sexta-feira, 8 de maio de 2015

Périplo pelo oeste dos Estados Unidos da América-Grand Canyon West- Represa Hoover DAM-Crônica Ítalo Pasini -1ª Parte



1ª PARTE: texto


Sei que é incomum crônica abarrotada de fotografias, porém, com o advento da Internet, muita coisa foi modificada. Essa é uma delas: texto e foto.
No decorrer desse Périplo pelo Oeste dos Estados Unidos produzi 844 fotos e 225 vídeos. A memória do aparelho ficou saturada, de modo que ainda aguardo algumas fotos tiradas pelo meu filho. Não, não se preocupem, vou mostrar-lhes poucas fotos. Apenas o indispensável para situá-los no contexto de minha crônica.

Diante de uma paisagem, o que sinto?

Uma emoção brota em meu coração, talvez seja o êxtase que melhor define esse sentimento inexplicável que surge quando me deparo com a grandiosidade da natureza. E se fico extasiado diante de uma bela paisagem sinto uma ligação psicológica profunda, emocional e espiritual com meu passado, sempre ligado aos elementos naturais: as pescarias, em inúmeros rios; as viagens às lindas praias, aqui e acolá; as profundezas da selva amazônica, por ocasião do curso de Guerra na Selva; as viagens de barco pelo rio Amazonas, pelo Solimões; as montanhas da região da Lombardia, na Itália; da Suíça; da cordilheira dos Andes, na Argentina e Chile e outros demais contatos com a natureza sempre me fizeram sentir que sou parte de um todo maior ao qual não posso compreender intelectualmente, senão através de outros meios, de outros mecanismos de percepção.


Uma bela ou impactante paisagem leva-me além dos limites de minha compreensão. Em resumo, emociona-me sobremaneira.



Esse é um dos motivos da escolha do ônibus para a viagem ao Grand Canyon West. De sua janela, estaria visualizando cada detalhe da paisagem. No caso do deserto de Mojave, o tipo de vegetação, as montanhas ao longe, a planície sem fim.


Nessa viagem ao oeste dos Estados Unidos, senti imensamente a falta de minha esposa Railda. Nos últimos cinquenta e três anos estivemos sempre juntos nas viagens. Foi o Brasil, quase que por inteiro; vários países da América do Sul; um sem número deles na Europa, no decorrer de três meses e também o sudeste dos Estados Unidos por quarenta dias. As pescarias que fizemos chegam às centenas. Ainda posso contar os Périplos com meu compadre José Rico, em seus avião, ônibus e automóvel pelo Brasil afora.



Minha esposa sempre foi muito mais ligada à natureza do que eu. Em nossa região (Centro-oeste) ela conhece cada vegetal, mesmo quando ele está apenas germinando, com apenas uma folhinha; em outro país, ela colhe sementes, mudas, plantando-as em nossos quintais.


Assim, quando deparava com uma paisagem, sentia a necessidade de comentar com ela as particularidades do ambiente. Nesse ponto, tenho um consolo: ela não quis ir.


O Grand Canyon extrapola nossa compreensão principalmente pelo seu tamanho: 446 km de comprimento, com largura aproximada de 29 km e, em certos locais alcança 1,6 km de profundidade. Também chama a atenção a combinação de cores e formas da erosão geológica. O rio Colorado tem 277 km dentro do Canyon, parecendo uma fitazinha marrom, lá nas profundezas.
O Grand Canyon é um dos cartões postais americanos mais visitados do país. O conjunto de cânions é um dos maiores do mundo e uma das primeiras regiões naturais do país a se tornar uma área de preservação delimitada, na qual foi criado o Parque Nacional do Grand Canyon. 



Anualmente, passam por lá cerca de 5 milhões de turistas que se apaixonam pelas belas paisagens e pelas fortes emoções que o local proporciona. Por essas razões, é o símbolo do estado do Arizona. Uma maravilha natural que você só conseguirá entender sua grandiosidade, magnitude e beleza quando visualizá-las ao vivo. Com uma extensão de cerca de 450 km, seus paredões rochosos são acidentados e com uma profundidade que ultrapassa a marca de 1km. Essa obra prima foi escavada ao longo dos séculos pelo selvagem Rio Colorado, que corta todo o parque no sentido sudoeste.



Situado no estado de Arizona, o Grand Canyon West (Skywalk) está a 200 km de Las Vegas (NE), contando com rodovia asfaltada até sua borda. Ali, nas imediações da Skywalk, está um enorme aparato para atendimento dos turistas: aeroporto, com aeronaves de vários portes; uma dezena de helicópteros; o galpão da Skywalk; locais de apresentação dos índios Hualapai (danças, acompanhamento para fotos, tudo com roupas típicas, etc.) e o estacionamento para os ônibus e automóveis que demandam à área.



Para alcançar o Grand Canyon West, a partir de Las Vegas, são várias as opções: avião, helicóptero, ônibus ou carro. Optamos, eu e meu filho Giovani, pelo ônibus, não somente pelo menor preço, mas principalmente pela visão do deserto de Mojave, no decorrer de 200 km e também a passagem na represa Hoover Dam, com um enorme lago formado pelo rio Colorado.
Setenta dólares por pessoa foi o valor da passagem do ônibus, com direito a uma marmita de comida para o almoço.

Para adentrar à passarela Skywalk o ingresso foi de trinta e nove dólares por pessoa. Nesta, não se pode portar celular ou máquinas fotográfica ou de filmar. Tudo é deixado em armário. A foto é tirada pelos índios, custando 16 dólares.

São três os locais de visualização do “canyonWest”. Um ônibus menor leva os visitantes e aguarda certo tempo. O local preferido e de maior movimento é a Skywalk. 


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