Documentos
encontrados pela PF na casa do empresário Mario Goes comprovam que a
Odebrecht e a Andrade Gutierrez também participaram do maior esquema de
corrupção da história brasileira. Convém lembrar que a Odebrecht patrocina as "palestras" de Lula pelo mundo afora:
Documentos
encontrados pela Polícia Federal na casa e nos escritórios do
empresário Mario Goes, preso em Curitiba e apontado como operador do
esquema de corrupção na Petrobras, oferecem novos indícios de que
empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato pagaram propina para
fazer negócios na estatal.
Contratos
e notas fiscais emitidas por Goes mostram que ele recebeu R$ 39,6
milhões de seis empresas e consórcios dos quais elas participam,
incluindo as construtoras Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, OAS,
Odebrecht e UTC. Os pagamentos foram feitos de 2006 a 2014.
Os
documentos são os primeiros apontados pelo Ministério Público como
evidência de que a Andrade Gutierrez e a Odebrecht, duas das maiores
empreiteiras do país, também participaram do esquema de corrupção. As
duas negam ter pago propina para obter contratos na Petrobras.
Outras
empresas que fizeram negócios com Mario Goes, como a Mendes Júnior, a
OAS e a UTC, já são alvo de ações judiciais propostas pelo Ministério
Público Federal.
Segundo
os procuradores, duas empresas de Goes, a Riomarine Oil e Gas e a Mago
Consultoria, firmaram contratos fictícios de serviços de consultoria
para justificar os pagamentos feitos pelas empreiteiras. Para o
Ministério Público, os pagamentos são propina destinada a políticos e
funcionários da Petrobras.
O nome de
Goes veio à tona nas investigações depois de ser mencionado pelo
ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que fez acordo para colaborar com
as investigações e afirmou ter recebido US$ 97 milhões em propina,
incluindo US$ 7,5 milhões repassados pelo próprio Goes.
As buscas
na casa de Goes e em suas empresas foram realizadas no dia 5 de
fevereiro, no Rio. Para os procuradores, ele exercia um papel semelhante
ao do doleiro Alberto Youssef, apontado como um dos principais
operadores do esquema de corrupção.
Goes teve
pelo menos dois contratos com a empreiteira Andrade Gutierrez,
assinados com a Riomarine em maio de 2007 e maio de 2008, com valores de
R$ 875 mil e R$ 4,4 milhões, respectivamente.
Ambos
registram como finalidade a "prestação de serviços de consultoria
técnica e comercial especializada relativa à indústria de Petróleo e Gás
Natural". A PF encontrou 31 notas fiscais emitidas pela Riomarine em
favor da Andrade Gutierrez, no valor total de R$ 5,3 milhões. Algumas
destas notas são sequenciais, o que levantou suspeitas de que são
fraudulentas.
A
Riomarine também firmou contrato com o consórcio PRA-1 Móodulos, formado
pelas construtoras UTC e Odebrecht, no valor de R$ 1,6 milhão. Com data
de 1º de julho de 2004, o documento, encontrado pelos policiais, também
aponta a prestação de "serviços de consultoria técnica e comercial
especializada relativa à indústria de Petróleo e Gás Natural".
A UTC,
por sua vez, firmou outros cinco contratos com a Riomarine, em 2005 e
2013, no valor total de R$ 7,2 milhões. As notas fiscais emitidas em
favor da empresa somam R$ 9,7 milhões, incluindo pagamentos feitos em
julho e setembro de 2014, quando as investigações da Lava Jato estavam
em andamento.
Notas em
nome da OAS somam R$ 10,2 milhões. Um consórcio em que a Mendes Júnior é
sócia da MPE e da Setal firmou dois contratos com a Riomarine, em 2007 e
2010, no valor total de R$ 4 milhões. As notas fiscais encontradas em
nome do consórcio somam R$ 5,13 milhões.
Segundo o
Ministério Público, as evidências indicam, "de forma contundente", que
Goes utilizava a empresa Riomarine para viabilizar o repasse de propina:
"Nenhuma das provas obtidas no curso da Lava Jato indicam a
possibilidade de que a Riomarine efetivamente desempenhe ou mesmo tenha
capacidade para desempenhar os serviços de consultoria e assessoria".
(Continua na FSP).
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