Sobre a ausência de professores, pesquisadores, movimentos sociais e outras entidades que apresentassem ideias opostas na audiência, o deputado sugeriu "alguns nomes
Formação de professores e conteúdo de livros didáticos. Esses
foram alguns dos temas debatidos hoje (24) na audiência pública cujo
tema foi doutrinação política e ideológica nas escolas, promovida pela
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, por sugestão do deputado
Izalci Lucas (PSDB-DF).
Izalci é autor de um projeto de lei (PL) que trata, por exemplo, das diretrizes da educação e da proibição de professores utilizarem as aulas para impor ideias políticas ou religiosas.
Na opinião do professor de sociologia do Departamento de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Braúlio Porto de Matos, o problema da doutrinação começa na formação dos professores, que, para ele, é essencialmente esquerdista. Ele citou nomes de personsalidades que influem na formação dos docentes, dentre eles, o do educador Paulo Freire.
Para Bráulio Matos, Freire é dos autores nos quais os profissionais não deveriam se apoiar, por ser, em seu entendimento, um doutrinador a serviço do governo na época. Conhecido por defender a alfabetização como um processo de conscientização, o pernambucano Paulo Freire graduou-se em direito e deu aulas de língua portuguesa, além de história e filosofia da educação. Preso em 1964, após o golpe militar, exilou-se e viveu 16 anos fora do país.
Outro integrante da mesa de debates da audiência pública, o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná, Luis Lopes Filho, avaliou os livros didáticos usados hoje em sala de aula como desatualizados e "esquerdistas". "Esses livros não entregam o que eles prometem. Muitos deles dizem, às vezes citando grande nomes da pedagogia como Paulo Freire, que a prioridade é ensinar a pensar, mas apresentam questões muito polêmicas sob um único viés".
Ele citou como exemplo o agronegócio, "visto como algo ruim, que desapropria o camponês, provoca inchaço nas grandes cidades, gera desigualdade, produz a fome. Tudo isso são afirmações altamente questionáveis. O êxodo rural não prejudicou a nossa capacidade de abastecer o mercado de alimentos".
Sobre a ausência de professores, pesquisadores, movimentos sociais e outras entidades que apresentassem ideias opostas na audiência, o deputado Izalci disse que sugeriu "alguns nomes, e caberia aos outros deputados sugerir algumas pessoas. Evidentemente, é a primeira audiência pública. Evidente que agora podem haver outras e acho que caberia chamar outros segmentos para ouvir, sugerir. O importante é o debate".
O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Manuel Palácios, que participou da audiência, explicou que a escolha do livro didático para as escolas públicas é feita pelos próprios professores e que as obras são selecionadas por mais de mil professores universitários. "Se há um entendimento de que um livro didático não atende à necessidade, se um professor exagerou na maneira como manifesta suas opiniões pessoais ou qualquer outro tema, a comunidade escolar deve ser capaz de discutir", disse, cobrando uma mínima intervenção do Estado, cujo papel é defender o currículo comum. Palácios não acompanhou a audiência até o final.
Izalci é autor de um projeto de lei (PL) que trata, por exemplo, das diretrizes da educação e da proibição de professores utilizarem as aulas para impor ideias políticas ou religiosas.
Na opinião do professor de sociologia do Departamento de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Braúlio Porto de Matos, o problema da doutrinação começa na formação dos professores, que, para ele, é essencialmente esquerdista. Ele citou nomes de personsalidades que influem na formação dos docentes, dentre eles, o do educador Paulo Freire.
Para Bráulio Matos, Freire é dos autores nos quais os profissionais não deveriam se apoiar, por ser, em seu entendimento, um doutrinador a serviço do governo na época. Conhecido por defender a alfabetização como um processo de conscientização, o pernambucano Paulo Freire graduou-se em direito e deu aulas de língua portuguesa, além de história e filosofia da educação. Preso em 1964, após o golpe militar, exilou-se e viveu 16 anos fora do país.
