sábado, 15 de agosto de 2015

Cerco da Lava Jato a Lula começa a se estreitar


Lula é um descuidado. Ou pelo menos foi quando telefonou para Alexandrino Ramos Alencar, executivo da empreiteira Odebrecht, no dia 15 de junho último.


 
Eram 20h06. O telefone de Alexandrino estava grampeado pela Polícia Federal com autorização da Justiça. Uma voz de homem que se identificou como “Moraes” perguntou a Alexandrino se ele poderia atender “o presidente”.  Lógico”, respondeu Alexandrino. Que dali a quatro dias acabaria preso pela Lava Jato que investiga a roubalheira na Petrobras.
Aqui, a transcrição da conversa.



 
Observem o tratamento de amigos, parceiros, íntimos conferido por Lula a Alexandrino. Os dois já viajaram juntos ao exterior a serviço da empreiteira. Observem também como Lula parecia preocupado com a acusação de que o BNDES poderia ter beneficiado a Odebrecht. Os dois não dizem, mas na época fora levantada a suspeita de que Lula, lobista da Odebrecht, usara do seu prestígio para que o BNDES financiasse negócios da empreiteira no exterior.


Lula deixa mal o ex-ministro Delfim Netto, seu amigo e assessor informal de Dilma, ao mencionar artigo que ele publicaria no jornal VALOR justificando os financiamentos dados pelo BNDES à Odebrecht. Não fica claro se Lula encomendou o artigo a Delfim. 


Mas fica parecendo algo combinado entre os dois.No artigo, Delfim disse a certa altura: É abusivo dizer que o BNDES é uma ‘caixa preta’ e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil." (Música aos ouvidos de Lula e de Alexandrino.)


 
Lula pergunta a Alexandrino como se comportaram os palestrantes do seminário organizado pelo VALOR. E Alexandrino detalha a participação de cada um. Todos, segundo Alexandrino, se saíram muito bem. O que estava em questão era o papel do BNDES nos negócios da Odebrecht. O Marcelo citado por Alexandrino é Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, que ainda não fora preso.


O Emílio que Lula afirma que pensara procurar é o pai de Marcelo. Essa é a primeira vez que Lula aparece em grampos da Lava Jato.


 
Em nota oficial, o BNDES lamentou as 'tentativas de manipular diálogo entre Lula e executivo'. Nota sem sentido. Lula não é mais presidente da República. Assim, o BNDES não está mais obrigado a sair em seu socorro. Por que saiu? O cerco a Lula no caso da Lava Jato começa a se fechar.
Fonte: Blog do Noblat 



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