Relator-geral do Orçamento de 2016, Ricardo Barros (PP-PR)
diz que o corte de R$ 10 bilhões que propõe ao Bolsa Família só afetará
as distorções do programa de transferência de renda do governo. Barros
diz que há muita fraude no Bolsa Família e que isso precisa ser
corrigido.
Em entrevista ao iG, ele diz achar muito
difícil atingir o equilíbrio do Orçamento do próximo ano sem novas
fontes de arrecadação, ou seja, impostos, mas afirma que aquilo que já
tramita hoje no Congresso seria suficiente. Nem conta com a CPMF para
2016 e diz que as projeções de arrecadação do governo estão inchadas.
“O defeso é um problema, muita fraude. O Bolsa Família
também é um problema, muita fraude. O que o governo precisa é gastar bem
o dinheiro que arrecada porque como está sendo exigido um grande
sacrifício da sociedade para viabilizar essa arrecadação e o equilíbrio
fiscal é preciso que o governo também tenha mão de ferro na gestão dos
recursos e é desses excessos que estamos falando nos cortes”, diz
Barros, que fala em construir um “Orçamento crível” para recuperar a
credibilidade do País.
“Precisamos de uma lipoaspiração no Bolsa Família, que não
vai prejudicar quem realmente precisa”, diz ele em mais um capítulo da
queda de braço que mantém com a presidente Dilma Rousseff via mídia.
Dilma tem defendido que não vai aceitar cortes no Bolsa
Família. “Estou propondo baseado numa auditoria da Controladoria Geral
da União que determina que só 61% fiscalizadas tinha renda compatível
com o que a lei autoriza. Então, se há um excesso de cartões, pessoas
que não estão enquadradas na lei, é natural que elas sejam excluídas do
programa”, defende Barros.
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