Leonardo DiCaprio denuncia avanço do desmatamento da Amazônia
Depois de Gisele Bünchen dizer à
ministra Tereza Cristina, da Agricultura, que quem desmata é mau
brasileiro, o astro do cinema também chama atenção para o começo do fim
da maior floresta do mundo
por Redação RBA
publicado
19/01/2019 20h19,
última modificação
23/01/2019 17h16
Wikimedia Commons
Ator e ambientalista, DiCaprio mantém desde 1998 uma fundação que financia projetos em defesa das florestas
Foi a segunda vez nesta semana que uma celebridade internacional manifestou publicamente sua preocupação com a questão. Na quarta-feira (16), a modelo Gisele Bündchen disse que "maus brasileiros são aqueles que desmatam", em resposta à ministra da Agricultura Tereza Cristina.
Em programa de rádio, a “musa do veneno” – apelido que ganhou dos próprios ruralistas por deixar o Pacote do Veneno pronto para votação no plenário da Câmara o projeto que libera geral a importação, registro e uso de agrotóxicos – disse que quando Gisele diz “que estamos desmatando o mundo reverbera”.
Em sua página oficial na rede Instagram, o ator vencedor do Oscar publicou imagens do satélite Landsat para mostrar o desmatamento em Rondônia entre 2006 e 2018. Em seu comentário, destaca que a região está entre as que mais perderam cobertura florestal na Amazônia brasileira.
A manifestação de DiCaprio é também um alerta para a política ambiental do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que passou para os ruralistas o controle sobre terras, demarcações e politica fundiária, colocando mais lenha na fogueira dos conflitos agrários no país, que matam indígenas, trabalhadores rurais e assentados. Além disso, considera medidas contra o aquecimento global uma questão secundária, já que não passa de “invenção de marxistas”.
O ator tem mais de 25 milhões de seguidores no Instagram e arrancou 100 mil likes em menos de uma hora de publicação. Ou seja, repercussão internacional imediata.
Em 1998, DiCaprio criou a Leonardo DiCaprio Foundation (LDF). Entre as ações financiadas estão projetos de proteção de florestas. Como escreveu em seu blog o professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Marcos Pedlowski, o astro está entre os que “decidiram não deixar barato as anunciadas mudanças para facilitar a expansão da degradação na Amazônia”.
“No caso de DiCaprio, ele não só é famoso, como tem uma ferramenta institucional para influenciar indivíduos e governos. Em suma, o posicionamento público de DiCaprio terá consequências para o Brasil e o governo antifloresta que foi instalado em Brasília no dia 01 de janeiro de 2019”.
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