Carlos Newton
Somente esta semana, dois meses e meio depois da eleição presidencial, o Tribunal Superior Eleitoral enfim liberou os dados das urnas eletrônicas, para que o PSDB possa fazer a auditoria. A informação foi confirmada pelo advogado dos tucanos e coordenador dos trabalhos, Flávio Henrique Costa, que espera apresentar o relatório final dentro de 60 dias.
Reportagem de José Roberto Castro e Letícia Sorg, no Estadão, revela que os integrantes da equipe montada pelo PSDB se mostravam incomodados com a demora na liberação dos dados pelo TSE. Segundo o advogado do PSDB, a justificativa era de que “detalhes técnicos” estariam impedindo que a divulgação dos gráficos eleitorais pudesse ser feita antes.
Isso é muito estranho, porque todo o processo trafega eletronicamente por computadores. Que “detalhes técnicos” impeditivos seriam esses? O TSE, presidido pelo assumido petista Dias Toffoli, não os revela, o que dá margem a muitas especulações, já que todo processo eleitoral precisa ter a maior transparência possível, e isso jamais aconteceu, desde a própria eleição até a apuração, pela primeira vez realizada a portas fechadas, com Toffoli proibindo até mesmo a entrada dos demais ministros do TSE, fato nunca antes registrado na História deste país.
SUGESTÕES DA TRIBUNA
O comentarista José Moreira, que conhece profundamente o assunto, já escreveu aqui na Tribuna da Internet que, sejam quais forem os dados que as urnas eletrônicas apresentarem numa auditoria, isso não significa que o resultado final esteja certo.
“É preciso verificar o algoritmo do sistema de totalização. E isto tem que ser feito é nos computadores do TSE e por uma empresa idônea e fora de qualquer suspeita, que não seja daqui. É necessário confrontar também, é lógico, a data das últimas modificações neste algoritmo. Se tiver havido alterações, que se faça recontagem dos votos com auditores externos” – salientou Moreira.
APARÊNCIA DE LEGALIDADE
O comentarista acrescentou que “o algoritmo pode ter sido programado para ir alterando pouco a pouco o resultado da totalização à medida que a apuração fosse caminhando para o final, visando conseguir resultado favorável à candidata quando atingisse 100% concluído, ainda que a vantagem fosse de 1% a 3% para dar a aparência de legitimidade”.
Moreira explicou que não existe sistema infalível nem inviolável, e uma alteração como esta, visando à fraude, é muito fácil de fazer. “Qualquer programador mais avançado pode fazer isso” – comentou, indagando: “Porque não se transmitiu toda a evolução da apuração? Qual seria o problema? Se a região Sul/Sudeste/Centro-Oeste é muito maior em número de eleitores, como pode a vantagem que Aécio tinha até os 88% da apuração ser “anulada” nos 12% restantes?”
FORMAÇÃO GRÁFICA IRREGULAR
Já o comentarista Prentice Franco assinalou que o confronto da configuração gráfica versus o tempo despendido na apuração pode mostrar uma formação irregular, típica de uso de algoritmos robóticos que padronizam um movimento, que deveria se aleatório caso eles não fossem usados.
“Tem uma empresa expert no uso de algoritmos robóticos que vem denunciando uso de informações privilegiadas no mercado financeiro, e o faz somente pela análise dos gráficos. Essa empresa seria ideal para uma auditoria, pois eles são especialistas em movimentações gráficas programadas”, recomenda Franco.
Por fim, o PSDB deveria pesquisar com atenção a apuração em Minas Gerais. No dia da eleição, a Veja denunciou que Toffoli não somente proibira a transparência da totalização no TSE, mas também obrigara o TRE mineiro a fazer apuração em sigilo total, sem nenhuma troca de informações os com os demais TREs.
Detalhe: se Aécio tivesse tido 60% dos votos em Minas e Dilma apenas 40%, venceria a eleição. Mas, inexplicavelmente, os mineiros teriam preferido a candidata do PT. Será mesmo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário