27/07/2015
às 20:18
O
presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que seu
partido vai apoiar o protesto contra o governo Dilma, marcado para o dia
16 de agosto, e que vai aproveitar inserções no rádio e na TV para
convidar a população a se manifestar.
Aécio voltou a afirmar, no que está certo, que o partido não pode ser protagonista do protesto, mas que não pode se omitir.
É isto!
Não é protagonista nem tem de ser. Os movimentos que hoje têm capacidade
para levar milhares de pessoas às ruas são e devem continuar a ser
independentes de partidos. Em parte, e só em parte, eles devem funcionar
para as legendas de oposição como os movimentos sociais funcionam para o
PT e para as esquerdas: ser frentes mais avançadas.
Mas
insisto: só em parte deve ser assim. Os ditos movimentos sociais são
franjas orgânicas do PT e de outros partidos de esquerda, de que
dependem até financeiramente. Mais: seus dirigentes são também quadros
partidários, e sua agenda, no fim das contas, acaba sempre se
subordinando à legenda.
Não é o
que acontece com os movimentos que hoje protestam contra o governo. A
sua relação com os partidos de oposição, às vezes, chega a ser difícil
porque suas convicções podem ser mais puristas do que permite a
política. Mas isso não é mau, não! Ao contrário: é bom!
Quanto a
apoiar os protestos, é evidente que o PSDB faz a coisa certa. A questão é
lógica, é elementar. Só existem manifestações contra o governo, num
clima de paz, sem violência, nas democracias. Logo, acusar os protestos
de golpistas corresponde a desrespeitar a própria democracia.
Quase dois
terços da população, segundo as pesquisas, gostariam que Dilma fosse
impichada.
Obviamente, a possibilidade não existe apenas porque o povo
quer. Existe também porque está ancorada nas leis e na Constituição.
Logo, quando o PSDB expressa o seu apoio ao protesto, nada mais faz do
que, também, endossar o ordenamento jurídico do país.
O resto é terrorismo político e retórica mixuruca.
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