Contribuição do escritor e poeta Ítalo Pasini
Aileda de Mattos
Oliveira (3/1/2016)
Uniram-se as
vozes de políticos e jornalistas na conversa fiada sobre a estabilidade do país.
Munição sem renovação no arsenal da hipocrisia. No rastro, os desavisados que
ligam ‘instabilidade’ só à luta armada, e os maneirosos que olham por cima da
ruína do Estado com a condescendência de quem defende a soberana manutenção do
cargo.
Estes últimos nos
decepcionaram por lhes faltar espírito de chefia e optarem por uma atuação
apagada, frouxa, inexpressiva. É o diagnóstico que fazemos de lideranças
doentes.
As repetidas
ameaças de eliminação da parte atuante da população, de maneira sumária, por
chefetes de beleguins dessa escória que mandou o Brasil às favas, sequer foram
questionadas.
Mesmo diante
desse quadro, que vem sendo, há muito, pintado por mãos canhestras, estão sendo
relegados a plano secundário, compromissos assumidos com o país por aqueles que
juraram defendê-lo. Limitarem-se à concordância com apátridas que já ousaram
impor a sua vontade pela força das armas, é submeterem-se a eles. Os vencidos
pelos Antigos Chefes limitam as ações dos Novos, que recuam intimidados. Perdem
espaço e não se importam.
O país está sem
freio, sem políticas públicas emergenciais e de longo prazo. Sob a lama da
ganância empresarial e da irresponsabilidade governamental, pessoas perderam
casas, familiares e suas referências existenciais. Isso soa aos ‘ecologistas’,
abastecidos pelo erário, uma cantilena de igreja. Acostumados a atanazarem
moradores que podam galhos de árvores e a interferirem nas construções de
hidrelétricas benéficas a milhares de habitantes, calaram-se, omitiram-se porque
são falsos os seus propósitos, perniciosa a sua atuação, vendidos a interesses
estranhos.
Por idêntica
razão, muda, embalando-se em sua Rede, nada Solidária, permanece Marina, a
zelosa protetora de terras ricas em minérios, protegidas pelos manipulados
índios, em favor de seu amigo príncipe Charles, daquele Reino, Unido nas
pretensões amazônicas. Agora, o Chefe, de quem recebe as ordens, está preocupado
com a Síria. Nada a declarar, portanto.
Infamante as
cenas de crianças e idosos, em colchões improvisados, deitados nas calçadas em
ruas do Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro, dias seguidos, enfileirados nas portas
dos hospitais para conseguirem senha. O atendimento médico fica para as
calendas. Pessoas abandonadas pelo poder público, enquanto a maquiavélica se
hospeda em hotéis de grife, sempre com um carro baú
atrás.
Não há adjetivos que configurem, de
maneira fotográfica, essa criatura desclassificada.
Esse é um governo
que deveria ser punido por crime doloso. Grupos de meliantes não deixam as
instituições funcionarem e a área de saúde é a da exposição da degradação de
brasileiros, considerados supérfluos, abandonados como trastes, nas calçadas.
Aparelhos hospitalares desativados, remédios com validade jogados fora,
hospitais sem médicos, levando-nos a pensar duplamente, se é mais um caso de
corrupção aguda ou se há intencionalidade criminosa no descarte de pessoas
doentes? Sim, estamos num governo de esquerda, portanto, tudo é
possível!
Insensíveis
criaturas, primatas morais, que se lambuzam nos privilégios, tornam-se
bilionários com o dinheiro público, hospedam-se em estrelados hotéis, enquanto
espojadas ao léu, pessoas, precisando urgentemente de atendimento médico, são
ignoradas pelos políticos larápios, e pelos funcionários dos hospitais,
estressados e esquecidos pela safadeza que impera no
país.
Estamos no reino
da sem-vergonhice, explícita, afrontosa, odiosa, e, sem o outrora braço forte,
contamos, unicamente, com a mão amiga de outros brasileiros, dispostos a pôr o
Brasil nos trilhos.
(Dr.ª em Língua
Portuguesa. Vice-Presidente da Academia Brasileira de Defesa
)
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