segunda-feira, 23 de março de 2015
"a gasolina subiu porque Dilma, Lula e o PT roubaram na Petrobras?” “votamos nela e a política econômica é do Aécio”, “não tinha como ela não saber dessa corrupção toda na Petrobras”
Documento da
Secom em que governo assume o uso dos blogs sujos para a
“guerrilha” e em quem se propõem ilegalidades na área de comunicação
Leia
íntegra do documento da Secom:
Onde
estamos
A comunicação é o mordomo das crises. Em qualquer caos político, há sempre um que aponte “a culpa é da comunicação”. Desta vez, não há dúvidas de que a comunicação foi errada e errática. Mas a crise é maior do que isso. As forças políticas que elegeram Lula e Dilma são minoritárias nas redes socais desde os movimentos de 2013. Isso por uma singularidade clara do mundo digital: o Facebook, o twitter, o G+, etc., são espaços privilegiados para o ataque, a zombaria e a propagação de palavras de ordem. É um espaço onde o convencimento, o diálogo, a troca de ideias até existe, mas é lenta e geralmente se prega para convertidos.
A comunicação é o mordomo das crises. Em qualquer caos político, há sempre um que aponte “a culpa é da comunicação”. Desta vez, não há dúvidas de que a comunicação foi errada e errática. Mas a crise é maior do que isso. As forças políticas que elegeram Lula e Dilma são minoritárias nas redes socais desde os movimentos de 2013. Isso por uma singularidade clara do mundo digital: o Facebook, o twitter, o G+, etc., são espaços privilegiados para o ataque, a zombaria e a propagação de palavras de ordem. É um espaço onde o convencimento, o diálogo, a troca de ideias até existe, mas é lenta e geralmente se prega para convertidos.
Parece contraditório, mas o panelaço do
dia 8 e as marchas deste dia 15 mostram que as redes sociais não estão perdidas
para Dilma e Lula. No dia 8, até uma hora depois do pronunciamento, houve mais
tuítes a favor a Presidenta do que contra. No domingo, houve uma disputa
equilibrada até a PM falar em um milhão na Paulista, desmobilizando todo o regimento prógoverno. Óbvio que esse
movimento virtual não altera as derrotas políticas do panelaço e das pessoas
nas ruas, mas mostram que nem tudo está perdido.
Ironicamente, hoje são os eleitores de Dilma e Lula que estão acomodados brigando com o celular na mão, enquanto a oposição bate panela, distribui mensagens pelo Whatsapp e veste camisa verde-amarela. Dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes, recuperar as ruas.
Como chegamos até aqui
A campanha presidencial de 2010 foi a primeira na qual a comunicação digital teve um papel relevante no resultado das urnas. O uso de vídeos montados sobre aborto e fechamento de igrejas evangélicas marcou um novo patamar da baixaria na disputa política brasileira. A campanha digital Dilma/2010 foi mais de resistência e de combate a boatos do que de convencimento. Os blogues não geraram conteúdo, mas foram fundamentais na propagação de reportagens da grande imprensa como caso Paulo Preto e da bolinha de papel.
Ironicamente, hoje são os eleitores de Dilma e Lula que estão acomodados brigando com o celular na mão, enquanto a oposição bate panela, distribui mensagens pelo Whatsapp e veste camisa verde-amarela. Dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes, recuperar as ruas.
Como chegamos até aqui
A campanha presidencial de 2010 foi a primeira na qual a comunicação digital teve um papel relevante no resultado das urnas. O uso de vídeos montados sobre aborto e fechamento de igrejas evangélicas marcou um novo patamar da baixaria na disputa política brasileira. A campanha digital Dilma/2010 foi mais de resistência e de combate a boatos do que de convencimento. Os blogues não geraram conteúdo, mas foram fundamentais na propagação de reportagens da grande imprensa como caso Paulo Preto e da bolinha de papel.
O início
do primeiro governo Dilma, no entanto, foi de rompimento com a
militância digital. A defesa ferrenha dos direitos autorais pelo Ministério da
Cultura e o fim do diálogo com os blogues pela Secom geraram um isolamento do governo federal com as redes que só foi
plenamente restabelecido durante a campanha eleitoral de 2014. Em 2015, o erro de 2011 foi repetido.
Pesquisa feita pela FGV no dia do segundo turno de 2014, com base
em amostra de mais de 600 mil tuítes, mostrava as redes sociais brasileiras
divididas, com leve vantagem para o campo próDilma.
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