Publicação: Segunda-feira, 23/03/2015 às 07:00:00
E trabalhadores que moram na região de Vargem Bonita sofrem para chegar em casa
Jéssica Antunes
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br
Todos os dias, Maria Iracema, de 47 anos, leva mais de uma hora para chegar em casa. Ela percorre a pé cerca de cinco quilômetros da Quadra 29 do Setor de Mansões Park Way, onde trabalha, até a residência dela, em Vargem Bonita.
A diarista reclama da falta de transporte público na região e, como ela, dezenas de pessoas precisam se virar para chegar aos destinos. Vão caminhando, com transporte pirata, carona ou deixados pelos patrões e familiares. “A gente pode esperar para sempre. É muito difícil passar ônibus”, confessa. Enquanto isso, o DFTrans afirma que há nove linhas circulando no local.
“Nove?! Mal tem uma (linha). E, se quebrar, a gente dança e fica na rua”, contra-ataca. Ela diz que não importa se chove ou faz sol: o caminho é sempre percorrido de bicicleta ou caminhando. Se for esperar por transporte público, diz, chega em casa muito tarde. Apesar de tudo, ela encara com bom humor: “Pelo menos faço um exercício”.
O mesmo ocorre com Nilda Silveira, 42. A empregada doméstica costuma usar um guarda-chuva para se proteger enquanto anda até em casa.
De acordo com o DFTrans, duas das nove linhas circulam pela Vargem Bonita. “A 0.119 (Núcleo Bandeirante/Vargem Bonita é circular e possui oito viagens diárias. Já a 0.132 (Laranjeiras/Rodoviária do Plano Piloto) faz somente duas viagens: Ida, às 5h55, e volta, às 7h”, explicou por meio de assessoria de imprensa. Ambas, esclareceu, são feitas por permissionários, “já que a região é considerada área rural”.
Alternativa
Durante pouco mais de três horas percorrendo o local, a reportagem só encontrou um ônibus, clandestino, passando pela região. Quem precisava sair ou chegar, tinha de pegar o transporte feito por veículos particulares pelo menos até uma passarela às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), por onde passam até as linhas do Expresso DF.
“Não tem ônibus aqui. A gente precisa apelar para quem tem carro. Pegar carona, ir de pirata”, revelou a empregada doméstica Bete da Silva, de 50 anos, instantes antes de avistar um carro fazendo o trajeto a R$ 2. “Tenho que ir com ele, senão vou mofar aqui na parada”, justificou antes de entrar no veículo.
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br
Todos os dias, Maria Iracema, de 47 anos, leva mais de uma hora para chegar em casa. Ela percorre a pé cerca de cinco quilômetros da Quadra 29 do Setor de Mansões Park Way, onde trabalha, até a residência dela, em Vargem Bonita.
A diarista reclama da falta de transporte público na região e, como ela, dezenas de pessoas precisam se virar para chegar aos destinos. Vão caminhando, com transporte pirata, carona ou deixados pelos patrões e familiares. “A gente pode esperar para sempre. É muito difícil passar ônibus”, confessa. Enquanto isso, o DFTrans afirma que há nove linhas circulando no local.
“Nove?! Mal tem uma (linha). E, se quebrar, a gente dança e fica na rua”, contra-ataca. Ela diz que não importa se chove ou faz sol: o caminho é sempre percorrido de bicicleta ou caminhando. Se for esperar por transporte público, diz, chega em casa muito tarde. Apesar de tudo, ela encara com bom humor: “Pelo menos faço um exercício”.
O mesmo ocorre com Nilda Silveira, 42. A empregada doméstica costuma usar um guarda-chuva para se proteger enquanto anda até em casa.
De acordo com o DFTrans, duas das nove linhas circulam pela Vargem Bonita. “A 0.119 (Núcleo Bandeirante/Vargem Bonita é circular e possui oito viagens diárias. Já a 0.132 (Laranjeiras/Rodoviária do Plano Piloto) faz somente duas viagens: Ida, às 5h55, e volta, às 7h”, explicou por meio de assessoria de imprensa. Ambas, esclareceu, são feitas por permissionários, “já que a região é considerada área rural”.
Alternativa
Durante pouco mais de três horas percorrendo o local, a reportagem só encontrou um ônibus, clandestino, passando pela região. Quem precisava sair ou chegar, tinha de pegar o transporte feito por veículos particulares pelo menos até uma passarela às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), por onde passam até as linhas do Expresso DF.
“Não tem ônibus aqui. A gente precisa apelar para quem tem carro. Pegar carona, ir de pirata”, revelou a empregada doméstica Bete da Silva, de 50 anos, instantes antes de avistar um carro fazendo o trajeto a R$ 2. “Tenho que ir com ele, senão vou mofar aqui na parada”, justificou antes de entrar no veículo.
Motoristas dizem ajudar passageiros
O motorista do veículo é Luciano Leonardo, de 25 anos. Ele revela
que faz aproximadamente 30 viagens por dia, sempre circundando a cidade
até a passarela. “Sempre tem alguém para buscar”, diz. Dentro do carro,
Eliane Vieira, 39, ressalta: “Você pode ficar o dia inteirinho
esperando. Passa um ônibus para a Rodoviária do Plano Piloto às 16h e
só”.
Um dos motoristas que auxiliam os trabalhadores prejudicados é
Milton Gomes, 36. Ele também é funcionário da cooperativa Grande
Brasília que, até o início do mês, conta, operava normalmente pela
cidade.
“Estamos sendo penalizados pela fiscalização, que nos considera
irregular. Apreenderam os carros, e não tem mais ônibus para fazer as
linhas circulares. Só sobrou uma, da linha 0.119”, revelou.
Coletivos piratas
Segundo a Secretaria de Mobilidade, não foi feita nenhuma apreensão
de coletivos da Grande Brasília, recentemente. “Houve, sim, uma
operação contra o transporte pirata na região, o que culminou com a
apreensão de alguns coletivos não regularizados”, explicou o órgão.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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