Outro integrante da mesa de debates da audiência pública, o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná, Luis Lopes Filho, avaliou os livros didáticos usados hoje em sala de aula como desatualizados e "esquerdistas". "Esses livros não entregam o que eles prometem. Muitos deles dizem, às vezes citando grande nomes da pedagogia como Paulo Freire, que a prioridade é ensinar a pensar, mas apresentam questões muito polêmicas sob um único viés".
Ele citou como exemplo o agronegócio, "visto como algo ruim, que desapropria o camponês, provoca inchaço nas grandes cidades, gera desigualdade, produz a fome. Tudo isso são afirmações altamente questionáveis. O êxodo rural não prejudicou a nossa capacidade de abastecer o mercado de alimentos".
Sobre a ausência de professores, pesquisadores, movimentos sociais e outras entidades que apresentassem ideias opostas na audiência, o deputado Izalci disse que sugeriu "alguns nomes, e caberia aos outros deputados sugerir algumas pessoas. Evidentemente, é a primeira audiência pública. Evidente que agora podem haver outras e acho que caberia chamar outros segmentos para ouvir, sugerir. O importante é o debate".
O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Manuel Palácios, que participou da audiência, explicou que a escolha do livro didático para as escolas públicas é feita pelos próprios professores e que as obras são selecionadas por mais de mil professores universitários. "Se há um entendimento de que um livro didático não atende à necessidade, se um professor exagerou na maneira como manifesta suas opiniões pessoais ou qualquer outro tema, a comunidade escolar deve ser capaz de discutir", disse, cobrando uma mínima intervenção do Estado, cujo papel é defender o currículo comum. Palácios não acompanhou a audiência até o final.
Fonte: Agência Brasil Jornal de Brasília
O artigo abaixo foi escrito pelo saudoso Prof. Nelson Lehmann
da Silva, pioneiro na luta contra a doutrinação ideológica nas escolas,
grande incentivador do EscolasemPartido.org.
* * *
Educação
x Doutrinação
A Constituição Cidadã de 1988 dá direito de voto ao jovem de 16 anos. O
que sabe ele de política?
Como “Cara Pintada” sai ele pelas ruas em demonstrações
típicas de oposição. Repete slogans colhidos na mídia, insultando alguma
autoridade, quase sempre manipulado por militantes partidários
profissionais. A escola e seus professores “fizeram sua cabeça”,
incutindo-lhes certas doutrinas carregadas de imprecisas emoções. A escola
pública brasileira, mas também as caras escolas particulares da elite,
são usinas onde se formam mentes simplórias e confusas mas agudamente hostis ao
Capitalismo e aos Estados Unidos da América.
Sabidamente, todos os sistemas totalitários dedicam especial atenção à
formação da juventude. E doutrinam , sob pretexto de ensinar. Impõem uma
“verdade”coerente com o poder vigente ou a ser implantado.
No Brasil, hoje, as noções transmitidas de política e cidadania estão
flagrantemente contaminadas de conceitos marxistas, particularmente no ensino
de nível médio. O que se ensina nas aulas de História, Sociologia, Geografia, e
mesmo em Literatura ou Filosofia, não passa de doutrinação.
Na maioria dos Estados, a rede pública de ensino está sob controle de
docentes sindicalistas, militantes partidários.Os textos escolares, quase sem
exceção, empregam o vocabulário marxista, mesmo o mais ortodoxo, como
“consciência de classe”, “luta de classes”, “modos de produção”, “exploração
internacional”, “imperialismo americano” e a rotineira demonização do
Capitalismo.
O aluno que chega à Universidade vem viciado nos esquemas mentais
apreendidos de seus malformados mestres de Ciências Humanas.
