PMDB e PT blindaram Graça Foster e a diretoria da Petrobras durante
meses nas duas CPIs. A estatal perdeu bilhões do seu valor e aumentou em
bilhões a sua dívida.
Quem não lembra do relatório absurdo do deputado Marco Maia (PT-RS)
na CPMI da Petrobras instalada pelo Congresso, aquele mesmo parlamentar
que ofereceu jantar íntimo para Paulo Roberto Costa? Quem não lembra que
na CPI da Petrobras no Senado, totalmente chapa-branca, o senador José
Pimentel (PT-CE) enviou as perguntas com antecedência para a
ex-presidente Graça Foster? Quem não lembra que o senador Vital do Rego (
PMDB-PB) foi premiado com uma vaga vitalícia no TCU depois de presidir a
CPMI? Quem não lembra do modelo de perguntas e respostas utilizado, que
não permitia que os depoentes fossem inquiridos, além das dúzias de
requerimentos que foram rejeitados pela maioria para não comprometer o
PT e o PMDB? Pois agora, na terceira CPI que será instalada nos próximos
dias, após nove fases da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acena para a repetição da dobradinha PMDB-PT, um
presidindo, outro relatando, tirando o povo brasileiro para bobo pela
terceira vez! A matéria a seguir é de O Globo.
Depois vencer as eleições para a presidência da Câmara contra o
candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), deixar o partido fora do
comando da reforma política e impor uma série de derrotas para o
governo, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) dá sinais de que pretende
distensionar a relação com o PT. Nesta quarta-feira ele defendeu em sua
conta no Twitter, de forma velada, o princípio da proporcionalidade para
a indicação do relator da CPI da Petrobras.
O bloco formado pelo PMDB e mais 11 partidos, por ser o maior da
Câmara, tem direito a indicar o presidente ou relator da comissão. Deve
optar pela presidência. Porém, cabe ao presidente apontar quem será o
relator. E vários parlamentares do grupo não estão dispostos a entregar
ao PT a relatoria de uma CPI que tem tudo para pegar fogo.
“É bom deixar claro que não é o presidente quem decide quem fica com
cada cargo em uma CPI”, escreveu Cunha. “Os partidos é que vão escolher,
de acordo com sua proporcionalidade”, defendeu.
É justamente essa proporcionalidade que é questionada por integrantes
do bloco do PMDB Regimentalmente, não há nenhuma obrigação nesse
sentido. O secretário-geral da Câmara, Mozart Vianna, afirmou que, em
comissões como essa, o que vale é o acordo político.
– Não há imposição regimental sobre isso. Se o PMDB, por fazer parte
do maior bloco, quisesse, poderia até ficar com a presidência e a
relatoria. O que vale é o acordo político – afirmou Mozart. “O PMDB faz parte do maior bloco, que terá sempre a primeira
escolha”, disse Cunha. “Se o bloco do PMDB e outros desejar (sic) ele
pode sempre escolher a relatoria, mas se preferir a presidência ele não
será detentor de duas escolhas”, declarou.
Alguns deputados veem na mudança de postura de Cunha um agrado para o
PT. Mas acham exagerado porque avaliam que o PT não tem muito a
oferecer em troca. – Uma demonstração de boa vontade dessas, neste momento, é exagerada.
Ele quer passar a impressão de que quer dialogar – disse um deputado do
grupo.
Cunha disse que usou as redes sociais para explicar que não cabe a
ele, mas ao líder do PMDB e aos partidos dos blocos partidários
escolherem quem assumirá as vagas de presidente e relator da CPI da
Petrobras. Nas redes sociais, Cunha estava sendo criticado por dar ao PT
a relatoria da CPI. Ele afirmou que estava explicando como funcionam as
coisas na Câmara, que ele não deu nada e que não cabe a ele fazer isso,
mas ao líder do bloco. O presidente da Câmara disse ainda que, embora
regimentalmente a escolha do relator caiba ao presidente da CPI, isso se
dá dentro de um acordo entre partidos ou blocos.
Indagado sobre a decisão de dar ao DEM a presidência da comissão
especial da Reforma Política e a relatoria ficar com o PMDB, Cunha disse
que o PT não queria a criação da comissão e nem questionou a indicação.
E que ele só atuou neste caso porque o PMDB não tinha ainda um líder e
agora tem — Leonardo Picciani (RJ).
O presidente da Câmara ressaltou que a decisão não dependerá apenas
do PMDB, mas dos partidos dos dois blocos majoritários e que, além dessa
CPI, outras quatro devem ser instaladas, sem contar as comissões
especiais que podem interessar aos deputados.
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