Muito se discute sobre a existência ou
não de uma indústria de multas. Atualmente, ganha força uma certa
militância que atribui ao automóvel a culpa por tudo, exatamente tudo,
de modo que não admitem nem remotamente aceitar a ideia de que um
motorista não seja necessariamente um facínora e, além disso, possa em
muitos casos não ter culpa por uma multa. Bobagem. Para eles, motoristas
já estão culpados pelo simples fato de serem motoristas e as multas são
sempre corretas e até mesmo aplicadas de forma parcimoniosa.
Pois a Rádio Bandeirantes, em ótima reportagem de Renata Carvalho e Ronaldo Rodrigues, trata de esclarecer esses fatos. Vejam os trechos a seguir:
“Funcionários da CET, que pediram para não serem identificados, revelaram à reportagem da Rádio SulAmérica Trânsito que estão sendo cobrados para autuarem e guincharem mais veículos.
“Depois que teve troca de chefia, começou um terrorismo em cima da gente, querendo resultado em cima de autuação. Chegou num ponto que, numa reunião, nos disseram que a única forma de segurar a gente era mostrar resultado de multa”, revelou um funcionário (…)
As “ameaças”, segundo os agentes, são sutis e veladas e nunca são registradas por e-mail ou documento, apenas verbalmente, em reuniões a portas fechadas.
“Nada formal, só passam por voz, não escrevem em lugar nenhum”, confirma outro funcionário. “E se a quantidade de multas não melhorar, o cara é transferido, trocado de turno, tudo para dificultar a vida do cara.””
Não existe “indústria de multa”, né? Claro que não. E em tempo: a arrecadação paulistana com infrações de trânsito aumentou 61% nos últimos cinco anos.
Depois ninguém entende porque Haddad é tão rejeitado pela população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário