Graça, Dilma e o famigerado Paulo Roberto Costa. |
Lá vem a
ex-presidente da Petrobras, Graça Foster, dizendo que o maior escândalo
de corrupção da história brasileira começou "fora" da estatal. Não, não e
não: o petrolão correu por obra e graça dos petistas no poder, que,
onde quer que se alojem, corroem as instituições e empresas como cupins.
Conta outra, Foster:
A
ex-presidente da Petrobras Graça Foster afirmou nesta quarta-feira em
depoimento à CPI da Petrobras que o esquema de corrupção investigado na
Operação Lava Jato da Polícia Federal foi montado "fora" da estatal.
Em sua
fala inicial e em resposta às indagações do relator da CPI, o petista
Luiz Sérgio (RJ), Graça Foster disse que as auditorias externas
contratadas pela estatal não detectaram o funcionamento do esquema de
corrupção até que a própria Justiça passou a investigar o caso. Por
isso, segundo ela, não é possível dizer que os desvios começaram dentro
da companhia. "O esquema de corrupção, no meu entendimento, com os dados
que tenho hoje, se formou fora da Petrobras", disse ela.
A
ex-dirigente da companhia fez coro ao também ex-presidente José Sérgio
Gabrielli para afirmar que a corrupção na empresa não era sistêmica: "A
partir do momento em que eu não sabia, como diretora e como presidente, e
passei a ter as informações depois da operação Lava Jato, eu não posso
caracterizar a corrupção como sistêmica e generalizada", declarou.
Contradições
- Quando depôs à CPI anterior que investigou os desvios na Petrobras,
em junho do ano passado, a ex-presidente disse que a empresa não chegou a
detectar o pagamento de propina pela SBM Offshore a funcionários da
empresa brasileira. Em novembro, entretanto, ela admitiu que já em maio
havia sido informada do caso pela própria SBM. Graça Foster negou ter
mentido: "Eu li milhões de vezes e não entendi que tivesse mentido",
disse ela. No entanto, desculpou-se: "Peço desculpas por não ter sido
tão clara quanto eu deveria ser".
A
ex-presidente afirmou ainda que, "olhando agora", a compra da refinaria
de Pasadena, nos Estados Unidos, "não foi um bom negócio". A transação
gerou perdas de mais de 792 milhões de dólares à Petrobras.
No
depoimento, Graça Foster afirmou que se sente envergonhada e
constrangida pelos desvios. Ao fazer suas perguntas, o deputado Carlos
Marun (PMDB-MS) voltou ao assunto e a ex-presidente admitiu: "Eu tenho
vergonha. Muita vergonha".
Graça
Foster também disse não compreender a afirmação do ex-gerente Pedro
Barusco, que confessou ter recebido propina "por iniciativa pessoal"
desde 1997 e que até 2003 não tinha notícia da participação de outros
servidores em atos de corrupção. "Eu não consigo imaginar como pode ser
verdadeira a fala do Barusco, que ele sozinho recebia propina. Eu não
consigo entender isso de forma alguma."
Lula -
Venina também admitiu que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva
dava "broncas" em reuniões com diretores e membros do conselho de
administração da Petrobras. Uma delas foi para pedir que o projeto do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) fosse levado adiante. O
delator Alberto Yousseff afirma que a Toshiba pagou propina ao PT e ao
PP para obter uma obra no empreendimento - que hoje está paralisado.
"Existiu uma reunião no Palácio do Planalto (...) em que ele falou da
importância de fazer as refinarias, sim, e do Comperj. Ele foi de fato
enfático como costumava ser", relatou a ex-presidente da Petrobras.
Balanço -
Graça Foster foi questionada sobre o balanço de 2014, que detectou
prejuízos de 88 bilhões de reais. Ela disse que o cálculo inclui não só a
corrupção, mas também fatores como a ineficiência e até perdas geradas
pela chuva. A ex-presidente negou que Dilma Rousseff tenha pedido que o
valor fosse acobertado.
Em seu
depoimento, Graça Foster ainda negou ter transferido a então gerente
Venina Velosa para Singapura. Em 2009, Venina chegou a avisar Graça
Foster, que era diretoria de Gás e Energia, sobre irregularidades em
contratos da estatal. A ex-presidente disse à CPI que entregou as
informações ao então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa - que
depois se tornaria réu confesso nas investigações da Lava Jato.
"Ela teve
o cargo que pediu para ter e foi ser uma técnica bastante bem
remunerada. Eu não sei como a Venina tinha informações durante tanto
tempo e não as passou para o presidente da Petrobras, para mim, e só
decidiu fazê-lo depois que teve a comissão interna de apuração",
afirmou. (Veja.com).
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