Claro que a maior parcela de culpa recai sobre Madame, mas certamente alguém soprou para ela esse tresloucado mapa da mina onde não havia tesouro, apenas cobras e lagartos.
Fala-se do ministro da Fazenda da época, Guido Mantega, do chefe do Tesouro Nacional, Arno Augustim, e do depois chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Outros existirão, agora saltando de banda, mas por que não um amanuense qualquer, daqueles que datilografam cópias do Orçamento e julgam-se gênios, salvadores senão da pátria, ao menos do governo.
É provável que o Congresso deslinde a charada, tirando do lamaçal alguma raiz inesperada. Tanto faz se Renan Calheiros terá boa ou má vontade para iniciar nas Comissões Técnicas o processo capaz de levar deputados e senadores a também concordarem com o TCU. Depois, será o que Deus quiser, até o impeachment da presidente. O que salta aos olhos é a desfaçatez com que o governo endossou a ilegalidade. Havia, naqueles idos, a sensação de impunidade que Lula e Dilma absorveram tão bem. Tudo era permitido, desenvolvendo-se o mensalão, o petrolão e outras patifarias que vão sendo investigadas e, tomara, punidas por inteiro.
Do episódio envolvendo o TCU destaca-se a evidência de o palácio do Planalto não ter aprendido nada, ou esquecido tudo, desde o início da operação Lava Jato. Ficou ridícula a tentativa de incriminação da Corte de Contas e do relator Augusto Nardes. Primeiro, o ministro Luis Fux, do Supremo Tribunal Federal, desfez a manobra infantil. Depois, por unanimidade, o TCU respondeu em defesa de sua honra. A palavra agora é do Congresso.
Conclui-se que apesar de tanta lambança, o país mudou. Já não é tão fácil mentir, distorcer e roubar. A impunidade vem sofrendo sucessivas derrotas, esperando-se que não demore a degola do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, dada a confirmação de suas contas secretas na Suíça e, em especial, as negativas que o transformaram no irmão mais velho do Pinóquio.
OS QUATRO CAVALEIROS
No Congresso em estado de rebelião com o governo, correu uma loteria para os parlamentares definirem quais as quatro maiores pragas que assolam o Brasil. A primeira foi o desemprego. Depois, a inflação. Seguem-se a violência e a corrupção. Mas a incompetência e a especulação ameaçam e correm por fora.
O grave é que nenhuma dessas realidades merece do governo, até agora, um programa efetivo de combate. O candidato presidencial que primeiro definir projetos para a recuperação nacional começará em vantagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário