terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Quinta-feira inaugura-se um novo circo


Carlos Chagas

Salvo adiamento, a presidente Dilma reunirá o Conselhão na quinta-feira, aqui  em Brasília. Entre empresários, sindicalistas, intelectuais e funcionários do governo, bicões também são  esperados.


Impossível calcular  o número exato dos  participantes, também com direito a ministros em profusão.  Serão entre 80 e 120 participantes. Ainda hoje Madame discutirá  com seus assessores o sentido e a mecânica da reunião.


Por enquanto prevalece a sugestão de que ela  deveria elencar uma tantas iniciativas nos planos econômico e social, que anunciaria de forma genérica, sem maiores detalhes.


Pediria, então, a opinião dos presentes, que poderiam  manifestar-se na hora,  mas  com o  compromisso de, em curto prazo, por escrito, encaminharem   também suas propostas.


Com todo o  respeito, arma-se um circo.  Melhor seria se a equipe econômica do governo tivesse debatido privadamente com poucos expoentes de seus quadros, do empresariado, da inteligência e dos sindicatos um programa de ação emergencial.


Postas as sugestões no papel,  já antecipadamente aprovadas pelos que  realmente decidem, seria hora de reunir o Conselhão apenas  para o referendo.  Inverter a ordem natural das coisas  equivalerá a implantar a desordem. Os participantes, convocados às  dezenas, sentir-se-ão em condições de conquistar seus quinze minutos de glória,  apresentando  complicados palpite e   não  chegando nunca a um consenso.


O caminho lógico é o mesmo que vem sendo trilhado desde que o mundo é mundo: uns poucos resolvem e a maioria engole,  rezando todos para que dê certo, porque às vezes dá, às vezes não dá. Abrir o leque em demasia significa estabelecer o caos. Todos concordam em reduzir a inflação, retomar o crescimento, ampliar o crédito, financiar as exportações, reduzir despesas públicas, conter o custo de vida e outras óbvias decisões.  O diabo é saber como realizar cada uma delas,   já que interesses conflitantes são o que  mais existe num Conselhão  como o que desembarcará na Capital Federal daqui a dois dias.


Fecha-se o círculo em torno do Lula. Um promotor publico de São Paulo anunciou a disposição de denunciar o ex-presidente e sua  mulher por ocultação de bens, no cãs, a compra de um apartamento triplex no Guarujá, cujas obras foram completadas por  uma empreiteira enrolada no escândalo da Operação Lava  Jato. O PT, como sempre, calou-se.

Nenhum comentário: