quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
As duas denúncias feitas ontem, em primeira mão, aqui no Blog.
(Folha) Os escolhidos para comandar a nova CPI da Petrobras na Câmara tiveram
parte de suas campanhas bancada por empresas acusadas na Operação Lava
Jato. A investigação apura fraudes em licitações na estatal e pagamentos de propina a funcionários e políticos.
O presidente da CPI, o deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), teve 60%
de sua última campanha paga com recursos dessas empresas. No ano
passado, Motta recebeu R$ 451 mil da Andrade Gutierrez e da
Odebrecht. No total, ele arrecadou R$ 742 mil para fazer campanha.
Relator indicado pelo PT, cuja escolha ainda precisa ser referendada
pela comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ) recebeu R$ 962,5 mil das empresas
Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC. O valor representa 39,6% da
receita de sua campanha.
Essas empresas são apontadas pelo Ministério Público e já foram citadas
por delatores como integrantes de um cartel. Executivos da OAS e da UTC
atualmente já respondem a ações penais. Outros ainda são investigados.
Na CPI da Petrobras aberta na legislatura passada, um dos problemas
apontados ao fim da investigação é que tanto as empresas como os
políticos acabaram poupados pelos parlamentares.
Motta, que tem 25 anos e está em seu segundo mandato, é ligado ao grupo
do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao ministro do TCU
(Tribunal de Contas da União) Vital do Rego (PMDB-PB), que comandou a
última CPI sobre a estatal.
Em 2014, ele presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e
administrou depoimentos da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, do
ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) e do ex-diretor Nestor Cerveró sobre
a compra polêmica da refinaria de Pasadena, nos EUA, que colocou a
estatal no centro da crise. A assessoria do deputado informou que as doações recebidas foram
indiretas, por meio de repasses feitos pelo PMDB, e que ele não tem
ligação com a captação dos recursos ou com representantes das empresas.
RELATOR
O último cargo de destaque do deputado Luiz Sérgio foi no início da
primeira gestão Dilma Rousseff (2011), no comando da Secretaria de
Relações Institucionais. Sem poder de bancar as negociações no
Congresso, o petista chegou a
ganhar o apelido de "garçom", porque só entregava as demandas. Ainda
chegou a ocupar o cargo de ministro da Pesca no primeiro mandato de
Dilma, após deixar as Relações Institucionais.
O petista já foi escalado como relator de uma das principais CPIs contra
o governo Lula, a dos Cartões Corporativos. Na ocasião, seu relatório
final poupou o governo e não apontou irregularidades no uso dos cartões.
Procurada para comentar as doações, a assessoria de Luiz Sérgio
informou
que o deputado só irá se pronunciar sobre fatos relacionados à CPI
depois que ele for confirmado como relator.
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