Julio
Severo
A liberalização do aborto no Brasil foi discutida numa
audiência no Senado Federal em 6 de agosto de 2015. Entre os debatedores
estavam feministas pró-aborto. A grande surpresa foi que o Senado fez a
apresentação de uma delas como “Márcia Tiburi, professora de pós-graduação da
Universidade Presbiteriana Mackenzie.” O Mackenzie é a instituição educacional calvinista
mais elevada do Brasil.
A fala pró-aborto de Márcia, gravada pela TV Senado, começou
dizendo que por onde viaja pelo Brasil todo em seu ativismo pró-aborto ela leva
o nome Mackenzie com ela, frisando que ela não é a única no Mackenzie que é a
favor do aborto. Para assistir à gravação da TV Senado, confira este link: https://youtu.be/DLxm7U0OEes
Na audiência, a professora do Mackenzie disse: “Vociferar
contra o aborto é apenas um modo biopolítico de controlar a vida das mulheres…
e sobretudo de angariar adeptos para causas autoritárias… O que se ganha e quem
ganha com isso? Sacerdotes da fala antiabortista promovem o discurso com que se
convencem as massas ignaras. Em um país de pessoas analfabetas, inclusive as
mulheres, e de corrupção desmedida em termos morais, estão garantidos os votos,
o dízimo e o consumo em geral. A legalização do aborto é portanto parte
fundamental de um processo democrático socialmente responsável.”
Segundo o currículo dela, ela está ligada oficialmente
ao Mackenzie desde 2008. Sua especialidade é dar aulas de filosofia e ética. Mas
as palavras que ela vociferou contra a vida dos bebês em gestação no Senado
demonstram exatamente o contrário: uma total falta de ética. Qualquer filosofia
que despreza a vida mais inocente é um desprezo à própria ética.
Márcia, que em seu ativismo feminista pró-aborto é louvada
até mesmo pelo Partido Comunista do Brasil, expõe sua falta de ética
desde antes de 2008. Antes de se tornar professora do Mackenzie, ela defendeu o aborto no site oficial do Partido
Comunista do Brasil. Se o contratante (Mackenzie-IPB) tivesse tido o
cuidado de fazer uma averiguação básica, teria facilmente constatado, até mesmo
por uma simples busca no Google, que estava contratando não uma simples e
inocente professora, mas uma ativista radical sedenta do derramamento legal de
sangue inocente.
Como, nesses 7 anos em que Márcia está no Mackenzie,
não houve nenhum problema e escândalo? A contratada está diretamente ligada ao
movimento de militância pró-aborto. O contratante está diretamente ligado à
Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB).
A mera presença de Márcia como professora numa
universidade evangélica é vitória para os abortistas e derrota para os
evangélicos, que deveriam evangelizar, não contratar, propagandistas de
assassinatos de bebês.
Quando Márcia escolheu como designação no Senado
“professora do Mackenzie,” fatalmente comprometeu a instituição, que, por ser
abertamente confessional (Universidade PRESBITERIANA Mackenzie), escolheu contratar
uma professora que é militante feminista pró-aborto. O caso não é que ela
merece ser demitida do Mackenzie. Ela nunca mereceu ser contratada.
A culpa não é dos contratados. É dos contratantes que
escolhem muito mal seus candidatos de emprego.
Se Silas Malafaia ou um televangelista neopentecostal
tivesse cometido o erro de contratar uma ativista feminista pró-aborto para uma
de suas instituições confessionais, é certeza que os auto-proclamados
apologetas calvinistas (“defensores da fé” e da “Sola Theologia”) estariam matando
a pauladas os condenados e mandando-os para os quintos dos infernos.
No caso do Mackenzie e sua professora abortista, todos
os apologetas calvinistas estão envoltos num silêncio sepulcral, como se
tivessem sob juramentos monásticos de nunca fazer cobranças da universidade presbiteriana.
Nesse escândalo, nenhuma abortista, ou quem a contratou, vai ser “queimado” na
fogueira da Santa Inquisição Calvinista. Se fosse Malafaia, ele já teria virado
cinzas na estaca de condenação.
