, está-se falando de um procedimento legal, previsto na ordem democrática brasileira e que integra o conjunto de possibilidades de um Estado de Direito. A lei que permite a deposição de um chefe de Estado por crime de responsabilidade, a 1.079, não é nova; é de 1950, a mesma que afastou Collor do poder quando a Câmara aceitou a denúncia.
Se ficar provado que a presidente Dilma Rousseff sabia de tudo — ou, ao menos, de parte da lambança —, ela terá de deixar o poder porque lhe faltará autoridade para governar o país. “E se isso acontecer?” O vice assume, ora! Não é inédito nem segredo para nós. E se a denúncia tragar também o vice? Aí o presidente da Câmara assume interinamente e se marcam novas eleições — se o duplo impedimento ocorrer nos dois primeiros anos —, ou o Congresso indica o novo chefe do Executivo na hipótese de ocorrer no biênio final.
Em qualquer hipótese, esse mandato termina no dia 31 de dezembro de 2018; em outubro desse ano, haverá eleições presidenciais, com ou sem impeachment.
É isso mesmo: notem que dou tratamento meramente burocrático a essa possibilidade porque, afinal, o Estado de Direito prescreve as saídas para o impedimento presidencial.
Impeachment sem provas? Aí, obviamente, não!
Na manifestação deste sábado na Paulista, em São Paulo, houve caravanas de pessoas de outras cidades e até de outros Estados. O Brasil não quer ser mais um país de pessoas honradas submetidas à vontade de ladrões.
Golpistas na cadeia!
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