“Hoje todas as classes sociais ganharam a sua praia, e a gente tem que respeitar muito isso. Eu sou até a favor. Mas, naquela época, essas classes dos feios, dos negros, dos homossexuais, elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para sacanear”, disse o humorista.
Como os vídeos abaixo não deixam mentir, a recíproca é verdadeira.
“Na época, a gente fazia como uma brincadeira. Era uma brincadeira de circo entre mim e o Mussum (morto em 1994). Como se fôssemos duas crianças em casa brincando. A intenção não era ofender ninguém”, emendou Aragão. De fato, Mussum era um dos alvos favoritos das piadas, fosse por ser negro ou por gostar de um “mé” – gíria para cachaça –, mas o fator “nordestino” de Didi também rendia piadas.
Ainda na entrevista para a Playboy, Aragão não deixou de mencionar o incômodo com as críticas que o Criança Esperança recebe. Projeto pessoal dele, que é embaixador da Unicef no Brasil, o programa é figurinha carimbada ano após ano na Rede Globo, emissora com a qual o humorista tem contrato até 2017 e que já lhe prometeu um novo programa.
“O programa explode e é: ‘Ah, por que a Globo, em vez de fazer aquele programa, não doa o dinheiro para o povo?’ É cruel isso. Me incomoda muito quando falam da Globo. Eu não admito que falem mal da Globo”, afirmou. Mais irritante para Aragão do que isso, só o preconceito que ele diz ter sofrido durante os tempos em que Os Trapalhões enchiam as salas de cinema de todo o Brasil, para “sofrimento” dos “pseudocineastas” do País.
“Eu nunca liguei para isso, nem vou ligar. Tinha gente que criticava meus filmes sem assistir! Foi comprovado isso. Mas, quanto mais eles me malhavam, mas crescia o bolo, mais dava bilheteria. Os pseudocineastas ficavam umas araras porque os filmes deles não encostavam. Chegava um nordestino com um rolo compressor e passava por cima”, comentou.
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