É impossível que tamanha roubalheira como a que ocorria na Petrobras
não fosse de amplo conhecimento da presidente da estatal, Graça Foster.
Foram dezenas de bilhões roubados descaradamente. Escancaradamente. Pode
chegar a uma centena o número de diretores, gerentes e assessores
diretamente envolvidos em falcatruas absurdas.
Bastaria que Graça Foster cuidasse de um só detalhe: os aditivos
contratuais. E que tivesse uma planilha básica à sua frente, de uma
folha, com cotações internacionais para não mais que vinte itens
consumidos pela Petrobras. E comparar preços e prazos.
Como a presidente de uma empresa do porte da Petrobras permite que
obras tripliquem, quadrupliquem, quintupliquem de preço, como o Comperj e
Abreu e Lima? O que está senhora fazia na Petrobras? Como permitiu, com
todo o aparato de gestão que possui, desde sofisticados softwares até
profissionais de primeiríssima linha, apoiados pelas maiores auditorias e
consultorias do mundo, que a empresa fosse assaltada diante dos seus
olhos?
A senhora Graça Foster só pode estar cumprindo um único papel na
Petrobras: blindar e acobertar Dilma Vana Rousseff, que hoje preside o
Brasil mas que, antes, mandou na empresa como ministra das Minas e
Energia, como presidente do Conselho de Administração e como
ministra-chefe da Casa Civil.
Apenas para comprovar o que estamos postando, leiam, abaixo, matéria
de O Globo publicada hoje e respondam: tem como Graça Foster não ter
tido conhecimento de tão escancarada cadeia de corrupção?
Os maiores valores contratados para as obras do Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj) correspondem a empresas participantes do
cartel que está sendo investigado na Operação Lava Jato. Sete das 16
empresas apontadas como principais integrantes do esquema abocanharam
58% do valor contratado: Toyo Setal (13%), Construtora Norberto
Odebrecht (12%), UTC (10%), Queiroz Galvão (10%), Andrade Gutierrez
(8%), Iesa (4%) e Engevix (1%). Esta é a conclusão da Comissão Interna
de Apuração da Petrobras que avaliou 30 contratos firmados, no valor de
R$ 21,8 bilhões, que representam 77% do total já contratado.
Em nove dos 30 contratos foram identificadas sucessivas revisões de estimativa de custos e preços após abertura das propostas, com justificativas inconsistentes. De acordo com a Comissão, as contratações feitas nem sempre seguiam o cronograma da obra. Muitas licitações foram feitas antes dos próprios projetos básicos. Além disso, com a justificativa de ampliar o leque de fornecedores, foram incluídas empresas sem capacidade para entregar o serviço.
Um dos exemplos é o da construtora Delta, que liderou o Consórcio Itaboraí, teve nota 2,1 no certame, muito abaixo da nota mínima exigida pela Petrobras, que é de 6,5. O contrato teve de ser rescindido por baixo desempenho. De quatro "convites" feitos à Delta para participar de licitações, a empresa assinou dois contratos, ambos rescindidos por mau desempenho.
Em nove dos 30 contratos foram identificadas sucessivas revisões de estimativa de custos e preços após abertura das propostas, com justificativas inconsistentes. De acordo com a Comissão, as contratações feitas nem sempre seguiam o cronograma da obra. Muitas licitações foram feitas antes dos próprios projetos básicos. Além disso, com a justificativa de ampliar o leque de fornecedores, foram incluídas empresas sem capacidade para entregar o serviço.
Um dos exemplos é o da construtora Delta, que liderou o Consórcio Itaboraí, teve nota 2,1 no certame, muito abaixo da nota mínima exigida pela Petrobras, que é de 6,5. O contrato teve de ser rescindido por baixo desempenho. De quatro "convites" feitos à Delta para participar de licitações, a empresa assinou dois contratos, ambos rescindidos por mau desempenho.
