Um cemitério de baleias no Chile, com cerca de 9 milhões de anos, intrigou cientistas por anos. Por que os animais teriam morrido? Um grupo de paleontólogos diz ter encontrado a resposta
REDAÇÃO ÉPOCA
26/02/2014 12h25
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Parece uma cena de crime. No Chile, a rodovia Pan-Americana, que corta
o deserto do Atacama, é acompanhada por um imenso cemitério de baleias.
Os fósseis de pelo menos 40 mamíferos e alguns animais menores se
amontoam ali desde o período Mioceno, entre 6 e 9 milhões de anos atrás.
Descoberto em 2011, o cemitério intrigou cientistas pelos últimos três anos. O mistério consistia em entender o que teria ocasionado a morte de todos aqueles animais.
Descoberto em 2011, o cemitério intrigou cientistas pelos últimos três anos. O mistério consistia em entender o que teria ocasionado a morte de todos aqueles animais.
Conhecido como Cerro Ballena, ou Colina das
Baleias, o sítio arqueológico detém a maior concentração de baleias e
outros mamíferos marinhos já encontrada. As evidências demonstravam que
esses “encalhes em massa” haviam ocorrido diversas vezes ao longo de 16
mil anos. À medida que os animais morriam, seus corpos ficavam
soterrados sob sedimentos.
Em artigo publicado no Royal Society Journal, os cientistas dizem ter descoberto a causa das mortes: envenenamento. As pesquisas indicam que os animais ingeriram ou respiraram algas venenosas. A principal pista para essa conclusão foi a posição em que os fósseis foram encontrados.
As baleias estavam com as barrigas para cima, um sinal, segundo os paleontólogos, de que a morte ocorrera em outro lugar: quando algumas espécies de baleias morrem, seus corpos se enchem de gás, o que as faz flutuar nessa posição.
“Aquilo era um cemitério, não o local da morte”, disse Nick Pyenson, paleontólogo do museu Smithisoniano de História Natural e principal autor do estudo.
Depois de serem envenenadas, as baleias foram levadas pela correnteza até Cerro Ballena.
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Aquela região do deserto do Atacama é conhecida há anos como um importante sitio arqueológico, por sua incomum concentração de fósseis.
A descoberta do cemitério de baleias é mais recente e ocorreu justamente por causa da construção da estrada Pan-Americana, que corta a região.
Durante uma expedição arqueológica em 2011, Pyeson decidiu dar uma olhada nas camadas de sedimento que haviam sido revolvidas pelas obras da estrada. Foi pego de surpresa pela descoberta:
“É incrível que nesses 240 metros cortados por estrada, tenhamos encontrado todos os superstars dos mamíferos marinhos que surgiram na América do Sul durante o Mioceno. É uma concentração muito densa de espécies”, disse Pyeson à BBC.
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