No nível superior vão deparar-se igualmente comprofessoresassumida ou
sutilmente tendenciosos à esquerda.Ali já teriam critérios próprios que os
poderiam imunizar, na melhor das hipóteses. O mal porém já está feito, desde a
adolescência, desde a formação de suas opiniões.
Hoje, o “politicamente correto” proíbe a menor menção vexatória a
religiões, culturas, raças, opções sexuais. Mas não se observa o menor
escrúpulo em ridicularizar lideranças políticas e autores que não rezem segundo a
cartilha esquerdizante.
Os métodos de constrangimento vão do sorriso condescendente à perda de pontos por respostaideologicamente discordante da do
respectivo professor. No discurso se propaga a intenção de “formar o cidadão
crítico”; na verdade a crítica já é dada pronta, pré-fabricada.
Concursos e admissão de professores dependem de critérios
inquestionavelmente políticos. Exemplos mais flagrantes disso foram observados
no Estado do Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde a máquina
burocrática tem sido dominada há décadas por partidos de esquerda. Os textos
escolares comprovam o implícito ou explícito marxismo.
Diferentes dos tradicionais manuais de História, de autores conhecidamente
eruditos, os atuais textos didáticos são produzidos em autoria coletiva,
portando mínima ou nenhuma titulação. A indústriado livro escolar, seja dito de
passagem, de consumo obrigatório e em grande escala, será um dos melhores
negócios nas atuais circunstâncias.
Parcialidades
e Distorções
A ideologiamarxista é hoje tão difusa, tão generalizada e consensual em
nosso meioeducacional, que passa despercebida como sendo apenas uma determinada
interpretação da realidade. Tornou-se “A” ciência. Os próprios vocábulos
empregados já vêm impregnados de sentido ideológico, começando com a palavra
CAPITALISMO, com sua conotação imediatamente negativa. Algumas das teses mais
correntes e tidas como inquestionáveis poderão ser assim exemplificadas :
- IGREJA: a imagem projetada da Igreja é predominantemente a de uma
instituição implicada com o poder, retrógrada e manipuladora de consciências.
- COLONIZAÇÃO: a colonização européia da América, África e Ásiaé
retratada exclusivamente em termos negativos, como imposição cultural e
exploração econômica.
- ESTADOS UNIDOS: o extraordinário fenômeno do surgimento desta potência
hegemônica fica sem maiores explicações, a não ser em termos predominantemente
condenatórios.
- CUBA: uma revolução enfocada com simpatia e louvor sem qualquer
ressalva.
- COMUNISMO: o fracasso da experiência comunista e o desmoronamento
do Império Soviético vêm obrigatoriamente descrito, mas sem uma análise crítica
de suas causas.
- CAPITALISMO: sinônimo de perversão e obstáculo a uma civilização
harmônica e pacífica.
As teses acima podem ser facilmente encontradas na grande maioria dos
textos escolares hoje adotados, tanto na rede pública quanto na rede privada.
Assim também nosVestibulares – provas de admissão ao nível
universitário – que apresentam questões em que tais ensinamentos são
pressupostos.
Não se trata, de nossa parte, de negar aspectos negativos daquelas
instituições e episódios. Mas sim apontar a parcialidade e tendenciosidade dos
enfoques. Não se levantam os prós e contras de situações
históricas, praticando-se meramente denúncias a bodes expiatórios já
de antemão escolhidos. Não se apresentam problemas como problemas, o que seria
a finalidade da verdadeira educação.
A coloração marxista de nosso ensino hoje está infiltrada em todas as
disciplinas. Em recente prova de matemática, de escola religiosa particular em
Brasilia, a tarefa envolvia o cálculo de crianças mortas de inanição, por hora,
no mundo. Nas entrelinhas uma condenação ao sistema capitalista.Mas as matérias
diretamente propícias a doutrinação têm sido tradicionalmente as
chamadas Humanas:
História e eventualmente Sociologia. Mas a chamada Nova
Geografia e a recentemente introduzida Filosofia, revelam-se surpreendentemente
apropriadas aos propagadores do socialismo.
