quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

EFEITO PETROLÃO ATINGE SANTA CATARINA: METALÚRGICA DE ITAJAÍ QUE FABRICA PRODUTOS PARA PETROBRAS DISPENSA 450 DE SEUS 540 FUNCIONÁRIOS. E PODE FECHAR.



Diretor da empresa anuncia a demissão em massa. Clique AQUI para ver a reportagem em vídeo.
A crise na Petrobras, provocada pelos desdobramentos da Operação Lava-Jato e revelações de fraudes em contratos na maior empresa brasileira, já repercute em Santa Catarina. No mesmo mês em que a Polícia Federal deflagrou a nona fase da operação e prendeu três executivos da Arxo em Itajaí, uma outra companhia que opera no município e oferece serviços para a estatal anunciou a demissão de 450 funcionários de um total de 540. 
O grupo industrial português Amal Construções Metálicas, especializado na fabricação de módulos para plataformas de petróleo, fez o anúncio da demissão em massa na manhã de quarta-feira. Os empregados foram recebidos com a notícia no mesmo dia em que voltavam de férias coletivas.
O presidente da empresa, Sandro Picchio, disse à reportagem da RBSTV que "ainda precisa definir estratégias para as próximas semanas". Segundo ele, a Amal optou pelas demissões porque a empresa terceirizada para a qual trabalha irá assumir uma das obras contratadas pela Petrobras, ocasionando a dispensa de serviços. Informou ainda que existe a possibilidade de encerramento total das atividades no município.
Esse não é a primeira onda de demissão numa empresa estabelecida em Itajaí desde o início das denúncias da Lava-Jato. Dispensas e paralisações começaram a ocorrer quando o Consórcio MGT demitiu 400 funcionários em dezembro de 2014, com possibilidade de demitir mais 300 este ano.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Material Elétrico e da Construção Naval de Itajaí e Região, o setor do petróleo em Itajaí e Navegantes reúne de 8 a 10 mil trabalhadores. A maioria trabalha direta ou indiretamente para a Petrobras.
— Rio Grande do Sul tem problema. Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro têm problema. Nós não somos intocáveis — disse Oscar João da Cunha, presidente do sindicato.

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