Pedro do Coutto
A onda de demissões no país, de acordo com os dados do IBGE, vem se agravando, e a taxa de desemprego – revela o repórter Bruno Vilas Boas, Folha de São Paulo de sexta-feira – alcançou 8,7% da mão de obra ativa brasileira, correspondendo, em números absolutos, a quase 9 milhões de pessoas. É a pior coisa que pode acontecer, produzindo reflexos sociais gravíssimos, por isso mesmo surpreende que tal política seja colocada em prática na esfera do próprio governo que nela vê uma redução de gastos.
Vejam os leitores algumas consequências indiretas das demissões: menor arrecadação para o INSS; aumento do volume de saques no FGTS; diminuição nos níveis de consumo, acarretando menor receita tributária, desânimo na sociedade de modo geral pelo temor que todos naturalmente têm de serem os próximos atingidos; elevação dos índices de inadimplência. A lista de efeitos negativos não termina ainda neste panorama.
Gostaria da opinião dos companheiros Flávio José Bortolotto e Wagner Pires. A meu ver, se está havendo desemprego é porque, paralelamente, o mercado não está empregando os jovens que atingem a idade de trabalhar e não encontram um lugar ao sol. Claro. O desemprego representa um sintoma clássico do que podemos chamar de não- emprego. Mas a população não deixa de crescer por isso. Descontada a taxa de mortalidade (0,7%), o número de habitantes cresce à velocidade de 1% a cada doze meses.
São, assim, mais 2 milhões de pessoas por ano, e como a mão de obra ativa é composta pela metade da população, constata-se que a demanda por ingressar no marcado de trabalho, anualmente, reúne 1 milhão de homens e mulheres. Portanto, para que não haja desequilíbrio, a oferta de oportunidades deve situar-se nessa mesma escala. Não está acontecendo isso.
Surge a oferta, resulta inevitavelmente a queda dos padrões salariais. Fenômeno muito grave, sobretudo neste ano de 2015, quando se projeta um recuo de 3% no Produto Interno Bruto, PIB encolhendo 3 pontos, população crescendo 1 ponto, a renda per capita diminuindo quatro degraus no edifício social do país. Como reverter o desastre? Este o desafio colocado para o governo Dilma Rousseff.
PMDB BUSCA UM CAMINHO
O PMDB, através do vice-presidente Michel Temer (reportagem de Valdo Cruz e Gustavo Uribe, FSP também do dia 30), anuncia a procura de um caminho no sentido de decifrar o enigma e o impasse, em primeiro lugar anunciando que disputará a sucessão de Dilma Rousseff com candidato próprio, em segundo lugar com uma urgente mudança no plano administrativo e no rumo econômico.
A palavra urgente, neste contexto, possui um peso próprio especial, já que as eleições de 2018 não se encontram tão próximas assim. Deixa no ar uma nuvem de que a hipótese de mudança pode se encontrar na primeira esquina do processo político. Sem dúvida.
“O desajuste fiscal – diz o documento do PMDB – chegou a um ponto crítico. Sua solução será muito dura para o conjunto da população, terá que conter reformas estruturais.” Quais são essas reformas estruturais? Outra pergunta complexa. Só recorrendo ao belo poema de Vinicius de Morais: a pluma, que voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa de vento sem parar. Pergunto eu: em qual direção?
A onda de demissões no país, de acordo com os dados do IBGE, vem se agravando, e a taxa de desemprego – revela o repórter Bruno Vilas Boas, Folha de São Paulo de sexta-feira – alcançou 8,7% da mão de obra ativa brasileira, correspondendo, em números absolutos, a quase 9 milhões de pessoas. É a pior coisa que pode acontecer, produzindo reflexos sociais gravíssimos, por isso mesmo surpreende que tal política seja colocada em prática na esfera do próprio governo que nela vê uma redução de gastos.
Vejam os leitores algumas consequências indiretas das demissões: menor arrecadação para o INSS; aumento do volume de saques no FGTS; diminuição nos níveis de consumo, acarretando menor receita tributária, desânimo na sociedade de modo geral pelo temor que todos naturalmente têm de serem os próximos atingidos; elevação dos índices de inadimplência. A lista de efeitos negativos não termina ainda neste panorama.
Gostaria da opinião dos companheiros Flávio José Bortolotto e Wagner Pires. A meu ver, se está havendo desemprego é porque, paralelamente, o mercado não está empregando os jovens que atingem a idade de trabalhar e não encontram um lugar ao sol. Claro. O desemprego representa um sintoma clássico do que podemos chamar de não- emprego. Mas a população não deixa de crescer por isso. Descontada a taxa de mortalidade (0,7%), o número de habitantes cresce à velocidade de 1% a cada doze meses.
São, assim, mais 2 milhões de pessoas por ano, e como a mão de obra ativa é composta pela metade da população, constata-se que a demanda por ingressar no marcado de trabalho, anualmente, reúne 1 milhão de homens e mulheres. Portanto, para que não haja desequilíbrio, a oferta de oportunidades deve situar-se nessa mesma escala. Não está acontecendo isso.
Surge a oferta, resulta inevitavelmente a queda dos padrões salariais. Fenômeno muito grave, sobretudo neste ano de 2015, quando se projeta um recuo de 3% no Produto Interno Bruto, PIB encolhendo 3 pontos, população crescendo 1 ponto, a renda per capita diminuindo quatro degraus no edifício social do país. Como reverter o desastre? Este o desafio colocado para o governo Dilma Rousseff.
PMDB BUSCA UM CAMINHO
O PMDB, através do vice-presidente Michel Temer (reportagem de Valdo Cruz e Gustavo Uribe, FSP também do dia 30), anuncia a procura de um caminho no sentido de decifrar o enigma e o impasse, em primeiro lugar anunciando que disputará a sucessão de Dilma Rousseff com candidato próprio, em segundo lugar com uma urgente mudança no plano administrativo e no rumo econômico.
A palavra urgente, neste contexto, possui um peso próprio especial, já que as eleições de 2018 não se encontram tão próximas assim. Deixa no ar uma nuvem de que a hipótese de mudança pode se encontrar na primeira esquina do processo político. Sem dúvida.
“O desajuste fiscal – diz o documento do PMDB – chegou a um ponto crítico. Sua solução será muito dura para o conjunto da população, terá que conter reformas estruturais.” Quais são essas reformas estruturais? Outra pergunta complexa. Só recorrendo ao belo poema de Vinicius de Morais: a pluma, que voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa de vento sem parar. Pergunto eu: em qual direção?
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