sábado, 27 de dezembro de 2014

Sakamoto e a ONG Repórter Brasil: o bolivarianismo dissimulado como um grande negócio

sakamoto



Muitos da direita morrem de rir de Leonardo Sakamoto, achando que seus posts configuram exemplos de “delírio esquerdista” e “falta de conexão com a realidade”. Vai ser um tanto quanto duro para essas pessoas reconhecerem que quem ri por último é Sakamoto, não eles.



Recebi uma ótima dica de Pedro Henrique Ferreira, leitor deste blog e participante da comunidade de FB Conservadores da Zueira, mostrando a prestação de contas da ONG Repórter Brasil do ano de 2013. Clique aqui para baixar o PDF dessa prestação de contas.



Em resumo, a ONG Reporter Brasil, de Leonardo Sakamoto, recebe dinheiro do Ministério dos Direitos Humanos. A ONG torra mais de um milhão de reais por ano em Recursos Humanos. Note que não há nenhuma atividade “física”, e a organização se limita a 10 funcionários, incluindo nessa lista um estagiário.



Evidentemente, eles não divulgaram quanto cada um recebe, mas é de se esperar que o presidente da organização receba a maior parte da bolada.
Agora vamos rever o que está no texto Eu acredito na causa. Desde que não atrasem o pagamento, que ele publicou essa semana após a violência do governo contra os manifestantes no Congresso no dia 02/12. Avaliaremos partes desse texto:
Não consigo esconder minha azia diante do que chamo de “Mercenários do Ativismo”. Um pessoal que ocupa galerias do Congresso Nacional e participa de manifestações e protestos que, apesar de não acreditarem em uma única palavra do que propagam, defendem a posição até o último suspiro – desde que o pagamento seja feito nos conformes.
Dificil arrumar um exemplo maior do lema leninista “acuse-os do que fazemos” do que este.
Eu sei que todos nós temos que comer no final do dia. E que não tá fácil pra ninguém… Mas é importante manter a dignidade para poder continuar andando de cabeça erguida.
Sim, muito digno reclamar de gente supostamente “recebendo” grana para se manifestar. Só que esta é precisamente a ocupação de Sakamoto.
Isso é diferente de membros de partidos políticos, sindicatos e associações empresariais e organizações sociais – à esquerda ou à direita – que são assalariados para exercer uma função em uma estrutura como qualquer outro emprego. Ou seja, uma relação normal de compra e venda da força de trabalho.
De jeito algum. Se for dono de ONG recebendo verba estatal para falar bem do governo, a coisa é ainda mais indigna. A não ser que a avaliação esteja sendo feita por uma pessoa sem o menor traço de ética.
Ou quando alguém decide dedicar sua vida a uma causa e é remunerado por isso – tenho preguiça do pensamento limítrofe que acredita piamente que o trabalho no terceiro setor deva ser voluntário e passar longe do profissionalismo como se isso o tornasse mais “puro” quando, na verdade, a experiência mostra o contrário. Como aquela história brega da pessoa que ia à praia, sozinha, salvar as estrelinhas-do-mar e achava que, com isso, estava revolucionando a existência humana…
E qual a diferença ética? Nenhuma. A argumentação dele aqui é vazia, provavelmente já prevendo que alguém descobriria as contas da Repórter Brasil.
O problema, a meu ver, é você afirmar que está em um protesto porque acredita na ideia nele defendida e não por conta do quanto recebeu para balançar a bandeira. Em outras palavras, o erro é a falta de transparência.
Mas quando Sakamoto confessou em seu blog receber verbas estatais? Enfim, até agora ele fala unicamente de si próprio.
Antigamente, os militantes do PT ocupavam a rua durante as eleições. Com o tempo, vieram os “moranguinhos remunerados”. No segundo semestre do ano passado, conversei com “sindicalistas” que estavam em marcha na avenida Paulista, em São Paulo, sem saber exatamente o porquê – mas com a promessa de ganharem um no final da tarde.
O que, no fim das contas, é uma forma mais modesta de fazer o que Leonardo Sakamoto faz.
Inclusive, o pessoal que ganha um sanduba de queijo com presunto, uma lata de refri e 50 mangos para serem ativistas por um dia são os mais inofensivos.
Sim, piores são aqueles que transformam isso em um empreendimento, como Sakamoto.
O drama de verdade reside em quem vende apoio durante as eleições, independente do posicionamento político do comprador – no jornalismo tem muito disso. Ou quem, pago por governos, faz guerrilha selvagem no dia a dia via redes sociais.
Por enquanto, não há melhor exemplo desse perfil descrito acima do que Sakamoto. Aliás, quem assina a prestação de contas da Repórter Brasil é ninguém menos que… ele próprio.


Este é o sujeito que tentou sugerir que os manifestantes contra a Lei do Calote recebiam grana para estarem lá. Ele não apresentou nenhuma prova disso.
Enquanto isso, a organização dele recebe mais de um milhão de reais por ano para puxar o saco de Dilma de uma forma vergonhosa.


Notaram por que esse tipo de gente se empenha tanto em construir uma ditadura bolivariana por aqui? É por que gente cínica assim entende tudo isso como um grande negócio.

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