Oficialmente, GDF diz que não fará "toma lá, dá cá", para aprovar medidas
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br
O governo deve enfrentar sérios problemas para aprovar seu pacote de medidas na Câmara Legislativa do DF. A própria base de governo deve dificultar a tramitação das propostas. Um dos distritais alinhados com o governador diz, com ênfase, que será preciso “muita, muita, muita” conversa para que as medidas passem.
O Buriti, a exemplo do que o governador Rodrigo Rollemberg prega desde a campanha, diz esperar uma relação diferente com a Câmara Legislativa —apesar de todos os indícios de que cargos têm sido negociados entre os partidos. “A gente gostaria que, nos termos de uma nova política, de um novo modo de governar que nós estamos tentando implantar, que não haja barganha política em torno dos interesses maiores da população do DF”, afirmou o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle.
Ele diz esperar que a insatisfação dos parlamentares da base que gostariam de ter mais participação no governo não interfira na tramitação dos projetos. “Temos de criar uma cultura nova na política do Distrito Federal. Se a gente ficar acomodado à velha cultura política, aí vamos ter que entrar no ‘toma lá, dá cá’, para aprovar medidas de interesse da população, estaremos seguindo pelo mau caminho”, argumentou Hélio Doyle.
Na reunião que fez com os distritais, anteontem, o governador deixou clara a importância de se aprovar as medidas para ajustar as contas. A maioria dos deputados, no entanto, sinalizou preocupação com o pacote. Na Câmara Legislativa, ontem, os verbos mais pronunciados eram “estudar” e “analisar”.
O distrital Rodrigo Delmasso (PTN) disse que encomendou à sua equipe um estudo que responda a uma questão: “Estas medidas são a última saída?”
Namoro com bloco do PMDB
As presenças de Dr. Michel (PP), Rafael Prudente (PMDB), Wellington
Luiz (PMDB) e Cristiano Araújo (PTB) foram a maior surpresa da reunião
organizada na Residência Oficial de Águas Claras, anteontem. Do bloco
Juntos por Brasília, faltou apenas Robério Negreiros (PMDB), que,
segundo Michel, está viajando. Não fosse isso, ele garante, “com certeza
absoluta”, lá estaria.
O governador tem namorado o bloco, Michel não esconde. Mas os
deputados têm uma condição que já foi dita a Rollemberg: “Para sermos da
base, precisamos ser do tamanho dos deputados que estão na base. Não
seremos de segundo escalão”. O deputado do PP reconheceu que o
governador já sinalizou que quer os cinco do seu lado.
Na saída de Águas Claras, Prudente fez jus ao sobrenome e à
recomendação do presidente do partido no DF, Tadeu Filippelli: “A
orientação que a gente permaneça independente. Não será oito ou 80. Não
aprovaremos tudo o que o governo quer, mas também não seremos uma
oposição burra.”
Sobre o pacote de medidas, o filho de Leonardo Prudente disse que o momento é de “análise”.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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