venha
mexer com ele
As ruas do PT
25 de
fevereiro de 2015 § 20
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Estou chegando da rua.Tres ou quatro quilômetros em tres ou quatro horas. A aventura
imprevisível de sempre.
As ruas do PT são a cara do PT.
Com o que já foi de todos retalhado, fatiado, loteado e “redistribuido”
pelos critérios da segregação e do preconceito de classe a cidade que resulta
do que São Paulo já foi é a cada dia menor para cada um dos seus cidadãos.
Embora cada clientela com peso em qualquer tipo de cálculo eleitoreiro tenha um
pedaço do antigo “espaço público” para chamar de seu, cada contribuinte
e cada cidadão paulistano tem hoje apenas pedaços das ruas que já foram suas
inteiras.
Não é mais ele quem escolhe como e por onde quer andar por elas,
respeitados os limites universalmente consagrados para preservar por igual os
diretos individuais de todos, como acontecia quando vivíamos no limiar de um
Estado de Direito.
Não vivemos mais. Agora cada brasileiro tem um direito só seu segundo a
sua “raça” ou sub-raça, o seu gênero ou sub-gênero, a sua “classe”
ou sub-classe social, e até o partido ao qual declare simpatia. E não é só modo
de dizer. Vale casa paga pelo governo, terreno tomado do alheio, direito de
barrar rua de hospital e, é claro, a prerrogativa de delinquir impunemente
chancelada pelo novíssimo Supremo Tribunal Federal esse tipo de critério.
Governar, que há quase meio século já foi sinônimo de “construir
estradas”, hoje é tarefa reduzida a “pintar ruas” nas metrópoles
tomadas pela doença petista. Fora com os urbanistas, fora com os engenheiros,
fora com os “tatuzões” de furar tuneis de metro. Para os almoxarifados
das “obras” da prefeitura de Fernando Haddad bastam pincéis e latas de
tinta.
Cada via pública foi fatiada em “faixas” coloridas para ônibus,
para ciclistas, para motociclistas, para pedestres, para automóveis, para
automóveis de praça. Para o diabo!
O fato da cidade estruturalmente não comportar nada disso não importa a
mínima. O PT nunca se dobra aos fatos como nos prova diariamente dona Dilma e a
sua Petrobras. Nem que o Brasil inteiro afunde. Que dirá São Paulo!
Assim essas “faixas” todas correm, ora pela direita, ora pela
esquerda, ora por cima, ora à margem do passeio público, ignorando obstáculos,
subindo até pelas paredes, “ilhando” quilômetros seguidos de comércios e
de empregos, anulando gerações inteiras de suor e trabalho e transformando a
cidade num labirinto por onde todos se esgueiram apertados de faixa reservada
em faixa reservada, de multa em multa, de radar em radar, de limite em limite
de velocidade como num joguinho infernal.
Como desistiram de enfiar os trens por baixo da terra correndo por
trilhos desimpedidos como é da natureza desses veículos, o jeito foi trazê-los
para a superfície e atirá-los por cima dessa fábrica de loucos, com o requinte
de autorizá-los a andar no dobro da velocidade dos demais “porque é preciso
favorecer os pobres”.
E aí estão eles com seus três, até quatro vagões, os
rabos trancando os cruzamentos quando o sinal fecha lá na frente, raspando o
seu carrinho como bólidos num desembesto de motoqueiros-gigantes fazendo o seu
coração dar saltos e, diariamente, esmagando carros e pessoas em horrendas
colisões de elefantes contra formigas.
Mas o mais doloroso, o que mais confrange quem usa as janelas que ha
hoje para esse mundo que voa lá fora, é ver a crescente multidão dos imbecis
lobotomizados que nossas universidades públicas aparelhadas despejam
diariamente nas ruas olharem encantados para esse fatiamento da cidadania, para
esse dividir para reinar, essa fórmula primária de socialização da corrupção,
essa reedição piorada do velho corporativismo cotrareformista lusitano
inventado para barrar a entrada da democracia na nossa eterna idade média, e
chamar a tudo isso sincera e orgulhosamente de “modernidade”.
Aí dá vontade de chorar! De pena do Brasil dos meus filhos!
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