sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Os absurdos do AGNELO: Estádio superfaturado, Autódromo de 300 milhões...mas para a educação e a saúde dos mais necessitados, quase nada.Se isso não é preconceito contra pobre o que é?Preferência pelos mais ricos?Mesmo endividado, GDF terá que receber a F-Indy ou pagar multa milionária


Pista lateral com estádioPor José Cruz, no Blog do José Cruz

Uma semana depois de empossado, o governador do Distrito Federal,Rodrigo Rollemberg, suspendeu a realização da 45ª Corrida de Reis, em 10 km, a segunda mais antiga do país, atrás da São Silvestre.  A medida deve-se à precariedade do cofre herdado do governo de Agnelo Queiroz:  dívida de R$ 3,5 bilhões e saldo bancário de R$ 64 mil, conforme números oficiais.


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Porém, para outra corrida, orçada em mais de R$ 100 milhões, o governador não terá a mesma ousadia, pois se trata da prova de abertura do calendário da Fórmula Indy, no dia 8 de março, no Autódromo de Brasília, em reforma (foto). A venda de ingressos para o evento internacional começa hoje.



Decisão
Mesmo com a cidade em total desordem, segurança precária, sistema de saúde falido e milhares de servidores em greve, com salários atrasados, Rollemberg terá que honrar o contrato com o Grupo Bandeirantes, promotora da Indy no Brasil. Caso contrário, pagará multa de US$ 70 milhões (R$ 189 milhões).


“A decisão do governador é realizar a corrida. Vamos fazer a corrida”, disse o futuro presidente da Terracap, Alexandre Navarro Garcia, que assumirá o cargo na próxima semana. “O contrato para a corrida, por cinco anos, é interessante para o Distrito Federal e há uma multa de 70 milhões de dólares (R$ 190 milhões) pelo distrato”, afimou.



A Terracap é a estatal que cuida das transações das áreas pertencentes ao governo do Distrito Federal. É a mesma empresa que abriga o novo Estádio Mané Garrincha, construído ao custo de R$ 1,6 bilhão. Agora, a Terracap administra e financia as obras de reforma do Autódromo Nelson Piquet, local da Indy.



Custos
Para receber a Fórmula Indy, o então governador Agnelo Queiroz assinou contrato com o Grupo Bandeirantes, em junho do ano passado.  O compromisso foi de US$ 38 milhões, em torno de R$ 102 milhões, em quatro parcelas. O valor foi dividido em partes iguais entre o Governo do Distrito Federal e a Terracap:  R$ 51 milhões para cada entidade.


“A Terracap já pagou três das quatro parcelas  (R$ 12,75 milhões cada uma). O GDF não pagou nada, disse Alexandre Navarro, um administrador de empresas, com especializações, natural de Marília (SP), há 32 anos morando em Brasília.



O valor total das obras no Autódromo ainda não é público, mas estima-se em R$ 40 milhões. Apenas a cobertura da nova pista está orçada em R$ 18,4 milhões.  Além disso, correrá por conta do Governo local despesas com a instalação de arquibancadas e boxes temporários (desmontáveis), compra de pneus para a proteção dos carros durante a corrida, operações de segurança, limpeza etc.
Pista Máquina
O trabalho de recapeamento da pista não para nem nos domingos: faltam apenas 52 dias para a prova, que deixou de ser realizada em S.Paulo



Apelo
A reportagem apurou que, poucos dias depois de eleito governador do Distrito Federal, no segundo turno, Rodrigo Rollemberg recebeu a visita de diretores do Grupo Bandeirantes. O apelo foi no sentido de que ele não suspendesse a prova da Indy, pois o prejuízo seria muito grande, com o pagamento de multas contratuais, principalmente.  O compromisso foi acordado.


Agora, Brasília convive com a dualidade de extremos: uma capital endividada e com greves, devido a atrasos salariais, enquanto se prepara para receber uma prova milionária que consumirá boa verba pública.


Suspensões


A situação financeira deixada por Agnelo Queiroz é tão precária, que Rollemberg negocia junto ao Governo Federal a antecipação  de R$ 412 milhões do Fundo Constitucional. Além disso, o governador precisou tomar medidas extremas, como suspender o verbas para o Carnaval. Antes, ele há havia declinado de sediar a Universíade, em 2019, para não pagar direitos de R$ 78 milhões, atrasados há dois anos.


E não há certeza de que os salários de janeiro sejam pagos integralmente, pois as receitas neste mês estão bem abaixo das despesas.

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