Nota
de esclarecimento
06/08/2015
Chancelaria Reitoria
Em
6 de agosto de 2015, o reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie emitiu
uma nota lida na Comissão de Direitos Humanos do Senado pelo deputado Leonardo
Quintão aos participantes do debate cujo tema versava sobre o aborto. Abaixo, a
íntegra do texto:
Exmo.
Deputado Leonardo Quintão,
A
Universidade Presbiteriana Mackenzie, com base em seus princípios e valores,
repudia qualquer ato de atentado à vida e afirma que as posições expostas por
seus professores são fruto da liberdade de expressão inerente ao ser humano e à
vida intelectual. Por isso, reafirma a posição de sua entidade mantenedora, a
Igreja Presbiteriana do Brasil, que repudia tanto a legalização do aborto, com
exceção do aborto terapêutico, quando não há outro meio de salvar a vida da
gestante, quanto o uso de anticoncepcionais abortivos.
Benedito
Guimarães Aguiar Neto
Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie
É evidente que o Mackenzie não tem culpa pelas
posturas desequilibradas de seus professores. Mas uma instituição que se
confessa evangélica não pode fazer uma triagem e contratar apenas professores
moralmente hábeis e de acordo com princípios cristãos e éticos básicos? Está
havendo tanta escassez de candidatos calvinistas competentes para cargos na instituição
calvinista que foi necessário contratar uma promotora de assassinatos de bebês?
Por que o Mackenzie não escolheu um calvinista pró-família? Não há, em toda a
IPB, nenhum calvinista que possa, no lugar da abortista, dar aula de filosofia
e ética no Mackenzie?
E agora o Mackenzie quer se desvincular da ativista
contratada apelando, num aceno cinicamente democrático, para a defesa de um suposto
“fruto da liberdade de expressão”?
Nesse ponto, estou chocado! Defesa do aborto é “liberdade
de expressão”? E a defesa do Holocausto? E a defesa do nazismo? E defesa da Inquisição
Católica, que massacrou milhares de judeus e protestantes?
Falta de ética é “liberdade de expressão”?
E se no lugar da professora abortista, o Mackenzie
tivesse um Julio Severo que, na sua vida fora do Mackenzie, expressasse
opiniões contra a heresia cessacionista, a Teologia da Missão Integral e a maçonaria?
O Mackenzie defenderia então que as posturas de Julio Severo são “fruto da
liberdade de expressão,” sem maiores traumas?
A nota do reitor do Mackenzie deixou claro que a
Igreja Presbiteriana do Brasil “repudia a legalização do aborto, com exceção do
aborto terapêutico.” Ele teve de citar a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB),
pois a Universidade Presbiteriana Mackenzie está subordinada à IPB — tornando,
de certa forma, a abortista Márcia estranhamente ligada à IPB.
Mas por que a IPB também não repudia o chamado aborto
terapêutico? O Dr. Brian Clowes, em sua obra volumosa “The Facts of Life” (Os Fatos
da Vida), diz:
Aborto
terapêutico: A atual
literatura médica iguala “aborto legal” com “aborto terapêutico.” A definição
da palavra “terapêutico,” porém, significa “tratamento de doença.” O uso de
“terapêutico” é outra tentativa pró-aborto de sanear um ato repugnante, e
também sugere que a gravidez é uma doença — uma declaração que muitos abortista
fazem diretamente.
O Dr. Roy Heffernan da Escola de Medicina da
Universidade Tufts disse que “Qualquer um que realize um aborto terapêutico
ignora os métodos médicos modernos ou não quer gastar tempo e esforço para
aplicá-los.”
Se o Mackenzie estiver de fato tão cheio de ativistas
de mentalidade semelhante à mentalidade de Márcia Tiburi, conforme ela mesma
alegou no Senado, vou receber uma enxurrada de vaias e resmungos deles. E
talvez até processos. Mal posso esperar as manchetes: “Professores Pró-Aborto
da Universidade Presbiteriana Mackenzie Processam Ativista Pró-Vida Julio
Severo!”
Seja como for, nenhuma instituição que se confessa
cristã é obrigada a contratar militantes feministas cuja falta de ética as leve
a defender o massacre legal de bebês em gestação. Se o fizerem, têm de arcar
com as consequências do mau testemunho cristão.
Versão
em inglês deste artigo: Mackenzie
Presbyterian University and Its Pro-Abortion Professor
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
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