Rio - Um filme antigo passou pela minha cabeça quando três
integrantes do governo Dilma convocaram a imprensa para coagir o
Tribunal de Contas da União. Em 1969, em outro momento da história do
país, os personagens vestiam fardas. Assumiram o governo quando o
presidente Arthur da Costa Silva sofreu uma trombose no exercício da
presidência.
A junta militar iria fazer a transição para o ditador de plantão Emílio Garrastazu Médici. O trio, que ocupou o governo no dia 31 de agosto daquele ano, manteve o congresso fechado e instituiu a prisão perpetua e a pena de morte como forma dos militares se perpetuarem no poder. Ficou conhecido, depois, como os “Três patetas”: Almirante Augusto Hamann Rademaker Grunewald, general do Exército Aurélio de Lira Tavares, do Exercito, e o Brigadeiro Márcio de Sousa e Melo.
Quarenta e cinco anos depois seria difícil imaginar que uma cena parecida voltasse a ocorrer com civis no país em pleno gozo das liberdades democráticas. Pois bem, esta semana lá estavam sentados à mesa os ministros Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), da Justiça, José Eduardo Cardozo e o do Planejamento, Nelson Barbosa afrontando a legislação brasileira. Pediam o afastamento do ministro do TCU, Augusto Nardes, relator das contas da Dilma de 2014.
Perderam feio, quando o tribunal rejeitou por unanimidade as contas de 2014 da Dilma, depois de ignorar solenemente o pedido do trio governista para suspender o relator jogando mais lenha na fogueira da crise política.
Os três ministros convocaram uma coletiva de imprensa para dizer que pediriam o afastamento de Nardes, acusando-o de revelar seu voto antes do julgamento do processo. Ele teria, segundo esses três senhores, antecipado o seu voto no julgamento das ilegalidades da presidente Dilma, quando ela usou bancos públicos para gastar com programas sociais e outros projetos de governo que iriam garantir a sua reeleição, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Com as contas do país desarrumadas, um governo à deriva, a economia em frangalhos e algumas instituições envolvidas em maracutaias diversas desde que o PT assumiu a presidência, hoje os brasileiros assistem perplexos uma colisão entre os poderes estimulado pelo próprio governo.
O governo da Dilma está criando situações delicadas contra as instituições constituídas do país, levando-as a uma crise sem precedentes na nossa história. Impondo-se à força no poder, sem o apoio da população, com rejeição recorde, a Dilma incentiva seus auxiliares ao confronto, mesmo sabendo que isso pode gerar um clima de insegurança política colocando em risco a democracia brasileira, conquistada a duras penas pelos brasileiros.
É triste observar que essa esquerda demagógica, populista e corrupta adota métodos iguais aos do regime militar que fechava o Congresso e os tribunais para impor a vontade dos ditadores. Confrontava as leis e pressionava juízes e políticos para manter o status-quo do regime a todo custo, mesmo sem o apoio popular. Há semelhanças, sim, entre os dois sistemas de governar.
Quando o Lula ameaça convocar o “Exercito Vermelho” do Stédeli para impedir as manifestações de ruas e as centrais sindicais, sob seu comando, para se contrapor aos movimentos contra a Dilma, mostra a sua fragilidade ideológica e o seu descaso com a democracia. Estranho para quem até hoje se auto-intitula ativista da resistência, mas que não respeita o estado de direito apostando no quanto pior melhor. Quer, pela força, amedrontar o Judiciário e o Legislativo, o mesmo que faziam os milicos quando “prendiam e arrebentavam” aqueles que discordavam das suas ações políticas.
O PT, que nasceu de um movimento dos trabalhadores, mas foi ideologicamente lapidado pelos intelectuais de esquerda e pela igreja progressista, perdeu a identidade.
Muitos dos ideólogos fugiram do partido, atacando-o de corrupto e até de direita.
E a igreja, até então aliada, já não compartilha dos mesmos ideais que comungava quando da sua criação. A ética deu lugar aos interesses corporativos, e a honestidade, infelizmente, à corrupção. E o povo, cansado dessa desordem política, certamente terá dificuldade em distinguir esse PT reacionário, raivoso e intolerante, dos militares que até pouco tempo ocupavam o poder utilizando-se das mesmas práticas truculentas.
