quarta-feira, 15 de julho de 2015

A guerrilheira “democrata”







O discurso mais recorrentemente utilizado pela presidente Dilma, em suas aparições na mídia, é o de que ela lutou contra a ditadura militar, e a favor da democracia. Após as manifestações de março e abril deste ano, ela insistiu em afirmar que as manifestações eram legítimas, e só eram possíveis graças ao regime democrático do país, o qual, segundo ela, ela própria foi uma das responsáveis por instituir.


Esse discurso se iniciou quando surgiram na internet uma ficha criminal e fotografias da então jovem Dilma Rousseff, enquadrada em alguma delegacia de polícia durante a ditadura militar. A ficha e as fotografias foram publicadas com a intenção de chocar a população, entretanto, uma jogada de marketing brilhante fez o tiro sair pela culatra da oposição. A equipe de marketing do PT usou o caso a seu favor, e transformou a contraventora Dilma na Dilma “Coração Valente”, que “bravamente lutou pela democracia, enfrentando a ditadura, e sentindo na própria pele o horror do regime”. Dilma usou e abusou da arte da atuação, ao descrever cenas de tortura que supostamente teria sofrido, com performance digna do Oscar de melhor drama do ano, chegando até a lacrimejar “crocodilianamente”, levando parte do país à comoção. Na campanha de 2014 a fotografia foi amplamente divulgada pela propaganda petista, na TV, em banners, camisetas, etc.


Acontece que a campanha contou apenas uma parte do ocorrido – a que lhe interessava –, e omitiu a mais importante – a que interessa ao povo. Dilma realmente lutou contra a ditadura militar, e é bem possível que tenha sido realmente torturada. Mas a campanha eleitoral não contou os motivos reais que levaram Dilma a enfrentar os militares.


No fim dos anos 1950, Fidel Castro assume o poder em Cuba por meio da ação de guerrilhas armadas – o que foi chamado de “A Revolução Cubana”. Quase imediatamente após esta tomada de poder, Cuba se alinha com o bloco comunista, e passa a ser o trampolim que a U.R.S.S. precisava para empreender revoluções armadas por toda a América Latina. No contexto da guerra fria, o Brasil era um alvo do bloco comunista, e a partir de 1961 diversas ações passaram a ser executadas no Brasil, com o objetivo de promover uma revolução aos moldes da cubana. 


As ações eram organizadas por Cuba, e financiadas pela U.R.S.S. As intenções comunistas para com o Brasil estão amplamente documentadas em uma infinidade de registros soviéticos, abertos ao grande público logo após a queda da União Soviética, no início dos anos 90; registros estes que estão à disposição de qualquer um que tenha interesse de realizar uma breve pesquisa na internet.


A partir de 1961 pipocam organizações marxistas-leninistas revolucionárias no Brasil, entre as quais: ORM-POLOP (Organização Revolucionária Marxista Política Operária), OCML-PO (Organização de Combate Marxista-Leninista Política Operária), VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), APML (Ação Popular Marxista Leninista), Partido Comunista do Brasil, Grupo Combate, Fração Bolchevique, e muitas outras.


Desde 1961, Cuba passa a financiar a compra de fazendas pelas Ligas Camponesas, nos estados de Pernambuco, Bahia, Acre, Goiás, Minas Gerais, e outros, fazendas estas que passariam a servir como centros de treinamento de guerrilhas. Ainda em 1961, Francisco Julião, dirigente das Ligas Camponesas, fecha acordo para treinamento de militantes em Cuba, com o exército cubano, e na Academia Militar de Pequim – na China.



Em 1963 Leonel Brizola cria o Grupo dos Onze Companheiros (G-11), que afirmava ser a “vanguarda do movimento revolucionário, a exemplo da Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917 na Rússia”. O G11 é o embrião do Exército Popular de Libertação, que agiria após 1964. Todos estes – e diversos outros – grupos tinham suas ações pautadas na organização da revolução armada.


O fato é que, em meio a este caos, o exército brasileiro toma o poder em 1964, por julgar que a revolução comunista é iminente. Vários jornais da época, e vários setores da sociedade clamaram por ação dos militares, que à época foi chamada “contra-golpe”, visto que quem planejava o golpe propriamente dito eram os grupos guerrilheiros de esquerda.

Após a tomada do poder pelos militares, os guerrilheiros continuaram a agir, sem alterar sua missão de instituir a revolução armada. Dilma surge neste cenário, tendo sido integrante dos grupos revolucionários POLOP, COLINA e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares. Há registros de que Dilma organizou seqüestros, assaltos a bancos, transportou armas e dinheiro roubados, usou nomes falsos, foi presa, processada e ficou 28 meses na cadeia. Sua ação mais notória teria sido o célebre roubo do cofre do governador paulista Adhemar de Barros, que rendeu 2,5 milhões de dólares para o VAR-Palmares.

Após anos de luta armada, derrotados militarmente, os revolucionários perceberam que não seria possível empreender uma revolução aos moldes da cubana, e passaram a se organizar em “movimentos sociais” e partidos políticos, com suas ações culminando na campanha das Diretas Já, e no apelo à aprovação da Lei da Anistia.

O fato é que os grupos de esquerda – e Dilma – lutavam pela implantação de um regime totalitário comunista, e a história de que lutavam pela democracia é um mito surgido durante a campanha da anistia. Foi a justificativa que passaram a usar como forma de mascarar, e dar ares nobres às suas ações.

A verdade é que combatiam uma ditadura, com o projeto de outra sob o braço. Em 1964 os militares brasileiros agiram em defesa da soberania da pátria. Nenhuma forma de cerceamento de liberdades deve ser aplaudida, isto é fato. Entretanto, basta contar os mortos sob regimes totalitários comunistas ao redor do globo (por volta de 150 milhões) para constatar que o sucesso dos revolucionários guerrilheiros teria sido infinitamente mais prejudicial ao Brasil do que foi a ditadura dos militares.

Texto de Marcos Henrique Martins Campos para Revolta Brasil

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