quinta-feira,
maio 28, 2015
Cachoeira na Chapada Imperial, em Brazlândia: total de visitantes
limitado para preservação
A interdição do Poço Azul, em Formosa, na última semana, deixou em alerta as
áreas de cerrado e de cachoeiras visitadas por brasilienses. O lixo é um dos
principais problemas
O
fechamento do Poço Azul, em Formosa, trouxe à tona os cuidados exigidos pelas
áreas de preservação do Distrito Federal e do Entorno. A intensa visitação e o
lixo deixado por frequentadores são questões sensíveis a esses espaços, o que
torna a conscientização ambiental um desafio constante. O Correio esteve ontem
em dois locais bastante procurados por brasilienses aos fins de semana, o Poço
Azul de Brazlândia e a Chapada Imperial, na mesma região. Ambas enfrentam os
riscos causados por restos de alimentos e de produtos abandonados pelos
visitantes.
No caso do
Poço Azul de Formosa, a 150km de Brasília, o intenso movimento provocou
assoreamento das margens e ameaça a sobrevivência das nascentes de um dos
afluentes do Rio Urucúia. Assim, para que a vegetação nativa se recomponha, o
proprietário e ambientalistas interditaram a área, na semana passada. “O
retorno que temos recebido é positivo. A maioria das pessoas tem falado que é
melhor fechar mesmo. Não ficamos tristes, muito pelo contrário. É uma alegria o
espaço estar fechado, porque, assim, ele vai se recuperar”, avalia Katiele
Paiva, do Movimento em Defesa do Poço Azul.
Lata de cerveja em árvore do Poço Azul de Brazlândia: falta de educação
O Poço
Azul de Brazlândia segue aberto, mas enfrenta o constante perigo de degradação
por causa do lixo. “Entregamos uma sacola na entrada e pedimos para que as
pessoas recolham o lixo. Ainda assim, estimo que 50% dos visitantes não retiram
o que produzem”, lamenta Raimundo Nonato Ramos Vieira, gerente do espaço. O
local é particular. A entrada custa R$ 8.
Na Chapada Imperial, a
quantidade de visitantes é limitada a 200 por dia. Lá, a conscientização
ambiental é o lema. Para isso, os turistas são orientados a não deixar lixo nas
trilhas e nas cachoeiras. “Quando alguém deixa um papel ou um plástico,
recolhemos. Estimulamos a consciência e, por isso, nos orgulhamos de dizer que
somos a propriedade mais limpa do Distrito Federal”, defende Marcelo Imperial,
um dos donos da terra. A entrada custa R$ 80 por pessoa.
O geógrafo Conrado Octávio,
31 anos, visitou ontem o local com a família. Para ele, a educação ambiental é
obrigação de todos. “Espaços privados têm cuidados e facilidades de acesso, mas
é legal também quando áreas públicas ou mais baratas, como o Tororó e a Água
Mineral, sejam preservadas. Cabe ao poder público garantir estrutura e orientação
à população”, afirma.
A
principal estratégia para evitar a degradação de cenários naturais abertos a
visitantes é a conscientização e o estudo do impacto das visitas. Quem afirma é
o superintendente de Fundação Pró-Natureza (Funatura), César Vítor Espírito
Santo. “Sujar o meio ambiente é lamentável. Quer fazer um lanche na cachoeira?
Leve de volta as embalagens e as garrafas”, orienta.
Cuidados
A geóloga e geógrafa Mônica
Veríssimo, integrante do Fórum das ONGs Ambientalistas, dá algumas dicas sobre
como cuidar do meio ambiente na hora de fazer trilha ou visitar uma cachoeira.
Confira:
»Não jogue lixo de nenhum tipo na vegetação ou na água. Papéis,
embalagens, garrafas e outros resíduos poluem o meio ambiente e levam anos para
se deteriorar;
»Para ajudar, carregue sacos plásticos na mochila e coloque o lixo dentro
deles. Depois, jogue-os fora no lugar adequado;
»Tente interferir o mínimo na paisagem. Não extraia galhos ou flores.
Eles fazem parte do ecossistema;
»Se o local visitado permitir fazer fogueiras, tome cuidado para apagar
bem todas as brasas, com terra e água, para evitar incêndios.
BLOG Chiquinho Dornas
BLOG Nós que amamos Brasília
Fonte:
Maryna Lacerda – Luiz Calcagno – Paloma Suertegaray
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