30/01/2015 10h41
- Atualizado em
30/01/2015 10h42
Trabalho também mostra que houve queda das ondas de frio.
Aumento de ondas de calor não significou aumento de chuvas.
Guarda-chuva foi usado como guarda-sol em dia de recorde de calor em São Paulo (Foto: Reuters/Nacho Doce)
Entre 1973 e 2012, quase a metade (48%) das 217 aglomerações estudadas passaram por um aumento dos dias muito quentes, e dois terços delas de noites também de muito calor.
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Este agravamento das ondas de calor se acelerou nos últimos anos,
segundo este estudo publicado pelo jornal britânico "Environmental
Research Letters": "entre os cinco anos em que foram registrados, os
maiores números de ondas de calor aparecem 2009, 2010, 2011 e 2012".Neste estudo, uma onda de calor é definida como um período de ao menos seis dias durante o qual a temperatura máxima supera 99% das temperaturas registradas em todo o período.
Ao mesmo tempo, sempre em zonas urbanas, este trabalho mostra uma queda das ondas de frio (as mais importantes datam de 1973, 1974, 1976, 1981 e 1983) e em 60% delas os dias com ventos violentos também diminuíram.
Por sua vez, apenas 17% das zonas urbanas registraram um aumento dos dias de fortes chuvas, e 10% das de caráter torrencial.
Menino se refresca em parque de São Paulo em dia
de calor (Foto: Caio Kenji/G1)
de calor (Foto: Caio Kenji/G1)
Mishra e seus colegas das universidades americanas de Califórnia (Los Angeles), Washington e Boston (Northeastern University) utilizaram para seu trabalho observações meteorológicas do NCDC (National Climatic Data Center).
O estudo envolve 217 zonas urbanas de mais de 250 mil habitantes divididas em todos os continentes, que contam com estações meteorológicas capazes de fornecer dados completos sobre 40 anos, entre 1973 e 2012.
No âmbito do Quinto Relatório de Avaliação, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) declarou no ano passado que era provável que as ondas de calor já tivessem se tornado mais frequentes na Europa, Ásia e Austrália, embora não tenha feito diferenciação entre zonas urbanas e rurais.
Palistanos enfrentam calor no dia 13 de janeiro
(Foto: Caio Kenji/G1)
(Foto: Caio Kenji/G1)
Cidades que são vulneráveis a ondas de calor são vítimas frequentes de um fenômeno chamado de ilha de calor urbano.
Isso ocorre porque o calor que atinge estes locais é armazenado durante o dia em edifícios de concreto e estradas asfaltadas e liberado à noite.
Como resultado, transforma facilmente a cidade em uma ilha de calor durante 24 horas por dia, já que ela não esfria adequadamente com o anoitecer.
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