quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Coluna Cláudio Humberto


06 de Janeiro de 2016
Pela primeira vez na História, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), que existe para zelar pela aplicação honesta do dinheiro público, será interrogado pela Polícia Federal em inquérito que apura corrupção. A PF investiga o filho do ministro Aroldo Cedraz, advogado Tiago Cedraz, pela venda de informações privilegiadas do TCU a Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. O ex-ministro Edison Lobão e o vice-presidente do TCU, Raimundo Carreiro, também são investigados.
Em troca de propina, Tiago Cedraz antecipava a Pessoa a lista secreta do TCU de obras passíveis de embargo em razão de graves suspeitas.
A lista era valiosa porque deu tempo a Ricardo Pessoa para subornar políticos, a fim de que obras da UTC jamais tenham sido embargadas.
A lista do TCU é enviada anualmente ao Comitê de Obras Irregulares do Congresso, hoje presidida pela senadora Rose Freitas (PMDB-ES).
A PF quer a lista de políticos que integraram o Comitê nos últimos anos, mas Câmara e Senado manobram para dificultar a informação.
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Mergulhada em uma crise política sem precedência, a presidente Dilma Rousseff rivalizou, em 2015, com o Legislativo na criação de leis ordinárias, que são consideradas comuns. Das 163 novas leis criadas no ano passado, 75 são de autoria da Presidência da República, contra as 79 de Câmara e Senado somados. O Tribunal Superior do Trabalho, que não deveria legislar, aparece em terceiro, como autor de três leis.
Em quarto no ranking, o Superior Tribunal de Justiça conseguiu aprovar duas leis de sua autoria, em 2015.
No primeiro mandato de Dilma, 326 leis criadas foram de autoria da Presidência da República, contra 284 do Legislativo.
O que incomoda os deputados e senadores são as inúmeras medidas provisórias enviadas: 20 foram convertidas em lei em 2015.
A desistência do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) em disputar a prefeitura do Recife facilitou a vida do candidato à reeleição, o prefeito Geraldo Júlio (PSB). Sem Jarbas, o prefeito lidera as pesquisas.
Um dos líderes da oposição, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) vê a paralisia como a grande marca do governo e a prova é que nem 30% dos recursos do PAC, vitrine de Dilma, não foram usados. “Dos R$ 67,6 bilhões prometidos, apenas R$ 24,1 bilhões foram pagos”, afirmou.
Sem clima, nem dinheiro, para viagens internacionais, a presidente Dilma Rousseff decidiu cancelar a ida para o Fórum Econômico de Davos (Suíça). Tem mais com o que se preocupar por aqui, como a crise financeira e a tentativa de sufocar o avanço do impeachment.
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) bateu à porta do ministro Jaques Wagner (Casa Civil) e cobrou mais de R$ 1 bilhão que a União deve para a cidade. São dívidas do PAC e do Minha Casa, Minha Vida.
Presidente da CPI dos Fundos de Pensão, o deputado Efraim Filho (DEM-PB) discorda da acusação de que a comissão faça o jogo do PT. Segundo ele, a ideia é justamente focar nos petistas gestores de fundos.
Discípulo do pastor Silas Malafaia, o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) afirma que a crise na saúde do Rio de Janeiro arrastou o governador Luiz Fernando Pezão “para a crise junto com a Dilma”.
É nebuloso o clima entre funcionários dos Correios e o novo presidente Giovanni Queiroz (PDT). Para servidores, a única mudança na estatal foi o partido que indica nomes para os cargos mais altos da empresa.
A última vez que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou o Twitter foi para tecer duras críticas ao arrocho fiscal do governo Dilma. Nem de longe lembra o atual novo melhor amigo da presidente.
... a não concessão de indulto a condenados no mensalão não vai fazer assim tanta diferença. Estão quase todos livres mesmo.
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