domingo, 22 de novembro de 2015

Instituto Royal acusa ativistas de maltratar beagles: 'Nossos cães não são pets'Não devem ser colocados no colo! (Pirou?)


Segundo a bióloga Silvia Ortiz, beagles capturados por ativistas não são pets e não estão acostumados a viver como tal; ela nega maus tratos contra animais

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Os ativistas arrombaram gaiolas e retiraram dezenas de cães da raça beagle, que foram levados em carros a clínicas veterinárias particulares da região
Bióloga diz que cães da raça beagle levados do Instituto Royal não são pets(Avener Prado/Folhapress/VEJA)
A gerente-geral do Instituto Royal, a bióloga Silvia Ortiz, afirmou nesta quinta-feira que os ativistas que furtaram 178 cães da raça beagle na invasão da sede do instituto em São Roque (SP), na sexta-feira da semana passada, maltrataram os animais. "Os ativistas disseram que retiraram os animais do Instituto Royal por causa de supostos maus-tratos, mas quem cometeu maus-tratos com os cães foram eles", disse.


Segundo a bióloga, se algo causou estresse aos animais foi a "arruaça" promovida durante a invasão. "A quantidade de fezes e de urina que os ativistas relataram lá dentro.... Você imagina que todos os animais estavam dormindo em uma condição de temperatura, iluminação e umidade controladas. De repente entram 150 pessoas fazendo aquela arruaça, aos gritos. É claro que eles urinaram e defecaram. Os animais ficaram estressados", afirmou.


"Mostraram animais tremendo na TV, mas eles não estão acostumados com isso. Nem sequer estão acostumados a ir para o colo. O que as pessoas não entendem é que eles não são pets. Os ativistas dizem que agora eles estão em casa, em uma caminha quente, com uma comidinha. Eles não estão acostumados a comer comidinha. Eles comem ração. Vai dar diarreia nesses animais. Muitos podem não estar nem conseguindo comer", alertou.


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Silvia e o diretor científico do Royal, João Antônio Pegas Henriques, negaram repetidas vezes que houvesse qualquer tipo de maus-tratos aos animais ou que fosse feito no laboratório teste de cosmético nos cães. "Nós testamos cosméticos, mas só em células, in vitro. Nunca em animais. E nem é lá, mas na unidade de Porto Alegre", explica Henriques.



A bióloga rebateu a acusação da apresentadora de TV Luisa Mell, que estava na invasão, de que havia ao menos um animal com a pata quebrada e outros com cicatrizes e tumores:


"A pessoa fala que a cadela estava com calombos, gorda. Mas ela estava prenha. Ela não sabe apalpar e sentir que é um feto. Não tem cicatriz nenhuma. Mostraram um animal sem olho dizendo que era do Royal e depois desmentiram. Também não tem pata quebrada, a não ser que algum animal tenha sido quebrado na retirada", diz.

  • Os representantes do Royal ainda não estimaram os prejuízos financeiros e científicos, mas dizem que "não deve ser pouca coisa". Segundo Henriques, microscópios avaliados entre 80 000 reais e 100 000 reais foram quebrados e equipamentos de laboratório, computadores e materiais de testes, levados.


    "Além de perdermos as pesquisas que estavam em andamento para drogas anticâncer, diabetes, hipertensão, epilepsia, de antibióticos e anti-inflamatórios, ainda desperdiçamos toda a pesquisa para a padronização genética dos cães usados. Foram dez anos para que eles chegassem aos níveis de padrão internacional para testes de fármacos", afirma Henriques.


    Segundo ele, testes do laboratório levaram à aprovação de uma droga antimalária da Fiocruz e de mais outros três medicamentos que estão no mercado. Ele não quis informar, no entanto, quais são os produtos nem de quais farmacêuticas.


    Boas práticas - Apesar de cães serem usados em outros laboratórios, em especial em universidades, Royal é o único do país que tem o reconhecimento de Boas Práticas de Laboratório (BLP) - e por isso outros não fazem testes de fármacos de empresas. O instituto também é o único criador de beagles voltados para pesquisas. Segundo Sílvia, cada filhote custa em torno de 2 400 reais. Fêmeas usadas para procriação são mais caras.
    (Com Estadão Conteúdo)

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