Sob influencia do professor Milton Santos, o papa da nova geografia,
esta ciência extravasou para o terreno de uma pretensa economia, onde se
discute ainda em termos de “economias periféricas dependentes” eos lucros do
capital às custas da destruição do meio-ambiente . O fenômeno da Globalização
será tratado como óbvio ardil do capital multinacional.
Já uma iniciaçãoà Filosofia poderia ser saudada como valiosa para a
formação do jovemestudante. A questão é definir qual Filosofia? Ou o que
entendem por filosofia? E a ser monitorada por quem ? Trata-se de uma poderosa
arma, para o bem ou para o mal, da mais alta responsabilidade. E assim sendo,
melhornenhuma do que uma tendenciosa ideologia travestida de Filosofia.
Que a visão marxista seja ensinada, sim, mas como visão marxista, e não
como “A” Filosofia. Os manuais disponíveis nesta área são nitidamente calcados
no vocabulário e no método marxista, destacando-seos da conhecida militante
marxista Marilena Chauí.
Uma leitura direta de Aristóteles, acessível mesmo a não iniciados,
poderia ser a melhor solução, enquanto não se encontre um texto isento.
Diretrizes
Governamentais
O Ministério da Educação – órgão federal que centraliza o sistema
educacional brasileiro – tem voltado sua atenção para o problema do livro
didático nestes últimos anos.
Diante da profusão de manuais escolares que a cada ano élançada no
mercado, denotando uma indústria que não conhece crise, o MEC arrogou a si
a tarefa de avaliar seus métodos e conteúdos. Nomeou para isso comissões de
professores, sem que se saiba sob quais critérios. Tais comissões produzem – já
em segunda edição – GUIAS DE LIVROS DIDÁTICOS, com o fim de orientar mestres e
escolas nas diferentes disciplinas. Classificam assim os textos como
recomendáveis, recomendáveis com ressalvas e não recomendáveis.
Critérios foram previamente estabelecidos para guiar tais avaliações.
Além dos critérios gerais, cada comissão define os específicos para sua área.
Todos enfatizam o objetivo de “formar cidadãos críticos e responsáveis”, e
expressam condenação a preconceitos ou juízos de valor quanto a culturas,
religiões, raças, costumes, etc.
Curiosamente, entre tais preconceitos, não se menciona o
político-ideológico. É vedada toda discriminação cultural, racial e de
gênero, mas nunca se explicita a discriminação partidária. No GUIA DO LIVRO
DIDÁTICO para a 6a. 7a. e 8a. série, de 2000 –
2001, à página 460, encontramos a absurdidade que abaixo reproduzimos:
“ Nenhum livro poderá ser considerado
bom ou ruim por sua declarada ou implícita opção, por exemplo, pelo idealismo,
pelo marxismo, pelo tradicionalismo social, ou
por qualquer outra perspectiva ou forma de encarar a vida ou a sociedade. O que
caracteriza, de fato, um bom livro de História é sua coerência e
adequaçãometodológica.”
Teríamos assim aprovados bons livros nazistas, maoístas, anarquistas,
etc., desde que coerentes consigo mesmos. Critério talvez aceitável para um
nível superior, nunca para adolescentes de nível médio. Na verdade, o que aqui
se insinua, não passa de total permissão à ideologia marxista.
A publicação do MEC elogia, por exemplo, o manual “Brasil, uma História
em Construção”, de José R. Macedo e Mariley Oliveira, com a seguinte
observação:
“É excelente, p. ex.,o texto que se encontra à página 9, onde se
afirma que “não existe apenas uma verdade única na História...toda verdade
no fundo é relativa,...Nem sempre o que é verdade para nós será o mesmo para
pessoa diferente de nós.”
Temos aqui exemplificado um explicito relativismo, ou negação da ciência
e da ética, num manual de história para adolescentes 1.