A
Toyo-Setal assinou dois contratos - um por convite e outro por
inexigibilidade de licitação. A Jaraguá assinou dois contratos. Nenhuma
das duas conseguiu concluir as obras e o mesmo aconteceu com a TKK
Engenharia. De acordo com a Comissão, os convites permitiam mais
flexibilidade na formação de consórcios, pois apenas a líder do grupo
tinha de efetivamente estar na lista de "convidadas".
A Comissão ressalta que a rescisão de contrato com o consórcio da
Delta levou à paralisação das obras do HDT de Nafta. A Petrobras
reestudou o projeto e concluiu que era antieconômico. Com a desistência,
equipamentos no valor de R$ 32,7 milhões estão encostados e sem uso.
Além disso, a Delta reduziu drasticamente o número de trabalhadores
alegando que tinha "produtividade arrojada" e a MPE cortou diversas
vantagens trabalhistas que tinham sido acertadas com os trabalhadores.
De 17 projetos analisados, 11 tiveram licitação feita antes do
projeto básico ter sido concluído. O Consórcio TE-AG (Techint e Andrade
Gutierrez), por exemplo, segundo a Comissão, foi contratado numa
negociação direta. A primeira licitação ocorreu em 2008, quase dois anos
antes do projeto básico.
Não bastasse isso, foram programadas unidades externas que, depois,
tiveram de ser abrigadas em instalações. O custo de "hibernação" passou
de R$ 1 bilhão. Segundo o gerente Marcelino Simão Tuma, ouvido pela Comissão,
empresas abandonaram contratos por terem sido "mal convidadas" - não
tinham condição de executar o projeto. Muitas não tinham sequer "nada a
ver com o objeto a ser contratado".
Foi no Comperj que a Petrobras contratou a Pragmática, empresa de
consultoria da família do então diretor de Abastecimento Paulo Roberto
Cosa. O contrato foi de R$ 1,085 milhão por um ano de prestação de
serviço de qualificação profissional e desenvolvimento de fornecedores.
Muitas das empresas indicadas não conseguiram cumprir seus contratos.
Também nas obras do Comperj houve farra de aditivos contratuais. A
Alusa obteve contrato no valor de R$ 1,460 bilhão, mas acabou recebendo
47% a mais (R$ 688,6 milhões) a mais devido a 15 aditivos. Num consórcio
entre a Alusa e a MPF , o valor de R$ 235,7 milhões recebeu 10
aditivos. O prazo da obra era de 720 dias e os aditivos deram mais 1.007
dias. O preço inicial foi aumentado em R$ 6,433 milhões.
A CNEC WorleyParsons Engenharia fechou contrato de R$ 4,5 milhões e
prazo de 630 dias. Os aditivos prolongaram mais 560 dias e elevaram o
valor em 1,311 milhões. O contrato foi encerrado por decurso do prazo.
De acordo com as investigações internas, uma das construtoras fechou
contrato de R$ 819,8 milhões por 440 dias e apresentou preço 37% menor
do que o custo estimado pela estatal. Acabou assinando contrato sob
alegação de "estar entre as maiores construtoras do país". Até maio
passado, a empresa havia firmado 13 aditivos, que aumentaram o valor em
R$ 360 milhões.
No relatório encaminhado ao Ministério Público Federal no Paraná, que
centraliza as investigações da Operação Lava-Jato, são atribuídas
responsabilidades por irregularidades a Carlos Frederico Trevia, gerente
de relacionamento e comunicação; Francisco Pais, que foi assistente do
ex-diretor Renato Duque; Heyder de Moura Carvalho Filho; Jansem Ferreira
da Silva, Jairo Luis Bonet, José Eduardo Loureiro, Luiz Alberto Gaspar
Domingues, Paulo Cezar Amaro Aquino e Roberto Gonçalves, além do
ex-diretor Paulo Roberto Costa e do gerente Pedro Barusco Filho.
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