quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Quarta-feira de chamas.



Quem pensava que o Carnaval iria esfriar a revolta popular contra a corrupção na Petrobras pegou o bloco errado. Mesmo sem cobertura jornalística à altura da gravidade do fato, as redes sociais bombaram. A reunião do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo com os advogados da Odebrecht, realizada secretamente, bem como com representantes da UTC foram a gota d'água. 
Acabou o tempo em que o povo não considerava corrupção um problema tão grave assim. Uma recente pesquisa Datafolha colocou a corrupção na Petrobras como o segundo maior problema nacional, em empate técnico com a Saúde, que sempre ponteia este tipo de levantamento. O nível de informação sobre a roubalheira na maior empresa do país, orgulho nacional, promovida pelos governos petistas chegou às camadas mais populares. São meses e meses de informações diárias na grande imprensa, especialmente na televisão. 
As provas são tão concretas que foi uma bofetada no rosto dos "brasileiros honestos", como disparou um indignado Joaquim Barbosa no twitter, o conluio armado entre um ministro da Justiça e advogados criminalistas de empreiteiras envolvidas em roubalheira, com o beneplácito da Ordem dos Advogados do Brasil. Os tuítes do ex-presidente exigindo a demissão do ministro petista ultrapassaram oito mil RTs. Não importa o conteúdo do encontro. Ele é imoral e beira a ilegalidade.
As justificativas ministeriais são ridículas e os partidos de Oposição deveriam exigir acesso às tais representações recebidas por Cardozo, que devem estar protocoladas e são abertas ao público em nome do princípio constitucional da publicidade na Administração Pública. Da mesma forma que os advogados filiados a OAB deveriam ver se os ritos da entidade foram seguidos para que uma nota pudesse ser publicada em pleno feriado de Carnaval. Ou se foi uma decisão do presidente da casa que almeja uma vaga no STF. Em 15 dias o país descobriria que maquiaram documentos ou que tudo não passou de uma grande mentira. 
Aliás, pelas reações nas redes sociais não há um só brasileiro que acredite que ali no gabinete ministerial houve reunião republicana e não uma armação das mais imorais contra a Operação Lava Jato. Pelas reações sobre o fato percebidas nas redes sociais, tivemos chamas em vez de cinzas na quarta-feira de Carnaval. Um bom sinal e um aviso para os corruptos do PT e deste governo: não tentem melar a Lava Jato. Vocês serão varridos do mapa pelos brasileiros honestos que estão ao lado da Justiça. 

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