“A traição ao Brasil”
A revista “Bloomberg Markets” fez
uma das mais extensas e detalhadas reportagens publicadas na imprensa
internacional sobre o escândalo do Petrolão. Com muitos gráficos,
estatísticas, dados oficiais e fontes brasileiras, a revista conta como
começou a operação Lava Jato, como o Petrolão se liga a outros
escândalos, como o PT lida com o Congresso e como a população sente os
efeitos da crise gerada pela corrupção, respondendo com rejeição a Lula,
Dilma e o PT. Seguem abaixo alguns parágrafos da reportagem traduzidos:
Não é apenas o drama do escândalo que parece uma bola de neve que prende a atenção dos brasileiros. Há uma crescente insatisfação – e raiva – pelo Brasil, um país que parecia tão próximo de se juntar ao grupo das nações desenvolvidas, não consiga chegar lá. Lula inspirou o país com promessas de um “novo Brasil” que iria deixar para trás cinco séculos de pobreza e corrupção. Os brasileiros hoje entendem que a mensagem de Lula era uma fraude, que havia por trás um esquema que enriquecia alguns poucos e atrasou a capacidade competitiva do país.
O escândalo corroeu a democracia brasileira, enfraquecendo o governo de Dilma de uma forma que ele não tem força para passar qualquer lei importante no Congresso. Os índices de aprovação de Dilma caíram para 9% em abril, o pior já registrado para um presidente brasileiro. No dia 15 de março e depois novamente em 12 de abril, multidões foram para as ruas das principais cidades brasileiras pedindo um fim à corrupção e o impeachment da presidente. O destino comprometido ressurgiu, com gosto amargo, o velho e popular refrão “O Brasil é o país do futuro e sempre será”.Após Lula se eleger em 2002, pela maior diferença de votos no país (*), a Odebrecht cresceu rapidamente. Lula e seu Partido dos Trabalhadores prometeram uma revolução que levaria o Brasil a um novo nível, com grandes projetos públicos no centro de seus planos. Odebrecht foi premiada com muitos dos maiores contratos.
Em pouco tempo Lula apresentava Marcelo a Dilma, então Ministra de Energia. “Nós interagimos com ela muitas vezes”, diz Marcelo. “Nós sempre tivemos uma relação de confiança”.
Lula também tinha objetivos na política externa; ele falava em transformar o Brasil em um tipo de super-potência para os países em desenvolvimento. Aquilo significava novos negócios para as empreiteiras brasileiras em lugares como Cuba e Equador, beneficiadas por subsídios do BNDES. Sob Lula e Dilma, os projetos internacionais da Odebrecht conseguiram R$ 5,5 bilhões em financiamentos do BNDES de 2009 a 2014, mais do que qualquer outra companhia brasileira, exceto a Embraer.
(…)Desde que Lula deixou a presidência, a Odebrecht banca viagens do ex-presidente pelo mundo como palestrante contratado para eventos com clientes e grupos de negócios. “Tentamos fortalecer a imagem do país”, diz Marcelo. “Eu vejo isso em todo lugar do mundo”.
Promotores federais abriram um inquérito preliminar de tráfico de influência para averiguar se Lula usou suas conexões para persuadir o BNDES a garantir financiamentos subsidiados para os projetos da Odebrecht. Lula, Odebrecht e BNDES negam que tenham feito algo de ilegal.
Na árdua tentativa de explicar tantos
nomes e esquemas para o Petrolão, a revista criou o gráfico abaixo onde,
inclusive, confunde os partidos e coloca o PPS no meio para explicar as
falcatruas na obra da Abreu e Lima. Esta reportagem se junta à série de
matérias saídas no exterior recentemente para cobrir e explicar os
escândalos brasileiros e o suposto envolvimento de Lula.
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