Sinais do PMDB", por Merval Pereira
O Globo
Se a divulgação hoje do PIB de 2014 pelo IBGE confirmar que já no ano
da eleição tivemos resultado negativo, ou próximo da estagnaçào,
aumentará a certeza do PMDB de que é melhor garantir um lugar no escaler
do Titanic do que permanecer na suíte master, na feliz definição do
senador Romero Jucá, um especialista em governos, o líder de todos os
mais recentes, que votou em Aécio Neves e está de saída da coligação
governista, assim como boa parte do seu partido.
A saída está sendo feita por etapas, como convém aos cautelosos peemedebistas, mesmo por que não querem dar espaço para que novos "oportunistas" ocupem, como Gilberto Kassab, o mais próximo do "espírito" do PMDB que se pode encontrar na política atual.
Só que quando Kassab vai aos cajus, o PMDB já volta com as castanhas. Ao tempo em que o PSD de Kassab almeja ser o futuro PMDB, este já está preparando o plano de escape de um governo que considera superado.
O PT está morto, é a análise mais vulgarizada nas conversas das lideranças do PMDB, e a senadora Marta Suplicy é considerada exemplar dessa constatação. Não apenas ela, mas outros dois senadores, cada qual por sua razão pessoal: Paulo Paim e Delcídio Amaral.
Paim e Marta são prata da casa petista e a saída deles tem significação política alta. Delcídio é um novato na sigla, já foi tucano, e não tem razão histórica nenhuma para ficar no barco que considera estar afundando.
A força dos presidentes da Câmara e do Senado corresponde à fraqueza da presidente Dilma, e o embate é desigual pois do lado do Palácio do Planalto não há quem saiba fazer política tão bem quanto os do PMDB.
E os que sabem, como o ex-presidente Lula, fazem sua política particular, que neste momento de Operação Lava-Jato recomenda mais silêncio.
Atribui-se a Lula uma explicação sobre a falta de correspondência entre seus conselhos e as atitudes do governo: não daria para se meter em conversa de Deus com Jesus Cristo, teria dito Lula referindo-se ao entendimento entre a presidente Dilma e o Chefe do Gabinete Civil Aloísio Mercadante. Logo Lula, que é considerado Deus pelos seus seguidores.
Dilma se considera sabedora de todas as verdades, mas cada vez há menos gente que acredita nisso, daí sua dificuldade.
Outro paradoxo difícil de lidar é o que as pesquisas de opinião mostram: a maioria esmagadora da população acredita que a presidente sabia de tudo o que acontecia na Petrobras.
Até mesmo no exterior virou piada a afirmação de que Dilma não sabia de nada. O humorista John Oliver, do programa Last Week Tonight da HBO, tratou recentemente do escândalo do petrolão e mostrou-se ironicamente surpreso ante a notícia de que a presidente Dilma por enquanto está sendo considerada inocente de todo o escândalo pelos órgãos que o investigam.
Oliver foi no ponto: como pode ser inocente se ela estava no Conselho de Administração da Petrobras por sete anos, enquanto as propinas eram distribuídas?
Essa parece ser a convicção também da maioria dos brasileiros, e por isso a presidente não terá descanso, ao mesmo tempo que se arma uma incoerência legal, pois ela não pode ser processada por algo que aconteceu fora do seu mandato.
Como o mandato atual tem apenas quatro meses, é preciso que se prove que o esquema de propinas continuou acontecendo depois que ela foi reeleita para que alguma coisa concreta seja feita.
Ao mesmo tempo, o desgaste político tem sido tão violento que dificilmente Dilma terá condições de resistir a ele com a base política desagregada.
A saída está sendo feita por etapas, como convém aos cautelosos peemedebistas, mesmo por que não querem dar espaço para que novos "oportunistas" ocupem, como Gilberto Kassab, o mais próximo do "espírito" do PMDB que se pode encontrar na política atual.
Só que quando Kassab vai aos cajus, o PMDB já volta com as castanhas. Ao tempo em que o PSD de Kassab almeja ser o futuro PMDB, este já está preparando o plano de escape de um governo que considera superado.
O PT está morto, é a análise mais vulgarizada nas conversas das lideranças do PMDB, e a senadora Marta Suplicy é considerada exemplar dessa constatação. Não apenas ela, mas outros dois senadores, cada qual por sua razão pessoal: Paulo Paim e Delcídio Amaral.
Paim e Marta são prata da casa petista e a saída deles tem significação política alta. Delcídio é um novato na sigla, já foi tucano, e não tem razão histórica nenhuma para ficar no barco que considera estar afundando.
A força dos presidentes da Câmara e do Senado corresponde à fraqueza da presidente Dilma, e o embate é desigual pois do lado do Palácio do Planalto não há quem saiba fazer política tão bem quanto os do PMDB.
E os que sabem, como o ex-presidente Lula, fazem sua política particular, que neste momento de Operação Lava-Jato recomenda mais silêncio.
Atribui-se a Lula uma explicação sobre a falta de correspondência entre seus conselhos e as atitudes do governo: não daria para se meter em conversa de Deus com Jesus Cristo, teria dito Lula referindo-se ao entendimento entre a presidente Dilma e o Chefe do Gabinete Civil Aloísio Mercadante. Logo Lula, que é considerado Deus pelos seus seguidores.
Dilma se considera sabedora de todas as verdades, mas cada vez há menos gente que acredita nisso, daí sua dificuldade.
Outro paradoxo difícil de lidar é o que as pesquisas de opinião mostram: a maioria esmagadora da população acredita que a presidente sabia de tudo o que acontecia na Petrobras.
Até mesmo no exterior virou piada a afirmação de que Dilma não sabia de nada. O humorista John Oliver, do programa Last Week Tonight da HBO, tratou recentemente do escândalo do petrolão e mostrou-se ironicamente surpreso ante a notícia de que a presidente Dilma por enquanto está sendo considerada inocente de todo o escândalo pelos órgãos que o investigam.
Oliver foi no ponto: como pode ser inocente se ela estava no Conselho de Administração da Petrobras por sete anos, enquanto as propinas eram distribuídas?
Essa parece ser a convicção também da maioria dos brasileiros, e por isso a presidente não terá descanso, ao mesmo tempo que se arma uma incoerência legal, pois ela não pode ser processada por algo que aconteceu fora do seu mandato.
Como o mandato atual tem apenas quatro meses, é preciso que se prove que o esquema de propinas continuou acontecendo depois que ela foi reeleita para que alguma coisa concreta seja feita.
Ao mesmo tempo, o desgaste político tem sido tão violento que dificilmente Dilma terá condições de resistir a ele com a base política desagregada.
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