(G1) O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello
negou conceder liminar (decisão provisória) para suspender o andamento,
na Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição que reduz
a maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes graves. A
decisão foi tomada na noite desta sexta-feira (10) e divulgada na manhã
deste sábado (11) pelo STF.
A liminar, protocolada por um grupo de 102 deputados federais de 14 partidos – PT, PMDB, PSDB, PDT, DEM, PSB, PC do B, PSOL, PPS, PV, PROS, PTC, PR e PSC
–, tenta anular a votação da proposta em primeiro turno - o tema ainda
precisa ser analisado em segundo turno e depois no Senado. Agora, a
ação será julgada pelo plenário do Supremo, em data ainda não definida. O
relator do processo será o ministro Gilmar Mendes, mas, em razão do
recesso do Judiciário, o caso foi decidido pelo presidente em exercício
do Supremo nesta semana, Celso de Mello.
O argumento da ação é que a votação feriu o devido processo legislativo
porque a Constituição proíbe que uma matéria rejeitada seja novamente
votada no mesmo ano. No caso da PEC da maioridade, o plenário da Câmara
rejeitou a redução para diversos tipos de crimes, entre eles tráfico de
drogas. Um dia depois, a Casa aprovou texto que abrangia crimes
hediondos (como estupro) e lesão corporal seguida de morte.
'Atropelo'
No mandado de segurança, os deputados questionaram os procedimentos adotados pela Mesa da Câmara e relataram 'atropelo' do devido processo legislativo. "O prejuízo material é evidente e transcende o mérito do tema específico então em votação. O que está em jogo, sem exagero, é a funcionalidade e a legitimidade do Congresso Nacional. A maioria pode ganhar, mas têm de seguir as regras do jogo", afirmam os parlamentares no pedido apresentado ao STF.
No mandado de segurança, os deputados questionaram os procedimentos adotados pela Mesa da Câmara e relataram 'atropelo' do devido processo legislativo. "O prejuízo material é evidente e transcende o mérito do tema específico então em votação. O que está em jogo, sem exagero, é a funcionalidade e a legitimidade do Congresso Nacional. A maioria pode ganhar, mas têm de seguir as regras do jogo", afirmam os parlamentares no pedido apresentado ao STF.
Nesta sexta (10), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, negou ilegalidade na votação
e afirmou que o questionamento dos 102 parlamentares "serve apenas para
satisfazer interesses políticos" que foram "derrotados" na votação do
plenário. "É absolutamente impróprio taxar de inconstitucional esse expediente
amplamente reconhecido pela prática legislativa e pelo direito
parlamentar.
Tal alegação serve apenas para satisfazer interesses
políticos conjunturais (derrotados pela maioria do plenário) colocando
em suspeição um procedimento que tem se mostrado crucial na produção
legislativa das últimas duas décadas e meia", disse o peemedebista em
sua resposta ao Supremo.
Para Cunha, os deputados que entraram com a ação tentam induzir o STF
ao "erro" e promover uma "intervenção" do Judiciário em questões
internas do Legislativo.
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