quarta-feira, fevereiro 10, 2016
O
juiz Sergio Moro, titular da Vara Federal de Curitiba e coordenador da
Operação Lava Jato, autorizou a Polícia Federal a investigar as
denúncias envolvendo o sítio atribuído ao ex-presidente Lula em Atibaia,
interior de São Paulo. Há a suspeita de ocultação de patrimônio e,
portanto, de sonegação fiscal.
Oficialmente,
o sítio em Atibaia está em nome de dos jovens sócios de Fábio Luis Lula
da Silva, o "Lulinha", escolhidos para o papel de "laranjas", mas quem o
frequenta é o ex-presidente e sua mulher, Marisa, que inclusive fez uma
horta e cria patos na propriedade.
O
sítio foi inteiramente reformado e ampliado, em obra paga pela
construtora Odebrecht em dinheiro vivo. A reforma, que incluiria uma
fabulosa adega, custou cerca de R$800 mil, além da cozinha modulada
Kitchens, a mais cara do mercado, e dos eletrodomésticos, no valor de R$
250 mil, pagos pela OAS, que adquiriu na mesma loja móveis e
equipamentos idênticos para o tríplex de luxo do ex-presidente na praia
do Guarujá (SP).
Ao
contrário dos suspeitos de serem "laranjas", o sítio seria
exclusivamente frequentado por Lula e Marisa. Registros dos seguranças
do ex-presidente, que são funcionários da Presidência da República,
revelam que Lula este no sítio 111 vezes. Incluindo os recentes feriados
de Natal e Ano Novo.
Por
determinação de Moro, a investigação sobre a negociata envolvendo a
propriedade, solicitada pela Polícia Federal, será feita separadamente e
em "sigilo". Mas há outras investigações em curso envolvendo a suposta
ocupação de patrimônio do ex-presidente, como a que se desenvolve no
âmbito do Ministério Público Estadual de São Paulo.
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