Petrobras diz que funcionária fez ameaças após perder cargo
Segundo jornal, ela denunciou corrupção antes de operação da PF.
Ela foi transferida para Cingapura, mas teve cargo destiuído em novembro.
"A empregada foi destituída da função de diretora presidente da empresa Petrobras Singapore Private Limited em 19/11/2014, após o que ameaçou seus superiores de divulgar supostas irregularidades caso não fosse mantida na função gerencial", afirma o texto da nota.
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Segundo reportagem desta sexta-feira (12) do jornal "Valor Econômico",
antes mesmo de a Polícia Federal (PF) deflagrar em março a Operação Lava
Jato, a diretoria da Petrobras já tinha sido alertada diversas vezes
por Venina Velosa sobre a ocorrência de irregularidades em contratos da
estatal.Antiga subordinada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Lava Jato, ela foi transferida para a Ásia, segundo o jornal, após denunciar o esquema de corrupção. Posteriormente, foi afastada.
'Responsabilizada por comissão'
Na nota da noite desta sexta, a estatal informa que a funcionária foi responsabilizada por uma comissão que apurou denúncias de irregularidade na Refinaria Abreu e Lima (RNEST). A estatal não explica, no entanto, que irregularidade foi cometida por Venina Velosa da Fonseca.
“A empregada foi citada no relatório desta Comissão com referência a responsabilidades por não conformidades consideradas relevantes. O resultado foi enviado às Autoridades Competentes (MPF, PF, CVM, CGU e CPMI) para as medidas pertinentes”, informa a nota.
De acordo com a estatal, apesar de ter prestado esclarecimentos a esta comissão, a funcionária não havia mencionado as denúncias que depois vieram à tona."A empregada foi ouvida nesta comissão, momento em que teve a oportunidade mas não revelou os fatos que está trazendo agora ao conhecimento da imprensa", diz a nota.
"A empregada guardou estranhamente por cerca de 5 anos o material e hoje possivelmente o traz a público pelo fato de ter sido responsabilizada pela comissão."
Segundo o “Valor Econômico”, Venina, que é ex-gerente executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobras , denunciou aos diretores da empresa que havia ilegalidades em contratos e licitações. O jornal relata que, apesar das advertências, a direção da empresa não agiu para conter os desvios bilionários e ainda destituiu de seus cargos os executivos que tentaram barrar o esquema de corrupção.
Leia abaixo a íntegra da nota da Petrobras.
Esclarecimento
Com referência às matérias publicadas na imprensa a respeito de denúncias feitas pela empregada Venina Velosa, a Petrobras reitera que tomou todas as providências para elucidar os fatos citados nas reportagens. Não procede a afirmação de que não houve apuração por parte da Companhia em nenhum dos três casos citados por ela: RNEST, Compra e Venda de BUNKER e Irregularidades da Gerência de Comunicação do Abastecimento.
A Petrobras instaurou comissões internas de apuração, entre as quais uma referente aos procedimentos de contratação nas obras da RNEST, em 2014. A empregada foi ouvida nesta comissão, momento em que teve a oportunidade mas não revelou os fatos que está trazendo agora ao conhecimento da imprensa. A empregada guardou estranhamente por cerca de 5 anos o material e hoje possivelmente o traz a público pelo fato de ter sido responsabilizada pela comissão.
A empregada foi citada no relatório desta Comissão com referência a responsabilidades por não conformidades consideradas relevantes. O resultado foi enviado às Autoridades Competentes (MPF, PF, CVM, CGU e CPMI) para as medidas pertinentes. A empregada foi destituída da função de diretora presidente da empresa Petrobras Singapore Private Limited em 19/11/2014, após o que ameaçou seus superiores de divulgar supostas irregularidades caso não fosse mantida na função gerencial.
A Petrobras instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento. O ex-gerente da área foi demitido por justa causa em 3 de abril de 2009, por desrespeito aos procedimentos de contratação da Companhia. A demissão não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em virtude de afastamento por licença médica. A demissão foi efetivada em 2013. O resultado das análises foi encaminhado para a CGU e MP/RJ e há uma ação judicial em andamento visando ao ressarcimento dos prejuízos causados à companhia pelo ex-empregado.
Após resultado do Grupo de Trabalho constituído em 2012, a Petrobras aprimorou os procedimentos de compra e venda de bunker, com a implementação de controles e registros adicionais. Com base no relatório final, a Companhia adotou as providências administrativas e negociais cabíveis. A Petrobras possui uma área corporativa responsável pelo controle de movimentações e auditoria de perdas de óleo combustível, que não constatou nenhuma não conformidade no período de 2012 a 2014.
Gerência de Imprensa/Comunicação Institucional
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