Educar
para a Cidadania
Educar para a cidadania é também função da escola. Todas as nações de
alguma maneira o fazem. Nos Estados Unidos esta instrução se dáem nível
predominantemente técnico; o funcionamento da máquina burocrática, governo,
partidos, eleições, constituição, administrações regionais, etc. Adisciplina da
História transmitirá sentimentos patrióticos, sem etnocentrismos ou xenofobias.
Na atual Alemanha estruturou-se um sistema digno de estudo, para
eventual aproveitamento nosso. O Poder Legislativo, coordenando todos os
Partidos, mantém e financia escritórios em todas as principais cidades, para
informação e formação política de todos os cidadãos, particularmente dos
estudantes.
É a Central para Formação Política, (Bundeszentrale fuer
Politischen Bildung). Esta instituição pluripartidária publica
livros, filmes e CDs, mapas e estatísticas, e mais um boletim mensal. Além
disso, oferece cursos e palestras a classes de alunos ou outra categoria,
sempre gratuitamente. Questões de fundo são discutidas por diferentes autores.
Uma admirável instituição democrática. No Brasil estamos longe disso.
A tônica do que se ensina hoje em nossas escolas consiste em explícitas
ou veladas críticas e denúncias. É o fácil maniqueísmo, em que se procura um
culpado para nossas deficiências. Quando se repete exaustivamente a
fórmulavencedores/vencidos, exploradores/explorados, dominadores/dominados,se
está reproduzindo o difuso mito do conflito entre os bons e os maus.
Fórmula
fácil e confortável, pois nos exime de responsabilidades. Acoplado a isso temos
a implícita superstição de que uma instância superior, chamada Estado, ou
Governo, suprirá nossas necessidades, nos protegerá e fará justiça. E será o
culpado por tudo que não for conforme nossas ilusões. Cacoetes culturais.
O que uma honesta formação para a cidadania deveria propor, deveria ser
muito mais positivo. Valorizar a responsabilidade individual, estimular o
espírito empreendedor, a inventividade, a inovação, o assumir riscos, ter
objetivos autônomos, providenciar o próprio futuro. Saber confiar em si mesmo
para assim construir uma sociedade de confiança.
O jovem brasileiro recebe uma carga cultural que menospreza a livre
iniciativa. Persiste o ideal de ser um funcionário do grande pai Estado,
providencial e magnânimo. Aqui reside o obstáculo que nos impede de finalmente
decolar e nos tornarmos uma nação digna de suas potencialidades.
Ao atacar a problemática pontual do ensino de nível médio sei que a
dificuldade é mais abrangente,implicada em todo um ambiente cultural.
Há uma
histórica influência da Igreja Católica, hostil ao individualismo empreendedor.
Já os professores são formados em Universidades onde a opinião reinante sempre
privilegiou o socialismo. Em grande parte desconhecem teorias alternativas, que
de antemão são descartadas. Mas tal ignorância não justifica a intencional
militância partidário-política, que faz da escola um favorito campo de
doutrinação, aproveitando-se do status de autoridade do mestre diante do jovem
sem opinião formada.
O que
deveria ser feito
Ao apontar os vícios de nossa educação para a política, nós, democratas
liberais deveríamos também reconhecer nossa omissão. Até o momento não temos
algo alternativo a oferecer, pelo menos no que concerne a textos escolares.
Valeria a pena constituir uma comissão de expertos para elaborar um manual
básico que esclarecesse conceitos e valores universais de política, de uma
maneira pluralista, sem incorrer também em dogmas doutrinários.
Nesse sentido, utilizando abordagens e conceitos chaves elaborados
pela moderna Teoria Política, e sempre partindo de situações experimentais
concretas, teríamos tentativamente o seguinte modelo:
Conceitos chaves: Grupos, Organizações, Jogos
e Ideais.Conceitos destes derivados: Interesses, Lideranças e Normas,
Cooperação e Conflito, Mercado e Democracia. Exemplos ilustrativos seriam
tirados da família, do futebol, da banda, do clube, da paróquia, até chegar à
ONU, passando pela comunidade local e nacional.
