segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Estudo indica que as ondas de calor aumentaram nas zonas urbanas ( a solução para combater ilhas de calor seria criar mais ilhas verdes, com ARVORES)


France Presse 30/01/2015 10h41 - Atualizado em 30/01/2015 10h42


Trabalho também mostra que houve queda das ondas de frio.
Aumento de ondas de calor não significou aumento de chuvas.


Da France Presse
Guarda-chuva foi usado como guarda-sol nesta segunda de recorde de calor em SP (Foto: REUTERS/Nacho Doce)Guarda-chuva foi usado como guarda-sol em dia de recorde de calor em São Paulo (Foto: Reuters/Nacho Doce)
 
 
As zonas urbanas vivenciaram em escala mundial uma multiplicação das ondas de calor nos últimos 40 anos, segundo um estudo publicado nesta sexta-feira (30).


Entre 1973 e 2012, quase a metade (48%) das 217 aglomerações estudadas passaram por um aumento dos dias muito quentes, e dois terços delas de noites também de muito calor.


Este agravamento das ondas de calor se acelerou nos últimos anos, segundo este estudo publicado pelo jornal britânico "Environmental Research Letters": "entre os cinco anos em que foram registrados, os maiores números de ondas de calor aparecem 2009, 2010, 2011 e 2012".


Neste estudo, uma onda de calor é definida como um período de ao menos seis dias durante o qual a temperatura máxima supera 99% das temperaturas registradas em todo o período.


Ao mesmo tempo, sempre em zonas urbanas, este trabalho mostra uma queda das ondas de frio (as mais importantes datam de 1973, 1974, 1976, 1981 e 1983) e em 60% delas os dias com ventos violentos também diminuíram.


Por sua vez, apenas 17% das zonas urbanas registraram um aumento dos dias de fortes chuvas, e 10% das de caráter torrencial.
São Paulo teve mais um dia de calor e temperatura máxima na cidade nesta terça-feira (13) chegou a 34,2º às 15h (Foto: Caio Kenji/G1)Menino se refresca em parque de São Paulo em dia
de calor (Foto: Caio Kenji/G1)
 
 
"Mais da metade da população mundial vive atualmente em cidades, razão pela qual é particularmente importante entender como o clima, e em especial os episódios climáticos extremos, mudam nestas zonas", explica um dos autores do estudo, o professor Vimal Mishra, do Instituto de tecnologia de Gandhinagar, Índia.


Mishra e seus colegas das universidades americanas de Califórnia (Los Angeles), Washington e Boston (Northeastern University) utilizaram para seu trabalho observações meteorológicas do NCDC (National Climatic Data Center).


O estudo envolve 217 zonas urbanas de mais de 250 mil habitantes divididas em todos os continentes, que contam com estações meteorológicas capazes de fornecer dados completos sobre 40 anos, entre 1973 e 2012.


No âmbito do Quinto Relatório de Avaliação, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) declarou no ano passado que era provável que as ondas de calor já tivessem se tornado mais frequentes na Europa, Ásia e Austrália, embora não tenha feito diferenciação entre zonas urbanas e rurais.


São Paulo teve mais um dia de calor e temperatura máxima na cidade nesta terça-feira (13) chegou a 34,2º às 15h (Foto: Caio Kenji/G1)Palistanos enfrentam calor no dia 13 de janeiro
(Foto: Caio Kenji/G1)
 
 
O IPCC informou que é muito provável que as ondas de calor se tornem comuns e durem mais tempo no futuro, com grandes consequências para a saúde, os negócios e o planejamento urbano.


Cidades que são vulneráveis a ondas de calor são vítimas frequentes de um fenômeno chamado de ilha de calor urbano.

Isso ocorre porque o calor que atinge estes locais é armazenado durante o dia em edifícios de concreto e estradas asfaltadas e liberado à noite.


Como resultado, transforma facilmente a cidade em uma ilha de calor durante 24 horas por dia, já que ela não esfria adequadamente com o anoitecer.

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