1ª PARTE: texto
Sei que é incomum
crônica abarrotada de fotografias, porém, com o advento da Internet, muita
coisa foi modificada. Essa é uma delas: texto e foto.
No decorrer desse Périplo
pelo Oeste dos Estados Unidos produzi 844 fotos e 225 vídeos. A memória do
aparelho ficou saturada, de modo que ainda aguardo algumas fotos tiradas pelo
meu filho. Não, não se preocupem, vou mostrar-lhes poucas fotos. Apenas o
indispensável para situá-los no contexto de minha crônica.
Diante de uma
paisagem, o que sinto?
Uma emoção brota em
meu coração, talvez seja o êxtase que melhor define esse sentimento
inexplicável que surge quando me deparo com a grandiosidade da natureza. E se
fico extasiado diante de uma bela paisagem sinto uma ligação psicológica
profunda, emocional e espiritual com meu passado, sempre ligado aos elementos
naturais: as pescarias, em inúmeros rios; as viagens às lindas praias, aqui e
acolá; as profundezas da selva amazônica, por ocasião do curso de Guerra na
Selva; as viagens de barco pelo rio Amazonas, pelo Solimões; as montanhas da
região da Lombardia, na Itália; da Suíça; da cordilheira dos Andes, na
Argentina e Chile e outros demais contatos com a natureza sempre me fizeram
sentir que sou parte de um todo maior ao qual não posso compreender
intelectualmente, senão através de outros meios, de outros mecanismos de
percepção.
Uma bela ou impactante paisagem leva-me além dos limites de minha
compreensão. Em resumo, emociona-me sobremaneira.
Esse é um dos motivos
da escolha do ônibus para a viagem ao Grand Canyon West. De sua janela, estaria
visualizando cada detalhe da paisagem. No caso do deserto de Mojave, o tipo de
vegetação, as montanhas ao longe, a planície sem fim.
Nessa viagem ao oeste
dos Estados Unidos, senti imensamente a falta de minha esposa Railda. Nos
últimos cinquenta e três anos estivemos sempre juntos nas viagens. Foi o Brasil,
quase que por inteiro; vários países da América do Sul; um sem número deles na
Europa, no decorrer de três meses e também o sudeste dos Estados Unidos por
quarenta dias. As pescarias que fizemos chegam às centenas. Ainda posso contar
os Périplos com meu compadre José Rico, em seus avião, ônibus e automóvel pelo
Brasil afora.
Minha esposa sempre
foi muito mais ligada à natureza do que eu. Em nossa região (Centro-oeste) ela
conhece cada vegetal, mesmo quando ele está apenas germinando, com apenas uma
folhinha; em outro país, ela colhe sementes, mudas, plantando-as em nossos
quintais.
Assim, quando
deparava com uma paisagem, sentia a necessidade de comentar com ela as
particularidades do ambiente. Nesse ponto, tenho um consolo: ela não quis ir.
O Grand Canyon
extrapola nossa compreensão principalmente pelo seu tamanho: 446 km de
comprimento, com largura aproximada de 29 km e, em certos locais alcança 1,6 km
de profundidade. Também chama a atenção a combinação de cores e formas da
erosão geológica. O rio Colorado tem 277 km dentro do Canyon, parecendo uma
fitazinha marrom, lá nas profundezas.
O Grand Canyon é um
dos cartões postais americanos mais visitados do país. O conjunto de cânions é
um dos maiores do mundo e uma das primeiras regiões naturais do país a se
tornar uma área de preservação delimitada, na qual foi criado o Parque Nacional
do Grand Canyon.
Anualmente, passam por lá cerca de 5 milhões de turistas que
se apaixonam pelas belas paisagens e pelas fortes emoções que o local
proporciona. Por essas razões, é o símbolo do estado do Arizona. Uma maravilha
natural que você só conseguirá entender sua grandiosidade, magnitude e beleza
quando visualizá-las ao vivo. Com uma extensão de cerca de 450 km, seus
paredões rochosos são acidentados e com uma profundidade que ultrapassa a marca
de 1km. Essa obra prima foi escavada ao longo dos séculos pelo selvagem Rio
Colorado, que corta todo o parque no sentido sudoeste.
Situado no estado de
Arizona, o Grand Canyon West (Skywalk) está a 200 km de Las Vegas (NE),
contando com rodovia asfaltada até sua borda. Ali, nas imediações da Skywalk,
está um enorme aparato para atendimento dos turistas: aeroporto, com aeronaves
de vários portes; uma dezena de helicópteros; o galpão da Skywalk; locais de apresentação dos
índios Hualapai (danças, acompanhamento para fotos, tudo com roupas típicas, etc.)
e o estacionamento para os ônibus e automóveis que demandam à área.
Para alcançar o Grand
Canyon West, a partir de Las Vegas, são várias as opções: avião, helicóptero,
ônibus ou carro. Optamos, eu e meu filho Giovani, pelo ônibus, não somente pelo
menor preço, mas principalmente pela visão do deserto de Mojave, no decorrer de
200 km e também a passagem na represa Hoover Dam, com um enorme lago formado
pelo rio Colorado.
Setenta dólares por
pessoa foi o valor da passagem do ônibus, com direito a uma marmita de comida
para o almoço.
Para adentrar à
passarela Skywalk o ingresso foi de trinta e nove dólares por pessoa. Nesta,
não se pode portar celular ou máquinas fotográfica ou de filmar. Tudo é deixado
em armário. A foto é tirada pelos índios, custando 16 dólares.
São três os locais de
visualização do “canyonWest”. Um ônibus menor leva os visitantes e aguarda certo
tempo. O local preferido e de maior movimento é a Skywalk.
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