Estaria assim superado o
sistemático enfoque maniqueísta e puramente denunciatório ora vigente.
Uma síntese das noções a serem propostas seria assim formulável:“Para
melhor satisfação de suas necessidades e obtenção de uma
existência melhor, os homens se reúnem emgrupos com comuns interesses, estruturando-se
em maior ou menor grau de organização. Tais grupos se relacionam de
maneira cooperativa, ou conflitiva, objetivando atingir seus fins e modo mais
ou menos racional. Objetivos ou ideaisconstantes na história humana
têm sido alcançar maior bem-estar, em condições de maior liberdade para
todos, estabelecendo-se assim uma ordem harmônica, que permita aprosperidade, ou
felicidade coletiva. A essa atividade humana da se o nome de Política.” 2
Notas
[1] A maneira mais objetiva de se avaliar o conteúdo do ensino é
analisar os textos escolares em seus manuais mais frequentemente adotados.
Entre as centenas disponíveis, comentaremos brevemente alguns dos mais
representativos. Os pressupostos mais encontradiços são sempre a “Luta de
Classes”, a “Exploração Internacional”, a condenação do “Neoliberalismo” e da
“Globalização”.
HISTÓRIA (3 vols.), Editora Lê. Dos bacharéis Ricardo / Ademar e Flavio
(sic.) O vocabulário trai o típico pensamento marxista. “Burguesia” e
“Proletariado” encarnam o Bem e o Mal. A ruína do sistema soviético é atribuída a falhas
administrativas. Brasil como eterna vítima da ganância financeira
internacional.
NOVA HISTÓRIA CRÍTICA,Ed. Nova Geração. Autor : Mario Schmidt. Adotado
em inúmeras escolas públicas. Marxismo ortodoxo e militante de ponta a ponta.
Na capa vem representada uma ampulheta, onde do dinheiro escorre sangue.
O TESOURO NA RUA, Ed. Rosa dos Ventos. Cristóvão Buarque. Leitura
complementar adotada em escolas de Brasília. Um protesto maniqueísta em forma
de conto juvenil. Somos vítimas dos capitalistas Yankes. Reclama por
“mudanças” sem concretizar quais sejam.
CAPITALISMO PARA PRINCIPIANTES. Editora Atica. Carlos Eduardo
Novaes,Leitura complementar adotadaem curso de História de escolas
particulares. Truculenta caricatura do Mercado Livre. Empresário como sinônimo
de bandido.
O QUE É FOLCLORE. Coleção Primeiros Passos, Ed.Brasiliense.
Carlos Rodrigues Brandão. Adotado pela Escola de Música de
Brasília. Explicitas referências ao autor marxista Antonio Gramsci,
do qual segue o pensamento.
INICIAÇÃO À SOCIOLOGIA , Editora Atual Nelson Dacio Tomazi ( org.)
Catecismo marxista ortodoxo.
FILOSOFANDO, Editora Moderna. Ma. Lucia de Arruda e Ma.Helena Pires Martins.
Pela bibliografia recomendada já se percebe a tônica marxista. As teses
gramscianas são explicitas.
Acrescente-se aqui a recente série SOCIEDADE E HISTÓRIA DO BRASIL, em 12
volumes, publicada pelo Instituto Teotônio Vilela do Partido Social Democrático
– do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –, interpretando a história
nacional em termos claramente socialistas.
2 Encontra-se disponível uma publicação de minha autoria, “Iniciação
àPolítica”, a ser melhor elaborada, onde tais conceitos são
esquematizados.
Para saber quão séria é a doutrinação política nas escolas brasileiras abra, por favor, o link abaixo:
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