Um
partido contra o povo brasileiro. Eis o PT, no que é um fim merecido e
melancólico. Grupos que não dispõem nem de aparelhos nem de recursos que
não a força de seus integrantes puseram na rua, no domingo, quase 700
mil pessoas. O PT, as demais legendas de esquerda, os sedizentes
movimentos sociais, sindicatos e centrais conseguiram juntar, segundo as
PMs, 73 mil no país inteiro — pouco mais de 10% do que aqueles que
pediram publicamente a saída de Dilma Rousseff.
Eis aí os
revolucionários de Vagner Freitas e Guilherme Boulos, que tiveram o
topete, cada um a seu tempo, de fazer ameaças. O primeiro propôs
recorrer às armas para defender Dilma e Lula; o outro sugeriu uma guerra
dos pobres contra a população dos Jardins, em São Paulo. Eis as
esquerdas de hoje: trocaram o antigo conceito de luta de classes por
briga campal, por arranca-rabo. É patético!
E olhem que
Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, deu uma forcinha. No dia
em que a companheirada foi às ruas, ofereceu a denúncia contra Eduardo
Cunha, um dos alvos dos esquerdistas nesta quinta. Mas quê… A população
não compareceu. Setenta e três mil pessoas. É o que restou ao governo.(Compradas a sanduíches, trinta reais e promessas de inclusão na lista do Minha Casa Minha Vida".N.B.)
“Ah,
Reinaldo, então os que querem a saída de Dilma se resumem aos quase 700
mil?”
Não! São coisas muito distintas. Existe uma brutal diferença entre a maioria silenciosa, de que os 700 mil eram a expressão sonora, e a minoria ruidosa de esquerda. Os que se manifestaram em defesa do governo exprimem hoje o tamanho do PT e do esquerdismo, mesmo dominando máquinas milionárias, fartamente alimentadas por dinheiro oficial, como é o caso da CUT, do MST, do MTST e da UNE.
Não! São coisas muito distintas. Existe uma brutal diferença entre a maioria silenciosa, de que os 700 mil eram a expressão sonora, e a minoria ruidosa de esquerda. Os que se manifestaram em defesa do governo exprimem hoje o tamanho do PT e do esquerdismo, mesmo dominando máquinas milionárias, fartamente alimentadas por dinheiro oficial, como é o caso da CUT, do MST, do MTST e da UNE.
O PT perdeu o
bonde e as ruas. Desta feita, a gritaria estúpida acusando uma suposta
tentativa de golpe não colou. Vimos nas ruas aquela gente de sempre, com
suas bandeiras vermelhas, suas palavras de ordem incompreensíveis à
larga maioria, sua estética que ainda remete às primeiras décadas do
século 20 com ideias sobre economia que remontam ao século 19.
Por trás das
bandeiras, mal se viam pessoas, convertidas todas elas em portadoras de
uma causa. No domingo, os manifestantes tinham rosto, tinham história,
tinham família, tinham mãe, tinham pai, tinham mulher, tinham namorada,
tinham namorado, tinha avô, tinham avó, tinham cachorro, tinham uma vida
que independe do Estado, tinham autonomia, tinham livre-arbítrio,
tinham senso de decoro, tinham alegria, tinham esperança, tinham sorriso
no rosto.
Nesta
quinta, deu para constatar, viam-se rostos enfezados, os dos
profissionais das causas, ou abestalhados — nesse caso, provavelmente,
tratava-se de seguradores de bandeira a soldo ou na esperança de um
soldo, mal sabendo o que faziam na rua.
No domingo,
indivíduos livres decidiram se manifestar no espaço público contra a roubalheira, contra a sem-vergonhice, contra o assalto ao Estado de
Direito. Quem a tanto os obrigava senão a própria consciência? Sabemos
que as coisas não são assim no MST e no MTST. Há até um sistema interno
de pontuação que impõe aos membros desses movimentos comparecer às
manifestações. Boulos e Stedile não lidam com homens e mulheres livres,
mas com soldados de uma causa, que devem obediência a seus respectivos
generais. Ou são punidos pelas corporações.
Critiquei
ontem uma tal “Carta à Nação” de quatro entidades — OAB, CNI, CNS e CNT —
que pregava a união de todos os brasileiros e de todos os políticos,
acima das paixões, em defesa do país. Considerei uma bobagem porque a)
isso não passa de retórica oca; b) cabe ao governo usar os instrumentos
que lhe faculta a democracia, então, para criar uma agenda mínima.
Em vez
disso, por vias ainda que oblíquas, as forças oficiais do petismo, às
quais Dilma não é estranha, promoveram aquela revoada de pterodáctilos
que vimos ontem. Sim, estavam na rua, disseram, em defesa de Dilma, mas
também se opunham justamente ao poderia ser considerado virtuoso nesse
governo se fosse a sério: ao ajuste fiscal.
Por todos os
aspectos que se queira, resta evidenciado que Dilma está mesmo no mato
sem cachorro e que hoje a sua única tarefa, a sua única função, o seu
único objetivo é, vejam que fabuloso, não ser impichada. Temos, em suma,
um governo cuja medida do sucesso é não cair. E o protesto desta quinta
foi mais uma prova escancarada disso. Por quê? Porque nós vimos qual é a
verdadeira, como direi?, base social do governo. Caso ele decida apelar
a seus fiéis, nós vimos que tipo de mentalidade Dilma e o PT ainda
mobilizam.
Os
gatos-pingados do partido e da extrema esquerda me encheram de esperança
no futuro. Eis o tamanho da oposição que um governo não petista
enfrentará.
Digam-me: alguém ficou com medo da cara feia de Boulos ou da pança de Vagner Freitas?
Vamos, sim, usar uma arma poderosa e definitiva contra a dupla: o Século 21!
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