Chamado de pacto por Brasília, a medida visa recuperar as contas do Distrito Federal
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br
Depois de anunciar um pacote de medidas para recuperar as contas do DF, o governador Rodrigo Rollemberg se reuniu com os deputados distritais para pedir apoio ao que ele tem chamado de “pacto por Brasília”. Ele aproveitou que a Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) é assunto pacificado na Câmara Legislativa, para condicionar o empréstimo que o GDF tem intenção de contrair à aprovação das medidas de aumento de receita.
“A ARO deve ser quitada em um ano, mas as medidas de aumento de imposto, por exemplo, são para a vida toda”, disparou o descontente Reginaldo Veras (PDT), ao dizer que pretende analisar o pacote que será encaminhado pelo GDF.
A ARO, no entanto, é consenso, ele diz. “E tem que ser votada urgentemente”. Veras não acredita que o governador tenha dificuldades para aprovar as medidas. “Ele está com a bancada na mão. Não acho que os deputados vão oferecer resistência”, arriscou.
Na saída da reunião, a portas trancadas, na Residência Oficial de Águas Claras, os distritais demonstraram preocupação com as medidas anunciadas pelo governo, mas sinalizaram disposição para discutir as propostas. “Essas medidas saneadoras são necessárias. A sociedade, de um modo geral, tem essa compreensão”, resumiu o líder do governo, Raimundo Ribeiro (PSDB). Ele acredita que não encontrará dificuldade para passar o pacote que visa o reequilíbrio das contas na Câmara Legislativa. “Isso não é um ato partidário. É um ato de patriotismo com Brasília”, disse. “A quebradeira na cidade é notória”.
Acordo será construído
Menos confiante que o tucano, a presidente da Câmara, Celina Leão (PDT), foi uma das últimas a deixar a reunião. “Vamos discutir e ver no que a gente pode melhorar as ideias que estão sendo encaminhadas”, disse. Se tem acordo para votar? “Isso vai ser discutido na Câmara, com os líderes”, disse.
A distrital contou que, no encontro, foram apresentadas sugestões que a equipe de governo tomou nota. “Vamos ver se o governo acolherá”, disse, citando que a regularização fundiária e a liberação de alvarás foram citadas como tentativa de aumento de receita.
Medidas duras e essenciais
Rodrigo Delmasso (PTN) confirma que há consenso para se votar a ARO. “Na minha visão, esse é o projeto prioritário, para que o GDF possa quitar as dívidas com os servidores”, afirmou. Nas palavras dele, as medidas anunciadas pelo governador, que foram detalhadas para os deputados na tarde de ontem, são “duras, mas essenciais”.
O distrital Júlio Cesar (PRB), declaradamente base de governo, disse que, apesar da situação crítica, o momento é de reflexão. “Vamos estudar para verificar o que apoiar. Mas queremos ajudar Brasília a sair da crise”, contemporizou.
Todos os deputados foram convidados para a reunião. Mas os petistas e outros deputados em crise com o governo boicotaram a reunião. Dois peemedebistas apareceram por lá: Wellington Luiz e Rafael Prudente. Antes de entrar, Wellington se certificou que Dr. Michel passara pela guarita e, só depois, pegou o rumo da sala de reuniões. Ele foi o primeiro a deixar o local.
Petistas são contra
Em nota, a bancada do PT criticou medidas adotadas pelo governo e anunciou que votará contra todas as medidas que aumentem impostos.
Também foram à Residência Oficial de Águas Claras, ontem, Telma Rufino (PPL), Sandra Faraj (SD), Cristiano Araújo (PTB), Juarezão (PRTB), Liliane Roriz (PRTB), Israel Batista (PV) e Joe Valle (PDT), que chegou duas horas depois do horário marcado para começar.
Tempo de discutir
A expectativa do governo é de que os deputados distritais se reúnam, já na segunda-feira, para discutir a formação das comissões e de cargos, como o de corregedor da Casa, para que, na terça, as propostas sigam a tramitação necessária.
Ao que parece, há acordo apenas para votar a ARO, o que pode ocorrer na terça-feira. Os demais projetos prescindem de muita discussão. E, quem sabe, até de negociação.
Na saída da reunião, o deputado Lira (PHS) confirmou que os deputados estavam “preocupados” com as medidas, apesar de entenderem a “situação complicada” da cidade. Apesar da falta de acordo, ele disse que a Casa “começará a se movimentar, para valer”, a partir de segunda.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
3 Comentários
Jaqueline
Acho
um absurdo o cidadão ser penalizado e pagar a conta da incompetência do
governo anterior. Mas só para constar a polícia recebe seus salários
porque é mantida pela União, caso contrário, estaria com problemas em
seu pagamento assim como outras áreas do serviço público. A polícia
também foi prejudicada, pois a crise impede o aumento do efetivo e
sobrecarrega a categoria.
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Maria Estefania dos Santos
Gostaria
de saber porque o atual Governador só paga integralmente os salários
das polícias Civis e Militar. Mês de janeiro/2015 pagou salário e férias
dos policiais e os servidores da ADMINISTRAÇÃO DIRETA que estavam de
férias em janeiro deste ano, ainda não receberam o pagamento das mesmas.
Eu pergunto, só paga corretamente as polícias porque? Tem medo do que
Governador Enrolaberg?
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Maria Estefania dos Santos
Olha
a cara de pau destes governadores é demais Agnelo e Rollemberg, um
rouba até as moedas dos cofres do GDF e o outro lança medidas para tapar
o rombo tirando do bolso dos cidadãos. Gente vamos pôr um basta nisso,
não vamos deixar estes bandidos acabarem com nossa Cidade. Governador se
não tem dinheiro para pagar servidor, como é que o Senhor arrumou
dinheiro para pagar 50 empresas, com que dinheiro?
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