Prédio da Odebrecht em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters
(Estadão) A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira, 19, mais uma
fase da Operação Lava Jato. Os alvos são a Construtora Norberto
Odebrecht e Andrade Gutierrez – duas das maiores empreiteiras do País,
suspeitas de corrupção e cartel. O presidente Marcelo Odebrecht e os
executivos Márcio Farias, Alexandre Alencar e Rogério Araújo, da
Odebrecht, da empreiteira, foram presos. O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, está entre os presos.
Eles estão sob suspeita desde setembro de 2014 quando foram citados
pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás como responsáveis pelo
pagamento de US$ 23 milhões de propina da Odebrecht para uma conta
aberta na Suíça.
Batizada da Operação Erga Omnes, a nova fase cumpre 59 mandados
judiciais em quatro Estados – 38 mandados de busca e apreensão, nove
mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e
quatro mandados de prisão temporária. Cerca de 220 policiais federais
participam da operação. Os presos serão levados para a Superintendência
da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição da JustiçaFederal.
Um dos locais é a sede da Odebrecht, em São Paulo. No fim de maio, a maior empreiteira do País afirmou à Polícia Federal, em petição, que “não participa de esquemas ilícitos,
menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores
públicos ou executivos de empresas estatais”. A empresa rechaçou com
veemência suspeitas sobre contratos com a Petrobrás.
Em depoimento, o doleiro Alberto
Youssef, personagem central da Lava Jato, afirmou que, além de operar
propinas da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de desvios na
Petrobrás, também operou US$ 600 mil do Caixa 2 da empresa às vésperas de ser pego na operação.
Segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de
2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria da
empreiteira na Venezuela. “Foi uma operação de US$ 300 mil que mandei
para a DGX (conta utilizada pelo doleiro no exterior) e duas operações
de US$ 150 mil, que não têm nada a ver com a Petrobrás”, relatou.
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