A junta militar iria fazer a transição para o ditador de plantão Emílio Garrastazu Médici. O trio, que ocupou o governo no dia 31 de agosto daquele ano, manteve o congresso fechado e instituiu a prisão perpetua e a pena de morte como forma dos militares se perpetuarem no poder. Ficou conhecido, depois, como os “Três patetas”: Almirante Augusto Hamann Rademaker Grunewald, general do Exército Aurélio de Lira Tavares, do Exercito, e o Brigadeiro Márcio de Sousa e Melo.
Quarenta e cinco anos depois seria difícil imaginar que uma cena parecida voltasse a ocorrer com civis no país em pleno gozo das liberdades democráticas. Pois bem, esta semana lá estavam sentados à mesa os ministros Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), da Justiça, José Eduardo Cardozo e o do Planejamento, Nelson Barbosa afrontando a legislação brasileira. Pediam o afastamento do ministro do TCU, Augusto Nardes, relator das contas da Dilma de 2014.
Perderam feio, quando o tribunal rejeitou por unanimidade as contas de 2014 da Dilma, depois de ignorar solenemente o pedido do trio governista para suspender o relator jogando mais lenha na fogueira da crise política.
Os três ministros convocaram uma coletiva de imprensa para dizer que pediriam o afastamento de Nardes, acusando-o de revelar seu voto antes do julgamento do processo. Ele teria, segundo esses três senhores, antecipado o seu voto no julgamento das ilegalidades da presidente Dilma, quando ela usou bancos públicos para gastar com programas sociais e outros projetos de governo que iriam garantir a sua reeleição, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Com as contas do país desarrumadas, um governo à deriva, a economia em frangalhos e algumas instituições envolvidas em maracutaias diversas desde que o PT assumiu a presidência, hoje os brasileiros assistem perplexos uma colisão entre os poderes estimulado pelo próprio governo.
O governo da Dilma está criando situações delicadas contra as instituições constituídas do país, levando-as a uma crise sem precedentes na nossa história. Impondo-se à força no poder, sem o apoio da população, com rejeição recorde, a Dilma incentiva seus auxiliares ao confronto, mesmo sabendo que isso pode gerar um clima de insegurança política colocando em risco a democracia brasileira, conquistada a duras penas pelos brasileiros.
É triste observar que essa esquerda demagógica, populista e corrupta adota métodos iguais aos do regime militar que fechava o Congresso e os tribunais para impor a vontade dos ditadores. Confrontava as leis e pressionava juízes e políticos para manter o status-quo do regime a todo custo, mesmo sem o apoio popular. Há semelhanças, sim, entre os dois sistemas de governar.
Quando o Lula ameaça convocar o “Exercito Vermelho” do Stédeli para impedir as manifestações de ruas e as centrais sindicais, sob seu comando, para se contrapor aos movimentos contra a Dilma, mostra a sua fragilidade ideológica e o seu descaso com a democracia. Estranho para quem até hoje se auto-intitula ativista da resistência, mas que não respeita o estado de direito apostando no quanto pior melhor. Quer, pela força, amedrontar o Judiciário e o Legislativo, o mesmo que faziam os milicos quando “prendiam e arrebentavam” aqueles que discordavam das suas ações políticas.
O PT, que nasceu de um movimento dos trabalhadores, mas foi ideologicamente lapidado pelos intelectuais de esquerda e pela igreja progressista, perdeu a identidade.
Muitos dos ideólogos fugiram do partido, atacando-o de corrupto e até de direita.
E a igreja, até então aliada, já não compartilha dos mesmos ideais que comungava quando da sua criação. A ética deu lugar aos interesses corporativos, e a honestidade, infelizmente, à corrupção. E o povo, cansado dessa desordem política, certamente terá dificuldade em distinguir esse PT reacionário, raivoso e intolerante, dos militares que até pouco tempo ocupavam o poder utilizando-se das mesmas práticas truculentas.
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