Sofia Fernandes - UOL
As contas do Tesouro Nacional registraram nos cinco primeiros meses do
ano seu pior resultado para o período desde 1998, e o governo da
presidente Dilma atingiu até agora apenas 10% da meta prometida para o
ano.
Com gastos em alta e a arrecadação de impostos deprimida pela baixa
atividade econômica, o governo federal conseguiu poupar R$ 6,6 bilhões
para o pagamento dos juros da dívida pública, de janeiro a maio. No
mesmo período do ano passado, essa economia foi de R$ 19,3 bilhões.
A meta para 2015 do setor público é de um superavit primário de R$ 66,3
bilhões. A distância entre o que já foi cumprido e o prometido expõe a
dificuldade de chegar a essa marca até o fim do ano.
Em maio, as despesas com salários, custeio administrativo, benefícios
sociais e investimentos superaram em R$ 8 bilhões as receitas, segundo
dados divulgados nesta quinta-feira (25). Em maio do ano passado, houve
deficit maior, de R$ 10,4 bilhões.
Somada à baixa arrecadação, a posição do Congresso de limitar as medidas
de ajuste fiscal do governo e de ampliar gastos obrigatórios —com a
aprovação da proposta que estende a todos os aposentados e pensionistas a
regra de reajuste do salário mínimo —deve dificultar o cumprimento da
meta fiscal para o ano.
ARRECADAÇÃO
O fraco desempenho das contas do governo em maio é explicado
principalmente pela queda na arrecadação. As receitas federais com
impostos e contribuições recuaram 3,5% no acumulado do ano, segundo
dados do Tesouro.
Mesmo com o esforço do governo em cortar gastos, as despesas cresceram
0,2% no período. A elevação foi puxada por gastos com a Previdência, que
subiram em R$ 7,7 bilhões (4,8%).
Houve uma queda de R$ 11,6 bilhões (40,6%) nas despesas do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento), de R$ 7,3 bilhões (8,3%) nas despesas
não obrigatórias de ministérios como Saúde e Educação.
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