quarta-feira, 15 de julho de 2015

Para secretário, greve no DF 'decretou morte das cooperativas' de ônibus


15/07/2015 18h44 - Atualizado em 15/07/2015 19h30


Paralisação no DF agrava crise e renovação de frota, diz Carlos Tomé.


GDF prevê 'assunção' de rotas por empresas; rodoviários pedem reajuste.

Mateus Rodrigues G1
Secretário de Mobilidade do DF, Carlos Henrique Tomé, em entrevista nesta quarta (15) (Foto: Mateus Rodrigues/G1)Secretário de Mobilidade do DF, Carlos Henrique Tomé, em entrevista nesta quarta (15) (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
 
 
O secretário de Mobilidade do Distrito Federal, Carlos Henrique Tomé, afirmou nesta quarta-feira (15) que a greve de funcionários das cooperativas de ônibus iniciada na última segunda (13) "decretou a morte das cooperativas". Segundo ele, a crise financeira enfrentada pelos grupos tende a se agravar com a paralisação, impossibitando a renovação da frota ao fim do ano.


Todas as cooperativas têm contrato a ser encerrado até 2018. No fim de 2015, o que vencem são as frotas. Em função dessa crise, é muito pouco provável que elas consigam renovar as frotas, e a tendência é que elas saiam gradualmente do sistema. A gente pode inferir disso que a greve das cooperativas decretou a morte [delas]"
Carlos Henrique Tomé,

secretário de Mobilidade do DF
 
"Todas as cooperativas têm contrato a ser encerrado até 2018. No fim de 2015, o que vencem são as frotas. Em função dessa crise, é muito pouco provável que elas consigam renovar as frotas, e a tendência é que elas saiam gradualmente do sistema. A gente pode inferir disso que a greve das cooperativas decretou a morte [delas]", declarou Tomé.


Segundo o secretário, um plano emergencial começou a ser implantado nesta quarta em parceria com as grandes empresas que operam nas regiões. Por contrato, elas são responsáveis pela "manutenção das bacias" em casos como este. A partir desta quinta (16), Tomé diz que a maior parte dos passageiros das cooperativas vão conseguir ser atendidos pelos ônibus convencionais.


"O que temos são muitas linhas de cooperativas e de empresas que são sobrepostas. Cerca de 60% [da demanda das cooperativas] é absorvida pelas empresas. Acreditamos que a população não vai sofrer grandes percalços", diz o chefe da pasta.


 

Assunção
Segundo Tomé, as linhas operadas por cooperativas em Sobradinho e Planaltina devem ser assumidas pelo transporte convencional, "em breve". "A conclusão a que chegamos é que as cooperativas enfrentam uma grave crise que se arrasta por dez anos. Elas começaram a quebrar no dia em que começaram a operar", diz.


As duas regiões citadas por Tomé ficam na bacia de transporte operada pela Piracicabana, que roda com 417 ônibus em 10 regiões da capital. O G1 não conseguiu contato com as cooperativas locais e com a empresa até a publicação desta reportagem.


Com a eventual saída de cena das cooperativas, as empresas assumem as linhas "abandonadas". Se houver necessidade de investimentos para garantir o atendimento, segundo Tomé, o contrato prevê repasses do GDF para "reforçar" a tarifa técnica.


"Se sai uma cooperativa pequena, que opera com dez ônibus, uma empresa grande pode absorver isso. Para absorver [as linhas] de uma cooperativa maior, a eventual compra de ônibus pode ser repassada à tarifa. Estamos fazendo de tudo para reduzir o custo do sistema", diz Tomé.
Rodoviários durante protesto por reajuste no terminal do Plano Piloto, em Brasília (Foto: Gustavo Schuabb/G1)Rodoviários durante protesto por reajuste no terminal do Plano Piloto, em Brasília (Foto: Gustavo Schuabb/G1)
Protesto


No momento das declarações do secretário, por volta das 17h, trabalhadores das cooperativas e da empresa pública de transporte TCB bloqueavam entradas e saídas da rodoviária do Plano Piloto, a três quilômetros do Palácio do Buriti.


Os funcionários das cooperativas protestam por equiparação salarial com categorias de ônibus convencionais. Eles reivindicam também aumento do tíquete-alimentação e da cesta básica e diminuição em 40 minutos da carga horária.


Por volta das 17h, todos os acessos das plataformas inferior e superior do terminal estavam fechados. Próximo ao Teatro Nacional, duas pistas eram ocupadas por ônibus. Segundo a Polícia Militar, 500 pessoas participam da manifestação.

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